CENA 01. BAR DO LUKE. APARTAMENTO.
INT. NOITE.
FLORA ESTÁ SENTADA, LENDO O DIÁRIO
DE VAIOLA. ELA DEVORA AS PALAVRAS COM FOME.
NELA, ATENTA.
CORTA PARA:
CENA 02. RIVERWOOD. ESTAÇÃO DE
TREM. EXT. DIA.
INÍCIO DE
2002.
VAIOLA DAVIS DESCE DO TREM,
DESLUMBRANTE, SUA BELEZA CHAMA A ATENÇÃO DOS CIDADÕES QUE ESTÃO NO LOCAL. ELA
SORRI, ENCANTADA.
VAIOLA ARRASTA ALGUMAS DE SUAS
MALAS, QUANDO ESBARRA EM UM HOMEM. CLOSE EM LUKE. ELES SE OLHAM, SORRIDENTES,
NASCENDO UM CLIMA ENTRE OS DOIS.
LUKE – Perdão, estou distraído
hoje. Talvez seja uma noite mal dormida. (T) Enfim, prazer, Luke Crain. Você é?
VAIOLA – Não se preocupe. (T)
Vaiola. Vaiola Davis. Sou a nova governanta dos Howling!
O SORRISO DE LUKE DESAPARECE E ELE
OLHA SÉRIO PARA A MOÇA. THEO SE APROXIMA DOS DOIS.
THEO – Luke, cara, quanto tempo.
Como você está?
LUKE – Estou bem!
THEO – Vaiola, né?
VAIOLA O OLHA, SURPRESA.
VAIOLA – Sim, eu mesma. Nos
conhecemos?
THEO – Não, desculpe. Eu sou Theo
Wilson, o motorista dos Howling. Te reconheci da foto!
VAIOLA – Ah sim, claro! Prazer em
te conhecer Luke.
LUKE – O prazer é meu, não deixe de
ir ao meu bar, é o melhor ponto turístico dessa cidade.
THEO RI E GRITA.
THEO – Não exagera Luke, a sua
taberna não chega aos pés de um bar de beira de estrada.
LUKE – Por isso está a sua altura,
meu amigo.
ELES DÃO RISADAS. CLOSE EM LUKE,
FICANDO PREOCUPADO LOGO EM SEGUIDA.
CORTA PARA:
CENA 03. MANSÃO HOWLING. JARDIM.
EXT. DIA.
O CARRO VAI SE APROXIMANDO DA
ENTRADA PRINCIPAL. VAIOLA EMERGE DE DENTRO DO VEÍCULO, ENCANTADA ELA OBSERVA
CADA PEDAÇO DAQUELE LUGAR.
A CAM SOBE, TENDO UMA VISÃO AÉREA E
PARA DE FRENTE Á UMA JANELA REVELANDO ISABEL OBSERVANDO A CHEGADA DE VAIOLA
DAVIS. LÁGRIMAS ESCORREM DE SEUS OLHOS. NELA.
CORTA PARA:
CENA 04. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. DIA.
ANTONIA ENTRA NO QUARTO E SE
APROXIMA DE ISABEL.
ANTONIA – O que faz aqui? Não
deveria estar lá embaixo recebendo a novata?
ISABEL SECA AS LÁGRIMAS E CONTINUA
OLHANDO PARA VAIOLA.
ISABEL – Ela chegou para roubar o
meu lugar, como posso ficar feliz com isso?
ANTONIA – Ah querida, você não está
sendo roubada, está sendo promovida.
ISABEL – A uma empregadinha do mais
baixo escalão? Eu fui a melhor governanta que vocês tiveram, sempre concordei
com tudo, por que essa garota?
ANTONIA – Você não entende Isabel
que agora será só minha e do Henri? Ninguém mais irá tocar em você além de nós.
Você é um exemplo a ser seguido e por isso não foi descartada como as outras.
ISABEL – Talvez eu tenha me
deslumbrado, por sempre ser a imagem dessa mansão, dos negócios da família, eu
faço parte de vocês.
ANTONIA VIRA ISABEL E A SEGURA PELO
PESCOÇO.
ANTONIA – Uma vadia como você nunca
será como um Howling, tem que nascer no alto escalão, vir de berço de ouro e
ter muito poder. Você é carne passada do ponto. Quenga de ponto, nunca fará
parte de um de nós. Coloque-se em seu lugar, Isabel, você sabe do que somos
capazes, então aproveita a chance de continuar sendo a treinadora das novas
garotas. Todas elas passarão e você vai continuar aqui até o fim da sua vida.
ANTONIA SOLTA ISABEL, DEIXANDO-A
RESPIRAR.
ANTONIA – Recomponha-se e vá
receber a garota. Não jogue a chance fora ou sofrerá as consequências, prove
que pode ser digna da minha confiança e terá tudo o que precisa pra continuar
com essa sua vida medíocre.
ANTONIA SE RETIRA. ISABEL CHORA,
PERDIDA. NELA.
CORTA PARA:
CENA 05. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. NOITE.
VAIOLA AJUDA UMA EMPREGADA A
GUARDAR UMA LOUÇA DE ALTO VALOR EM UM COFRE, PARA SER LEVADO PELOS SEGURANÇAS
DA PROPRIEDADE PARA O COFRE DA MANSÃO.
