Ahhh
o teatro! Lembro-me bem das palavras do meu professor Bernardo Felinto “Dá um
frio na barriga pisar nessas tábuas sagradas”, era a forma que a gente
carinhosamente chamava o palco.
Engraçado
que até a minha inclusão no teatro foi de uma forma “estranha” (porque se não
tiver nenhum problema, não seria eu, certo?), eu havia me matriculado para a
turma que iria iniciar em Abril de 2018, mas aí teve um rolê lá e acabou que a
turma não foi aberta, então o produtor entrou em contato comigo me dando duas
escolhas, esperar até Agosto quando começar o próximo semestre ou entrar no meio
do semestre com a turma em andamento. Eu pensei: “Cara, eu já esperei tanto
tempo, vou ter que esperar mais?” Não! Me joga nessa bagaça aí, meu chapa!
O
problema é que eu entrei lá sem conhecer ninguém, o que me aliviou é que outro
aluno que hoje é muito amigo meu, o Mattioli (te amo, irmão!), entrou no mesmo
dia que eu. E tipo, eu tinha recém participado de um teste pra um curta que era
adaptação de um conto do Stephen King. Pensa na responsabilidade? Eu passei?
Infelizmente não, fiquei até meio triste porque era meu primeiro teste na vida,
mas segui adiante e entrei com tudo no teatro.
Uma
coisa que eu aprendi muito lá dentro além de aprimorar minha experiência na
atuação é perceber que gente do teatro não liga pra rótulos e não sai rotulando
ninguém lá dentro, achei aquilo libertador! Porque ali tinha de tudo, héteros,
gays, lésbicas, bissexuais, católicos, espíritas, umbandistas e todo mundo se
tratava igualmente. Eu a princípio me senti um peixe fora d’água por ser o
único evangélico do grupo, a maioria bebia, fumava, (não estou julgando eles,
gente, apenas estou enfatizando o quanto minha realidade era distante da
maioria ali), eu era o cara que nunca ia nas festinhas após a aula ou após cada
apresentação.
Mas
alguns deles eram tão respeitosos comigo que falaram: “Melqui, você não precisa
beber ou fazer o que a gente faz, só queríamos ver você um dia com a gente nas
confraternizações”. E adivinha? Eu fui em umas duas e foi muito legal! Fiz
amizades ali que eu quero levar pra minha vida toda.
O
teatro me abriu portas para vários outros projetos, fiz vários testes,
inclusive até passei em um onde fiz um curta-metragem onde interpretei um
cangaceiro. Foi muito engraçado! Pena que não tenho acesso mais ao curta, senão
eu mostrava pra vocês, mas enfim...
Logo
no início de 2019 eu recebi uma proposta que nunca imaginei, em uma
Segunda-feira de manhã recebi um áudio da monitora do teatro Bianca Alves (te
amo, musa!) falando de um projeto pra um videoclipe que um amigo dela produtor
estava realizando e que precisavam de alguém do meu perfil. Eu topei na hora e
nem tinha ideia do que seria. Então o produtor da Haze Studio entrou em contato
comigo e disse que seria um videoclipe de rap, eu fiquei: Caracas, eu nunca
imaginei na minha vida participar de um clipe de rap.
Então
foi numa segunda-feira que ele entrou em contato comigo e disse que a gravação
seria na Terça-Feira em uma cidade aqui no DF que se chama Águas Claras, às
20h. Eu pensei: “Ferrou” Eu morava muito longe, como eu iria fazer um rolê
desses? Então combinei com meu amigo que morava em Taguatinga se eu poderia ir
pra lá depois que encerrasse a gravação e ele topou de boa, ainda bem, porque
as filmagens foram até meia noite!
E
pensa numa experiência incrível, galera! Fiz amizades, peguei alguns contatos e
foi lindo! O clipe ficou perfeito e já foi visto por mais de 1 milhão de
pessoas, esse projeto abriu as águas na minha carreira, as pessoas me viam na
rua e me reconheciam: “Cara, você participou do clipe do Froid, né?” Foi lindo!
Uma das melhores experiências que eu tive.
Antes
disso, minha maior experiência tinha sido uma participação especial que eu fiz
em uma web-série colombiana antológica chamada “Esta es mi Historia” em
2016/2017. O produtor colombiano Rafa Caicedo me convidou e fiz um vigarista na
série (foi topper), as minhas gravações foram feitas aqui no Brasil mesmo e eu
enviei o material pra ele, não podia viajar pra Colômbia por conta das
condições financeiras. Pena! Culpa da Dilma! Ah é? O atual presidente é tão
pior quanto, né? Deixa pra lá!
Enfim,
tenho lindas recordações do teatro, ainda estou cursando, mas por conta da
pandemia, estamos tendo dificuldades pra seguir com as aulas, mas creio que
tudo vai dar certo. Agora vocês devem tá se perguntando: POR QUE O TÍTULO DO
EPISÓDIO É MEU NERD FAVORITO? Agora vocês vão saber o motivo, senhoras e
senhores, então senta aí rapidinho e vamos conversar.
