3. Meu Nerd Favorito | Melqui 30 Anos



Ahhh o teatro! Lembro-me bem das palavras do meu professor Bernardo Felinto “Dá um frio na barriga pisar nessas tábuas sagradas”, era a forma que a gente carinhosamente chamava o palco.



Engraçado que até a minha inclusão no teatro foi de uma forma “estranha” (porque se não tiver nenhum problema, não seria eu, certo?), eu havia me matriculado para a turma que iria iniciar em Abril de 2018, mas aí teve um rolê lá e acabou que a turma não foi aberta, então o produtor entrou em contato comigo me dando duas escolhas, esperar até Agosto quando começar o próximo semestre ou entrar no meio do semestre com a turma em andamento. Eu pensei: “Cara, eu já esperei tanto tempo, vou ter que esperar mais?” Não! Me joga nessa bagaça aí, meu chapa!


O problema é que eu entrei lá sem conhecer ninguém, o que me aliviou é que outro aluno que hoje é muito amigo meu, o Mattioli (te amo, irmão!), entrou no mesmo dia que eu. E tipo, eu tinha recém participado de um teste pra um curta que era adaptação de um conto do Stephen King. Pensa na responsabilidade? Eu passei? Infelizmente não, fiquei até meio triste porque era meu primeiro teste na vida, mas segui adiante e entrei com tudo no teatro.


Uma coisa que eu aprendi muito lá dentro além de aprimorar minha experiência na atuação é perceber que gente do teatro não liga pra rótulos e não sai rotulando ninguém lá dentro, achei aquilo libertador! Porque ali tinha de tudo, héteros, gays, lésbicas, bissexuais, católicos, espíritas, umbandistas e todo mundo se tratava igualmente. Eu a princípio me senti um peixe fora d’água por ser o único evangélico do grupo, a maioria bebia, fumava, (não estou julgando eles, gente, apenas estou enfatizando o quanto minha realidade era distante da maioria ali), eu era o cara que nunca ia nas festinhas após a aula ou após cada apresentação.


Mas alguns deles eram tão respeitosos comigo que falaram: “Melqui, você não precisa beber ou fazer o que a gente faz, só queríamos ver você um dia com a gente nas confraternizações”. E adivinha? Eu fui em umas duas e foi muito legal! Fiz amizades ali que eu quero levar pra minha vida toda.


O teatro me abriu portas para vários outros projetos, fiz vários testes, inclusive até passei em um onde fiz um curta-metragem onde interpretei um cangaceiro. Foi muito engraçado! Pena que não tenho acesso mais ao curta, senão eu mostrava pra vocês, mas enfim...


Logo no início de 2019 eu recebi uma proposta que nunca imaginei, em uma Segunda-feira de manhã recebi um áudio da monitora do teatro Bianca Alves (te amo, musa!) falando de um projeto pra um videoclipe que um amigo dela produtor estava realizando e que precisavam de alguém do meu perfil. Eu topei na hora e nem tinha ideia do que seria. Então o produtor da Haze Studio entrou em contato comigo e disse que seria um videoclipe de rap, eu fiquei: Caracas, eu nunca imaginei na minha vida participar de um clipe de rap.


Então foi numa segunda-feira que ele entrou em contato comigo e disse que a gravação seria na Terça-Feira em uma cidade aqui no DF que se chama Águas Claras, às 20h. Eu pensei: “Ferrou” Eu morava muito longe, como eu iria fazer um rolê desses? Então combinei com meu amigo que morava em Taguatinga se eu poderia ir pra lá depois que encerrasse a gravação e ele topou de boa, ainda bem, porque as filmagens foram até meia noite!


E pensa numa experiência incrível, galera! Fiz amizades, peguei alguns contatos e foi lindo! O clipe ficou perfeito e já foi visto por mais de 1 milhão de pessoas, esse projeto abriu as águas na minha carreira, as pessoas me viam na rua e me reconheciam: “Cara, você participou do clipe do Froid, né?” Foi lindo! Uma das melhores experiências que eu tive.


Antes disso, minha maior experiência tinha sido uma participação especial que eu fiz em uma web-série colombiana antológica chamada “Esta es mi Historia” em 2016/2017. O produtor colombiano Rafa Caicedo me convidou e fiz um vigarista na série (foi topper), as minhas gravações foram feitas aqui no Brasil mesmo e eu enviei o material pra ele, não podia viajar pra Colômbia por conta das condições financeiras. Pena! Culpa da Dilma! Ah é? O atual presidente é tão pior quanto, né? Deixa pra lá!


Enfim, tenho lindas recordações do teatro, ainda estou cursando, mas por conta da pandemia, estamos tendo dificuldades pra seguir com as aulas, mas creio que tudo vai dar certo. Agora vocês devem tá se perguntando: POR QUE O TÍTULO DO EPISÓDIO É MEU NERD FAVORITO? Agora vocês vão saber o motivo, senhoras e senhores, então senta aí rapidinho e vamos conversar.