ISABEL OBSERVA A GAROTA. QUANDO
FINALIZAM OS TRABALHOS E OS FIGURANTES PARTEM. VAIOLA SENTA-SE A MESA E OBSERVA
ISABEL APROXIMANDO-SE COM DUAS XICARÁS.
VAIOLA – Obrigado, foi um dia e
tanto.
ISABEL – O dia seguinte, depois que
chegamos aqui, sempre tem muito trabalho e detalhes a serem aprimorados.
VAIOLA – Sabe o que eu acho
estranho? É garotas da nossa idade sendo contratadas para uma vaga dessas.
ISABEL – Também me questionei sobre
isso, afinal, imaginamos pessoas mais velhas nesse cargo. É de grande
responsabilidade!
VAIOLA – Eu preciso de agradecer,
sem a sua ajuda nos detalhes, eu teria quebrado pelo menos metade dessa cozinha
e arruinado o jantar.
ISABEL – O importante é o esforço.
(T) Bom, vou me recolher que amanhã teremos muito o que fazer. A primeira festa
sempre é a mais interessante, você vai amar. Boa noite!
VAIOLA – Boa noite!
ISABEL DEIXA A CENA. ARTUR ENTRA NA
COZINHA COMO SE TIVESSE PERDIDO.
VAIOLA – Oi, posso lhe ajudar?
ARTUR OLHA PARA VAIOLA, ENCANTADO
COM A BELEZA DA GAROTA. DESCONCERTADO, ELE SE APROXIMA.
ARTUR – Ah, não sabia que iria
encontrar aqui. Desculpa, estou atrás de duas taças para o vinho. Acabei de
quebrar duas!
ELES DÃO RISADAS.
VAIOLA – E eu acabei de falar para
a Isabel que se eu estivesse aqui sozinha, já teria quebrado metade da cozinha
com o meu desastre.
ARTUR – Acho que temos algo em
comum.
ELES RIEM.
ARTUR – Onde ficam as taças?
VAIOLA – A Isabel me mostrou, vou
pegar para você... Senhor, desculpe.
ARTUR – Pode me chamar de você ou
Artur, a senhorita que sabe.
VAIOLA – Então me chama de Vaiola.
ELA SORRI E ELE FICA ENCANTADO COM
ELA. VAIOLA APROXIMA-SE DO ÁRMARIO E ABRE A PORTA, ELA TENTA ALCANÇAR AS TAÇAS,
MAS NÃO CONSEGUE.
ARTUR APROXIMA-SE PARA AJUDA-LÁ E
COLOCA UMA MÃO NA CINTURA DA GAROTA. ELE PEGA UMA TAÇA E LOGO EM SEGUIDA PEGA
OUTRA.
AO TERMINAR, ELE E VAIOLA SE OLHAM,
PRÓXIMOS. REBECA ENTRA NA COZINHA FLAGRANDO O CLIMA ENTRE OS DOIS.
REBECA – O que está acontecendo
aqui?
ELES SE AFASTAM ASSUSTADOS, FAZENDO
COM QUE VAIOLA DERRUBE UMA DAS TAÇAS AO CHÃO, QUE CAI EM CÂMERA LENTA,
ESPATIFANDO-SE.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Foi naquele momento em que Rebeca começou a me odiar. Ela também percebeu o que
eu e o Artur sentimos e o clima estava no ar, era visível, como também era
visível o ódio mortal de uma esposa insatisfeita e pouco amada.
CORTA PARA:
CENA 06. MANSÃO HOWLING. JARDIM.
EXT. DIA.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Eles estavam reunidos na quadro de tênis jogando algumas partidas e as trocas
de olhares nunca foram tão óbvias. Não vou mentir, eu o queria e sabia que ele
me queria. Seria eu, a pior das garotas por desejar um homem casado?
ENQUANTO ESTÁ ACONTECENDO UMA
PARTIDA DE TÊNIS ENTRE HENRI, ANTONIA, REBECA E ARTUR. DOMINIC E VAIOLA
OBSERVAM O JOGO. DOMINIC PERCEBE AS OLHADAS E SORRISOS DE SEU FILHO PARA
VAIOLA.
DOMINIC – Ele é um garoto lindo,
não é?
VAIOLA (ENVERGONHADA) – Ah...
Perdão... Eu...
DOMINIC – Pode falar garota, o meu
filho é lindo e conquista muitos corações.
VAIOLA – Mas o coração dele já tem
dona.
DOMINIC – É, sempre acham que tem.
As vezes me questiono sobre. (T) Acho que bebi algumas taças a mais de
champanhe. Está um lindo dia, irei me recompor.
DOMINIC SE RETIRA. VAIOLA PERCEBE A
JARRA DE ÁGUA COM GELO E LIMÃO QUASE NO FIM. ELA PEGA PARA REPOR E SE RETIRA DO
LOCAL. ARTUR OBSERVA A PARTIDA DELA.
CORTA PARA:
CENA 07. MANSÃO HOWLING. SAUNA.
EXT. DIA.
PETER ESTÁ DA CABANA DA SAUNA E
PEGA O CAMINHO MAIS CURTO PARA A MANSÃO. ELE ESTÁ SEM CAMISA E VISIVELMENTE
SUADO.