Eu
desde pequeno fui muito fissurado em animes e tals, tanto que a primeira vez
que eu fui pro cinema no auge dos meus 8 anos, foi pra assistir o primeiro
filme do Pokémon: Mewtwo Contra-Ataca (saudades do que vivi). A minha paixão
por Pokémon e por animes foi aumentando muito ao longo dos anos que eu
colecionava revistas, pôsteres e etc, mas tive empecilhos e eram meus pais.
Eles
odiavam tudo aquilo e ressaltavam que ISSO É COISA DO DEMÔNIO! TUDO ISSO AÍ É
OBRA DO SATANÁS! Se a gente levar por esse lado, tudo o que a gente assiste tem
um contexto meio maquiavélico dentro, né? Mas a gente é que tem tomar cuidado
de como vamos consumir aquele tipo de conteúdo, mas eu sinceramente não ligava
pra nada disso, eu amava! Brincava de Pokémon com meus amigos aqui na rua (vou
expor todo mundo nessa merda mesmo que eu não vou passar essa vergonha
sozinho), eu simplesmente amava!
Mas
aí eu cresci, né? Veio outras prioridades e tals, mas foi em 2019 que eu vivi
momentos mágicos na minha vida onde literalmente eu voltei à infância. Estava
com a estabilidade emocional no lugar (o que é difícil), administrando bem
minhas finanças e tals, foi aí que eu decidi ir no evento Video Game Show aqui
em Brasília.
Cara,
tinha vários lotes, uns bem simples, mas eu pensei: “Cara, só se vive uma vez”.
Mano, eu peguei o pacote VIP de três dias e gastei uma fortuna (meu bolso
chorou por 3 meses), mas pergunta se eu me arrependo? Nenhuma gota de suor.
Tudo, absolutamente tudo valeu a pena! Eu pensei: “Ah, eu queria usar alguma
roupa de anime pra ir no evento só pra ficar na vibe mesmo”, então comprei a
roupa do Ash do Pokémon, comprei só pra ir nesse evento mesmo sem pretensão
nenhuma, sabe? Mas aí me surpreendi quando cheguei lá!
No
momento que eu entrei na portaria do evento, mó galera gritando: ASH! ASH!
TEMOS QUE PEGAR!, eu nem sabia como reagir ou o que falar, e então um bocado de
gente vindo tirar foto comigo, dizendo que “eu” fiz parte da infância deles e
tals. Confesso que estava me sentindo um nojo porque pela primeira vez na vida
eu estava tendo algum valor em um lugar público, mas enfim...
Foi
a experiência mais maravilhosa que eu já tive com uma coisa que eu sempre
gostei! Conheci o Peter do Ei Nerd, o
Yudi Tamashiro, os dubladores dos vingadores, o Wendel Bezerra, dublador do
Goku e tirei foto com TOOOOODOS eles (morram de inveja!). Cara, mas ter conhecido
esses astros foi o “de menos”, eu fiz tantas amizades lá, tantas, que até hoje
eles fazem parte do meu ciclo de amigos e os amo do fundo do meu coração. Após
o Video Game Show, eu comecei a participar de todos os eventos Geek que
aconteciam aqui em BSB, e em cada um era uma experiência diferente e conhecia
muito mais gente.
Cheguei a participar de desfiles com o cosplay do Ash, não ganhei, mas não era isso que eu queria, só queria trajar o personagem que eu sempre amei na minha infância e agora eu posso ser ele. Imaginem! Você agora pode se vestir no herói que fez parte da sua infância para essa nova geração de crianças? Cara, as lágrimas vinham quando eu via as crianças se aproximando de mim querendo tirar foto comigo porque pra eles eu era o Ash e nada mais importava que a opinião deles kkkk. Era lindo!
Eu
participei de um concurso musical no X1 Geek em Outubro de 2019 e ganhei o 2°
lugar na disputa, recebi muitos comentários até mesmo da staff do evento.
“Caramba, Ash! Tu canta pra carai” Eu: “Ah bobo, são os teus olhos”.
Minha
experiência no mundo Geek foi uma imersão total onde eu continuo até hoje,
agora tenho outros cosplays também, já me tornei o novo “Homem-Aranha” daqui da
minha região e amo tudo isso! Sério, não me arrependo em nenhum centavo que eu
gastei investindo nisso.
E
claro que tudo isso da minha imersão no mundo Geek ajudou muito na aprimoração
do meu trabalho atual na internet como criador de conteúdo. Sim, muitos aqui já
sabem, mas eu hoje tenho um canal no youtube onde meu nicho é cinema, cultura
pop etc. Mas eu só vou explicar melhor sobre isso no próximo episódio.
Então,
galera! Muito obrigado por terem nos acompanhado e semana que vem será nosso
último episódio desse documentário (AHHHHHHH, mas já?), pois é, infelizmente
tudo que é bom precisa ter um fim, né? Mas quero dizer que estou amando estar
compartilhando toda essa minha experiência com vocês. Ah! E o último episódio
vai cair justamente no dia do meu niver de 30 anos, hein? Então me segurem pra
eu não me jogar de um pé de alface até lá.
Então até o próximo programa, nesse mesmo horário e nesse mesmo canal!
Melqui 30 Anos
Documentário
| Episódio 3
Produção
Executiva:
Melqui
Rodrigues
Direção de Fotografia:
Alyson
Lemos
Direção de Arte Gráfica:
Cristina
Ravela
Direção Geral:
Kax
Silva
Rajax
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