Eu desde pequeno fui muito fissurado em animes e tals, tanto que a primeira vez que eu fui pro cinema no auge dos meus 8 anos, foi pra assistir o primeiro filme do Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca (saudades do que vivi). A minha paixão por Pokémon e por animes foi aumentando muito ao longo dos anos que eu colecionava revistas, pôsteres e etc, mas tive empecilhos e eram meus pais.


Eles odiavam tudo aquilo e ressaltavam que ISSO É COISA DO DEMÔNIO! TUDO ISSO AÍ É OBRA DO SATANÁS! Se a gente levar por esse lado, tudo o que a gente assiste tem um contexto meio maquiavélico dentro, né? Mas a gente é que tem tomar cuidado de como vamos consumir aquele tipo de conteúdo, mas eu sinceramente não ligava pra nada disso, eu amava! Brincava de Pokémon com meus amigos aqui na rua (vou expor todo mundo nessa merda mesmo que eu não vou passar essa vergonha sozinho), eu simplesmente amava!


Mas aí eu cresci, né? Veio outras prioridades e tals, mas foi em 2019 que eu vivi momentos mágicos na minha vida onde literalmente eu voltei à infância. Estava com a estabilidade emocional no lugar (o que é difícil), administrando bem minhas finanças e tals, foi aí que eu decidi ir no evento Video Game Show aqui em Brasília.


Cara, tinha vários lotes, uns bem simples, mas eu pensei: “Cara, só se vive uma vez”. Mano, eu peguei o pacote VIP de três dias e gastei uma fortuna (meu bolso chorou por 3 meses), mas pergunta se eu me arrependo? Nenhuma gota de suor. Tudo, absolutamente tudo valeu a pena! Eu pensei: “Ah, eu queria usar alguma roupa de anime pra ir no evento só pra ficar na vibe mesmo”, então comprei a roupa do Ash do Pokémon, comprei só pra ir nesse evento mesmo sem pretensão nenhuma, sabe? Mas aí me surpreendi quando cheguei lá!


No momento que eu entrei na portaria do evento, mó galera gritando: ASH! ASH! TEMOS QUE PEGAR!, eu nem sabia como reagir ou o que falar, e então um bocado de gente vindo tirar foto comigo, dizendo que “eu” fiz parte da infância deles e tals. Confesso que estava me sentindo um nojo porque pela primeira vez na vida eu estava tendo algum valor em um lugar público, mas enfim...


Foi a experiência mais maravilhosa que eu já tive com uma coisa que eu sempre gostei! Conheci o Peter do Ei  Nerd, o Yudi Tamashiro, os dubladores dos vingadores, o Wendel Bezerra, dublador do Goku e tirei foto com TOOOOODOS eles (morram de inveja!). Cara, mas ter conhecido esses astros foi o “de menos”, eu fiz tantas amizades lá, tantas, que até hoje eles fazem parte do meu ciclo de amigos e os amo do fundo do meu coração. Após o Video Game Show, eu comecei a participar de todos os eventos Geek que aconteciam aqui em BSB, e em cada um era uma experiência diferente e conhecia muito mais gente.


Cheguei a participar de desfiles com o cosplay do Ash, não ganhei, mas não era isso que eu queria, só queria trajar o personagem que eu sempre amei na minha infância e agora eu posso ser ele. Imaginem! Você agora pode se vestir no herói que fez parte da sua infância para essa nova geração de crianças? Cara, as lágrimas vinham quando eu via as crianças se aproximando de mim querendo tirar foto comigo porque pra eles eu era o Ash e nada mais importava que a opinião deles kkkk. Era lindo!



Eu participei de um concurso musical no X1 Geek em Outubro de 2019 e ganhei o 2° lugar na disputa, recebi muitos comentários até mesmo da staff do evento. “Caramba, Ash! Tu canta pra carai” Eu: “Ah bobo, são os teus olhos”.


Minha experiência no mundo Geek foi uma imersão total onde eu continuo até hoje, agora tenho outros cosplays também, já me tornei o novo “Homem-Aranha” daqui da minha região e amo tudo isso! Sério, não me arrependo em nenhum centavo que eu gastei investindo nisso.


E claro que tudo isso da minha imersão no mundo Geek ajudou muito na aprimoração do meu trabalho atual na internet como criador de conteúdo. Sim, muitos aqui já sabem, mas eu hoje tenho um canal no youtube onde meu nicho é cinema, cultura pop etc. Mas eu só vou explicar melhor sobre isso no próximo episódio.


Então, galera! Muito obrigado por terem nos acompanhado e semana que vem será nosso último episódio desse documentário (AHHHHHHH, mas já?), pois é, infelizmente tudo que é bom precisa ter um fim, né? Mas quero dizer que estou amando estar compartilhando toda essa minha experiência com vocês. Ah! E o último episódio vai cair justamente no dia do meu niver de 30 anos, hein? Então me segurem pra eu não me jogar de um pé de alface até lá.


Então até o próximo programa, nesse mesmo horário e nesse mesmo canal!






Melqui 30 Anos

Documentário | Episódio 3

 

Produção Executiva:

Melqui Rodrigues

 

Direção de Fotografia:

Alyson Lemos

 

Direção de Arte Gráfica:

Cristina Ravela

 

Direção Geral:

Kax Silva

 

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