THEO APROXIMA-SE DO HOMEM COM
ALGUMAS TOALHAS EM MÃOS.
PETER – Acho que esse não é o
trabalho no qual você foi designado.
THEO – Estou ajudando a Isabel, ela
está um pouco atolada com o trabalho depois da despensa de alguns funcionários.
PETER – Achei gentil da sua parte.
THEO OBSERVA O CORPO DE PETER, QUE
POR SUA VEZ PEGA UMA TOALHA DA MÃO DELE E PASSA EM SEU CORPO.
THEO – Eu tenho que... que ir até a
sauna.
PETER – Eu vou para o meu quarto me
trocar para o jogo.
THEO PASSA DE PETER. O HOELING O
OLHA E SORRI. SEGUE A TRILHA.
CORTA PARA:
CENA 08. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. DIA.
ISABEL ESTÁ ENCHENDO UMA DAS
JARRAS. ELA OBSERVA PELA JANELA, PETER E HENRI SE APROXIMANDO. ISABEL ARRUMA
SUA ROUPA E VAI ATÉ A PORTA.
HENRI – Vai acompanhar eles, hoje
estão com o braço fraco, não conseguem vencer os Howling.
ELES DÃO RISADA. PETER SEGUE EM
DIREÇÃO A QUADRA. HENRI ENTRA, TODO SUADO E ENCONTRA ISABEL NO SEU CAMINHO.
HENRI – Isabel? Cadê a Vaiola?
ISABEL – Ela precisou ajudar a Sra.
Bly, não estava muito bem. Talvez tenha exagerado como sempre no champanhe.
HENRI – Hm. A Dominic sempre
exagera, não é novidade.
HENRI SE APROXIMA DA MESA E PEGA UM
COPO DE SUCO.
ISABEL – E a Antonia? Ela está no
jogo?
HENRI – A Antonia começa o jogo e
só termina depois de vencer com uma alta vantagem. Você a conhece bem!
ISABEL OLHA PELA JANELA. ISABEL
ENCARA HENRI, OBSERVA OS DETALHES DE SEU CORPO E MORDE SEUS LÁBIOS.
ISABEL – Sente minha falta?
HENRI – Como posso sentir falta de
algo que nunca deixei de ter?
ISABEL – Não me procurou, desde
aquela noite.
HENRI – Eu estava cansado.
ISABEL SENTA-SE EM CIMA DA MESA,
LEVANTA SUA SAIA E RETIRA SUA CAMISA, REVELANDO SEUS SEIOS.
ISABEL – Está cansado agora?
HENRI LARGA O COPO E LEVA SUAS DUAS
MÃOS AOS SEIOS DA GAROTA. ELA RETIRA A CAMISA DELE E COMEÇA A ESFREGAR SUAS
MÃOS NO CORPO DELE.
HENRI TIRA SEU SHORT, REVELANDO SUA
EREÇÃO. POR OUTRO ÂNGULO, MOSTRA-SE HENRI E ISABEL TRANSANDO EM CIMA DA MESA,
COM A BUNDA DELE TODA DESPIDA SE CONTRAINDO.
VAIOLA APROXIMA-SE DA COZINHA E
OUVE OS GEMIDOS, ELA ENCOLHE OS PASSOS E SEM FAZER BARULHO ELA ESPIA,
CHOCANDO-SE AO VER ISABEL E HENRI EM UM SEXO CALORENTO NA COZINHA DA MANSÃO.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Eles transavam com fogo, prazer e sagacidade, mas era nítida a falta de amor e
irresistível o fetiche realizado pelos dois naquele momento. Ah quem critique,
mas as vezes se entregar a um homem mais velho é interessante e algumas vezes
muito mais prazeroso. Principalmente com o Henri Howling, eu vi que ele sabia o
que fazer e ela também. Não é atoa que eu também o quis.
CORTA PARA:
CENA 09. RIVERWOOD. BAR DO LUCK.
INT. NOITE.
CLOSE EM ALGUÉM COLOCANDO UMA BOLSA
EM CIMA DO BALCÃO E CHAMANDO A ATENÇÃO DE LUKE, QUE VIRA E FICA SURPRESO COM O
QUE VÊ.
É VAIOLA, VESTIDA PARA UMA NOITADA.
ENCANTADO, ELE SE APROXIMA.
LUKE – O que uma garota como você
faz sozinha, essas horas da noite num bar, vestida para matar?
VAIOLA – Vim matar a minha vontade
de curtir a noite. É uma das coisas que sinto falta, quando penso em New York.
LUKE – A primeira é por conta da
casa. (sorri) Me diz, o que veio fazer nessa cidade?
VAIOLA – Algumas oportunidades e
experiências estão aqui para serem aproveitadas e vividas. Seria eu a garota
mais burra desse mundo em não aceitar esse emprego?
LUKE – Uma garota como você poderia
estar estampando as revistas.
VAIOLA – Me disseram que sou só
mais do mesmo, afinal, o que é beleza para essa gente? Eles não enxergam nem
metade das belezas que nós mulheres carregamos, sejam elas de qualquer
estereótipos.
LUKE – O que está achando da
experiência?
VAIOLA – Interessante!
ELES DÃO RISADA.
CORTA PARA:
CENA 10. BAR DO LUKE. LAJE. EXT.
NOITE.
VAIOLA E LUKE ESTÃO DEITADOS
OBSERVANDO AS ESTRELAS. ELA SE ENCANTA COM O CÉU LIMPO E O BRILHO DAS ESTRELAS
EM QUE ELES OBSERVAM.
VAIOLA – Aqui é lindo. Você faz
isso sempre? Vem pra cá depois que fecha tudo e observa o céu?
LUKE – As vezes eu só durmo mesmo.
(RI) É eu gosto de vir para cá e pensar sobre tudo que vim vivendo durante
todos esses anos. Cada detalhe, cada segundo é importante. Não podemos esquecer
nunca o que vivemos.
VAIOLA – Nem todos querem lembrar
do passado, eu prefiro pensar no futuro.
ELES SE OLHAM E SORRI UM PARA O
OUTRO.
LUKE – Vaiola Davis, por que tão
linda?
VAIOLA – Luke Crain, por que tão
sedutor?
ELES DÃO RISADA.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Pela primeira vez me senti conectada com alguém, era além de tesão ou sentir
algum tipo de prazer. É uma conexão inexplicável e totalmente viciante. Eu
queria viver ao lado do Luke, não era atoa que saímos algumas vezes. Ele me
mostrou lugares que nunca pensei que veria fora de um cartão postal. Luke Crain
me mostrava a vida e como ela era bonita e por isso me apaixonei por ele, mas
ainda era refém dos fetiches que criei naquele dia na propriedade dos Howling.
MOSTRA-SE AO SER NARRADO, OS PONTOS
TURISTICOS VISITADOS POR LUKE E VAIOLA. AS PAISAGENS, AS FOTOS QUE ELES TIRARAM
EM UMA CÂMERA ANTIGA DE LUKE. O SORRISO INOCENTE DE VAIOLA E LUKE. A FELICIDADE
DOS DOIS OS CONTAGEIA, ATÉ QUE NO POR DO SOL DE UMA DESSAS TARDES OS DOIS SE
BEIJAM, APAIXONADAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 11. MANSÃO HOWLING. QUARTO DE
VAIOLA. INT. NOITE.
ESTÁ TUDO ESCURO, VAIOLA OUVE
ALGUNS BARULHOS NA JANELA E CORRE ATÉ ELA. AO ABRIR, VAIOLA VÊ LUKE SUBINDO
PELA LATERAL E APROXIMANDO-SE DA JANELA.
VAIOLA – O que está fazendo Romeu?
LUKE – Senti falta da minha
Julieta.
ELA SORRI. LUKE ENTRA NO QUARTO.
VAIOLA – Silêncio, se não vamos
acordar a casa toda.
LUKE – Acho que não é isso que
queremos, né?
VAIOLA – Eu acho que podemos fazer
coisas sem muito barulho.
SONOPLASTIA ON – WAR OF HEARTS – RUELLE.
LUKE RI E APROXIMA-SE DE VAIOLA.
ELE A PUXA ENCOSTANDO-SE SEUS CORPOS. OS DOIS COMEÇAM A SE BEIJAR. VAIOLA
RETIRA SUA CAMISOLA. LUKE DESENHA O CORPO DELA COM SEUS DEDOS, ENQUANTO BEIJA O
OMBRO DELA.
VAIOLA RETIRA A CAMISA DE LUKE,
REVELANDO SEU CORPO DEFINIDO E DESENHA OS GOMOS DE MÚSCULOS DA BARRIGA DE
TANQUINHO DE LUKE COM OS SEUS DEDOS, ATÉ CHEGAR NAS CALÇAS DELE, ABRINDO O SEU
SINTO. ELES FICAM TOTALMENTE NUS.
LUKE E VAIOLA DEITAM-SE NA CAMA E
COMEÇAM A FAZER AMOR. APAIXONADOS.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Na nossa primeira noite de amor, eu me senti a mulher mais amada do mundo. O
Luke me tocava com delicadeza e carinhosamente. Era como se eu fosse uma boneca
de porcelana e pudesse de alguma forma quebrar. Quando cheguei a essa
conclusão, já era tarde, mas alguém seria capaz de me avisar que na noite
seguida eles me quebrariam? Como sempre, não!
CORTA PARA:
CENA 12. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. DIA.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) -
Naquela manhã eu estava quebrada, logo após a festa, tudo que eu tinha era
lapsos de memória. Lembrava da minha entrada triunfal, da foto do meio da
escada, dos olhares voltados a mim e toda aquela gente me tratando como um ser
celestial. Só na manhã seguinte percebi que eu era o sacrifício e que eles
estavam comtemplando a presa antes de jogá-la aos porcos.
A CENA INICIA-SE COM VAIOLA DEITADA
EM CIMA DE SUA CAMA, EM POSIÇÃO FETAL, VISIVELMENTE ABALADA. COM FLASHS DE SUA
ENTRADA TRIUNFAL NA FESTA, DAS PESSOAS APROXIMANDO-SE DELA E A ELOGIANDO. DOS
OLHARES. OS SORRISOS. OS TOQUES. A GENTILEZA. AS MENTIRAS.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Fiquei deslumbrada e agora estou destroçada. Eu sei o que fizeram comigo, sei a
dor que estou sentindo em mim e ela não é só física. Fui violada depois de ser
dopada, mas estava com medo. Quem fez? Por que eu? Qual seria o meu primeiro
passo? No final, fiz como muitas, com vergonha do que fizeram comigo, eu não
queria ser julgada ou mandada embora por acusar um homem sem rosto. Onde estariam as respostas?
CORTA PARA:
CENA 13. APARTAMENTO DE LUKE.
QUARTO. INT. NOITE.
FINAL DE
2003.
FLORA ENGOLE SECO DEPOIS DA ÚLTIMA
PÁGINA QUE LEU. ELA FECHA O DIÁRIO E LEVANTA-SE. FLORA CAMINHA EM DIREÇÃO Á
COZINHA E PEGA UM COPO DE ÁGUA. SEUS OLHOS ESTÃO MAREJADOS E SUAS MÃOS
TRÊMULAS.
FLORA – Cadê você Luke? Eu não sei
se consigo terminar isso sozinha. (OLHA P/ RELÓGIO) Está tarde!
FLORA VOLTA PARA O QUARTO E PEGA O
DIÁRIO. ELA O ABRE.
CORTA PARA:
CENA 14. APARTAMENTO DE LUKE. SALA.
INT. NOITE.
SEGUNDO
SEMESTRE DE 2002.
VAIOLA ESTÁ USANDO O GARFO PARA
REVIVRAR A COMIDA NO PRATO, REFLEXIVA. LUKE OBSERVA SUA NAMORADA.
LUKE – Não está com fome?
VAIOLA – Apenas cansada, tive um
dia e tanto.
LUKE – Você está estranha, faz
meses que venho notando a seu comportamento. Posso saber o que está
acontecendo?
VAIOLA – Estranha? Eu só estou
cansada, não posso mais sentir cansaço? Olha Luke, está tarde e prefiro dormir
na minha cama hoje.
LUKE – Eu sou o seu namorado e você
sabe que pode confiar em mim.
VAIOLA – Eu sei, o problema é que
não tenho o que dizer. Só preciso de uma ótima noite de sono, amanhã terei uma
festa.
VAIOLA RETIRA-SE.
FLORA (NARRANDO/ LENDO O DIÁRIO) –
Eu sentia que podia confiar no Luke e dizer o que estava se passando, mas eu
precisava de respostas e uma chance de escapar viva. Dias antes eu havia
recebido um bilhete, alguém sabia que eu estava investigando os Howlings, após
fazer algumas perguntas sobre as anteriores. Eu tinha que descobrir como ter os
aliados certos.
CORTA PARA:
CENA 15. RIVERWOOD. RUA. EXT.
NOITE.
SONOPLASTIA ON – HERO –
RUELLE.
FLORA (NARRANDO/ LENDO O DIÁRIO) -
Após sair da casa do Luke, andei pelas ruas vazias de RiverWood, tentando
imaginar qual era a melhor rota de fuga. Eu estava presa nesta cidade, até que
vi passando devagar ao meu lado em seu automóvel, a minha primeira chave para
destrancar essa maldita porta de fuga.
VAIOLA CAMINHA PELA CIDADE,
REFLEXIVA, QUANDO PERCEBE UM CARRO LHE ACOMPANHANDO. ELA OLHA PARA O LADO, UM
POUCO TRÊMULA. AO VER HENRI HOWLING, ELA FICA NITIDAMENTE ALIVIADA. VAIOLA
APROXIMA-SE DO CARRO.
VAIOLA – Sr. Howling, o que faz tão
tarde na rua?
HENRI – Acredito que o mesmo que
você. Pensando!
ELA SORRI.
HENRI – Quer uma carona?
VAIOLA – Se não for incomodo.
HENRI – Não será.
VAIOLA ENTRA NO CARRO. QUE PARTE.
FUSÃO PARA:
CENA 16. CARRO. RUA. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – HERO –
RUELLE.
VAIOLA OBSERVA HENRI DIRIGIR.
VAIOLA – Eu jurava que o senhor
tinha o seu próprio motorista.
HENRI – Quando quero escapar da
rotina e pensar, prefiro eu mesmo dirigir. E por favor, neste momento você pode
ser informal. Me chame de Henri! (P/VAIOLA) O que fazia tão tarde nessas ruas?
O que estava pensando?
VAIOLA – Não sei, eu só estava
imaginando como seria a vida se tudo fosse diferente.
HENRI – O que por exemplo?
VAIOLA – Tipo o que me trouxe para
cá. Hoje eu sou uma garota morta, porque cometi o crime de matar outra garota.
É isso que me prende nesta cidade.
HENRI – Uau, não sabia que estava
insatisfeita.
VAIOLA – Acredito que nenhuma
mulher se sente satisfeita depois de estuprarem ela.
HENRI PISA NO FREIO EM MEIO Á UMA
ESTRADA. ELE OLHA PARA VAIOLA.
HENRI – O que? Do que está falando?
VAIOLA – Eu sei do jogo sujo dos
Howling. Não fique surpreso Henri, você e a Antonia me trouxeram para cá, eu
sabia que algo viria. Só não imaginava que seria essa monstruosidade.
HENRI – Acho que esse assunto
deveria ter ficado guardado só com você Vaiola. Você já é uma garota morta!
VAIOLA OLHA PARA HENRI E SORRI,
FAZENDO-O DESMANCHAR O SEU SEMBLANTE TOMADO PELO MAL E O DEIXANDO CONFUSO.
HENRI – O que você quer, com tudo
isso que está me dizendo?
VAIOLA – Eu quero a proteção de um
homem.
HENRI – Você já não namora com
aquele tal de Luke?
VAIOLA – Estou falando de um homem
poderoso. Ah, Henri, não vem me dizer que nunca percebeu o que eu sempre quis
com você?
VAIOLA RETIRA SUA BLUSA E ARRANCA
SUA BLUSINHA. ELA FICA SÓ DE SUTIÃ. HENRI OBSERVA O CORPO DELA. ELA LEVA SUA
MÃO AS PARTES ÍNTIMAS DELE, O DEIXANDO AINDA MAIS CONFUSO E EXCITADO.
VAIOLA – Eu faço o que vocês
quiserem e algo em troca.
HENRI – O que?
VAIOLA – A minha liberdade quando o
meu ano acabar.
NAQUELE MOMENTO, VAIOLA DEMONSTROU
SEU PRIMEIRO MOMENTO DE FRAQUEZA, QUANDO SEUS OLHOS MAREJAM E ENGOLE SECO TODO
AQUELE MEDO ESTAMPADO APÓS FIZER TUDO AQUILO PARA HENRI HOWLING.
HENRI – Eu prometo que você será
livre após está temporada!
HENRI E VAIOLA SORRIEM. OS DOIS
APROXIMAM-SE E INICIAM UM BEIJO.
CORTA PARA:
CENA 17. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. DIA.
FLORA (NARRANDO/LENDO O DIÁRIO) –
Tudo funcionou naquela noite em que me entreguei ao Henri Howling. Eu havia
conseguido um troca justa. Era o meu desejo recomeçar. Meses se passaram e
atendi todos os desejos e fetiches de variados clientes dos Howling e as
ameaças enfim desapareceram. Eu e o Luke nos afastamos naqueles meses que foram
se passando. E vi o casamento de Antonia e Henri se abalando e a infelicidade
de Isabel ao não ter mais o poder com o Sr. Howling. Depois que a antiga
governanta descobriu o meu caso, novos bilhetes apareceram e esse era o início
do fim do meu inferno.
FIM DE
2002.
VAIOLA COMEÇA A SE DESPERTAR. ELA
ABRE OS OLHOS E VÊ A LUZ DO SOL INVADINDO SEU QUARTO, PERCEBENDO NAQUELE
MOMENTO QUE HAVIA ESQUECIDOD E FECHAR AS CORTINAS NA NOITE PASSADA. ELA OLHA
PARA SUA CAMA E VÊ UMA BANDEJA DE CAFÉ DA MANHÃ COM UMA ROSA E UM BILHETE. ELA
SORRI E PEGA A ROSA, MAS A LARGA RAPIDAMENTE AO SENTIR UM DOS ESPINHOS RASGAR
SEU DEDO.
VAIOLA – Droga!
ELA LIMPA O SANGUE AO LEVAR O DEDO
Á BOCA. VAIOLA PEGA O BILHETE E O ABRE.
VAIOLA (LÊ) – Espero que esse café
da manhã anime o seu dia. (VIRA O CARTÃO) Ou que você morra, vadia!
VAIOLA CHOCA-SE AO LER E LEVANTA-SE
RAPIDAMENTE DA CAMA.
CORTA PARA:
CENA 18. MANSÃO HOWLING.
ESCRITÓRIO. INT. DIA.
VAIOLA EMERGE DO HALL E ENTRA NO
ESCRITÓRIO, FLAGRANDO ANTONIA E HENRI.
ANTONIA – Precisamos nos preparar,
a festa de fim de ano está próxima e esse é um dos melhores momentos para os
Howling.
HENRI – Não se preocupe Antonia,
tudo sairá do jeito que você quer.
VAIOLA – Henri, preciso falar com
você.
HENRI – Vaiola, aconteceu algo?
VAIOLA – Sim, mas prefiro falar a
sós.
ANTONIA – O que? Eu sou sua chefe
também e posso resolver os mesmo problemas, da mesma forma que o Henri
resolveria. Diga logo garota, o que você quer dizer?
VAIOLA – Henri!
HENRI OLHA PARA ANTONIA, QUE COM
ÓDIO RETIRA-SE DO LOCAL E FECHA AS PORTAS.
HENRI – O que você quer? Sabe que
não pode confrontar a Antonia desta forma, né?
VAIOLA – Eu queria um momento com
você. Hoje você me mandou uma bandeja de café da manhã?
HENRI – Não, por quê?
VAIOLA – Porque alguém quer me
matar!
HENRI OLHA SÉRIO PARA VAIOLA.
HENRI – Não sei o que está
acontecendo, mas posso confirmar com toda certeza de que ninguém nesta casa irá
tocar em você, além de mim.
VAIOLA – Mas alguém me ameaçou,
logo agora, tão próximo dá...
VAIOLA É INTERROMPIDA COM UM BEIJO
DE HENRI. CLOSE NA JANELA, REVELANDO LUKE CHOCADO. VOLTA PARA VAIOLA E HENRI.
HENRI – Fala com a Isabel. Ela sim
terá notícias sobre.
ELE SE RETIRA.
CORTA PARA:
CENA 19. MANSÃÕ HOWLING. COZINHA.
INT. DIA.
VAIOLA CHEGA NA COZINHA E VÊ
ISABEL. ELA OLHA PARA OS OUTROS EMPREGADOS.
VAIOLA – Vocês, saem desta cozinha.
Quero falar com a Isabel!
ELES RETIRAM-SE. ISABEL CONTINHA
DESCASCANDO CENOURAS, SINICA.
VAIOLA – Foi você que deixou aquele
café da manhã, não foi?
ISABEL – Eu? Querida, não seria
capaz de fazer um café da manhã para uma reles governanta.
VAIOLA – Você não me engana,
Isabel. Desde o primeiro momento em que pisei nesta casa, eu vi a inveja estampada
nessa sua cara desgastada de baixo dessa sua maquiagem barata. Se acha que
ficarei amedrontada, está enganada.
ISABEL – Fale o que quiser Vaiola,
você também não me causa medo. E quer saber, tive inveja de você, mas depois de
tanto tempo eu percebi o quão vadia você é, e o quão ruim é estar no seu lugar.
Quer saber, eu poderia mandar uma bandeja de café da manhã para você e te fazer
ameaças com uma simples atitude de carinho. Tão ameaçador!
VAIOLA – Eu sei que foi você.
VAIOLA ENTRA O BILHETE PARA ISABEL
QUE LÊ.
ISABEL – Não foi eu.
VAIOLA PEGA O BILHETE E SAI, MAS
ISABEL CHAMA A SUA ATENÇÃO.
ISABEL – Vaiola, eu não preciso te
ameaçar porque tenho certeza de que voltarei ao topo e você não vai mais estar
lá.
VAIOLA – Tudo que é ultrapassado não
volta ao topo, no máximo acaba em uma barraquinha de brechó, aguardando alguém
de mal gosto suficiente para comprar. Tão barata e de certa forma, obsoleto!
VAIOLA RETIRA-SE. CLOSE EM ISABEL,
QUE SE LEVANTA E SAI.
CORTA PARA:
CENA 20. MANSÃO HOWLING. QUARTO DOS
HOWLING. INT. DIA.
ISABEL PENTEIA OS CABELOS DE
ANTONIA E OBSERVA A MATRIARCA DOS HOWLING SE OBSERVANDO NO ESPELHO, REFLEXIVA.
ANTONIA – Você acha que estou
ficando velha? Substituível?
ISABEL – Claro que não, Sra.
Howling, a senhora continua maravilhosa.
ANTONIA – Então por que ele está me
substituindo?
ISABEL – A senhora e o Sr. Howling
sempre tiveram um casamento apimentado e com amor. É nítido o quanto um
completa o outro.
ANTONIA – É aquela garota, ela
aprendeu a jogar esse jogo muito mais rápido do que imaginei. Ela usou toda a
beleza que tem e cedeu aos caprichos do Henri. Eu preciso me livrar dela, o meu
casamento está começando a ficar de pernas pro ar.
ISABEL – Não se preocupe senhora,
estarei aqui para ajudar, seja qual for a finalidade dos seus planos.
ANTONIA – Obrigado Isabel, mas
vamos começar pelo básico, destruir a confiança do Henri nela.
EM ANTONIA, SORRINDO.
CORTA PARA:
CENA 21. BAR DO LUKE. INT. NOITE.
VAIOLA ADENTRA O LOCAL E SE
APROXIMA DE LUKE. QUANDO ELE A VÊ, ELE SEGUE EM DIREÇÃO AO BANHEIRO. ELA O
SEGUE. CORTA PARA DENTRO DO BANHEIRO.
LUKE – O que você quer?
VAIOLA – O que está acontecendo?
Por que está agindo assim?
LUKE – Eu vi você beijando o me...
Beijando o seu chefe hoje cedo. Vaiola, o que está acontecendo?
VAIOLA – Luke... Eu... Eu posso
explicar. Mas antes preciso saber, você fugiria comigo?
LUKE – O que? Do que está falando?
VAIOLA – Eu te conto tudo, só confia
em mim.
LUKE – Não dá pra confiar em você.
Não posso confiar em você.
LUKE SE RETIRA, DEIXANDO VAIOLA EM
PRANTOS. ELA DEIXA O LOCAL. UMA PORTA DE UMA DAS CABINES DO BANHEIRO SE ABRE,
REVELANDO ARTUR.
CORTA PARA:
CENA 22. RIVERWOOD. EXT. NOITE.
VAIOLA SAI DO BAR E ARTUR LOGO EM
SEGUIDA.
ARTUR – Vaiola?
VAIOLA – Artur?
ARTUR – Oi, é... Eu te vi no bar e
logo depois saiu apressada. Aconteceu algo?
VAIOLA – Não, só uma noite difícil.
Estou indo para casa.
ARTUR – Eu te levo, não quero lhe
deixar sozinha na noite.
VAIOLA CONCORDA E ELES APROXIMAM-SE
DO CARRO.
FUSÃO PARA:
CENA 23. RIVERWOOD. CARRO. INT.
NOITE.
VAIOLA ESTÁ OBSERVANDO A CIDADE E
ARTUR OBSERVA.
ARTUR – Você está bem?
VAIOLA – Sim, estou!
ARTUR COMEÇA A ENCOSTAR O CARRO.
VAIOLA – Por que vai encostar? Não
chegamos na mansão Howling.
ARTUR TIRA O SINTO E LOGO DEPOIS
SOLTA O DE VAIOLA, QUE OLHA CONFUSA.
ARTUR – O que foi? Parece tímida.
VAIOLA – Não estou tímida. Estou
confusa, o que está acontecendo?
ARTUR – Qual é Vaiola? Eu sei que
você dorme com o Henri. Não só com ele. Sei que nos últimos meses fez muito bem
o seu trabalho, agora eu quero o meu pedaço também.
VAIOLA – Quanta grosseria dentro de
um diálogo só, Artur. Chega me enojar!
ARTUR – Vaiola, não faz joguinhos
comigo. Durante todos esses meses, estive louco por você, encantado. Eu sempre
lhe quis! (T) Talvez tenha me sentido até mesmo apaixonado por você, a mais
bela das criaturas.
VAIOLA – Eu sei que tivemos um
interesse, mas dá minha parte passou. Se não tivesse passado, tudo isso teria
acontecido há tempos.
ARTUR – Você deita-se com o Henri.
Com o Luke e mais um monte de velho babão, mas eu sou digno de nojo e desprezo?
Porque tudo isso agora, Vaiola?
VAIOLA – Porque eu tenho o poder
nas mãos e vou embora desse lugar. Você acha que sou feliz fazendo o que faço?
Ser a garota mais linda desta cidade me trouxeram cicatrizes internas que
jamais iram se fechar. Tantos os Howling, quanto os Bly carregam segredos e
mentiras dentro de suas bolsas chiques de couro. Só que quando eu percebi que
eu poderia ser só mais um segredo, resolvi alcançar mais do que vocês
imaginavam que eu teria.
ARTUR – Não cante vitória antes do
tempo, Vaiola. Não gostaria de lhe ver frustrada.
VAIOLA – Eu tenho nojo de você, do
Henri e de toda essa corja maldita desta cidade. Principalmente de você
querido, mal consigo me imaginar descendo a tão baixo. Muito obrigado, mas
agora vou ir andando!
ARTUR É TOMADO PELA RAIVA E PUXA
VAIOLA, FORÇANDO UM BEIJO. ELA TENTA SE SOLTAR, MAS É EM VÃO. ARTUR RASGA A
BLUSA DE VAIOLA, REVELANDO SEUS SEIOS. ELA GRITA E LÁGRIMAS ESCORREM. ARTUR
TENTA ABRIR AS CALÇAS E SEGURAR VAIOLA, MAS ELA CONSEGUE UMA BRECHA E LHE DÁ UM
TAPA, RASPANDO AS UNHAS EM SEU ROSTO, ARRANHANDO-O. ELE GRITA.
VAIOLA ABRE A PORTA DO CARRO E
JOGA-SE AO CHÃO. CLOSE EM ARTUR COM AS MÃOS NO ROSTO.
ARTUR – Você está morta Vaiola. Sua
prostituta barata, você está morta!
VAIOLA LEVANTA-SE DESESPERADA E
CORRE PELA RUA, COBRINDO SEUS SEIOS COM OS PANOS RASGADOS SUSTENTADOS PELO
BRAÇO DA MOÇA.
ARTUR FECHA A PORTA DO CARRO E LIGA
O MOTOR. CLOSE EM VAIOLA AO VER O FAROL DO CARRO DE ARTUR APROXIMANDO-SE EM
ALTA VELOCIDADE. DESESPERADA E LUTANDO PELA VIDA, VAIOLA JOGA-SE BARRANCO
ABAIXO, VENDO O CARRO DE ARTUR PASSANDO PELO LOCAL EM ALTA VELOCIDADE, ENQUANTO
SEU CORPO ROLA RIBANCEIRA ABAIXO.
AO PARAR DE ROLAR, VAIOLA CHORA,
DESESPERADA.
CORTA PARA:
CENA 24. MANSÃO HOWLING. QUARTO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – WAR OF HEART – RUELLE.
VAIOLA ENTRA NO QUARTO, TODA SUJA,
SUAS ROUPAS RASGADAS E SEU CORPO ENSANGUENTADO POR CAUSA DOS CORTES DA QUEDA.
ELA OBSERVA O QUARTO, AOS PRANTOS.
VAIOLA – Antes eu tivesse morrido
mesmo.
ELA VAI EM DIREÇÃO AO CLOSET E PEGA
UMA CAIXA. VAIOLA RETIRA UMA FOTO EM QUE ESTÁ COM LUKE E DEIXA SEM QUERER O
SANGUE DE SUAS MÃOS SUJAR A PRÓPRIA. ELA PEGA UMA FOTO DE SUA PRIMEIRA FESTA NA
MANSÃO HOWLING E GUARDA DENTRO DE UM ENVELOPE COM UM PAPEL DOBRADO.
ELA RETIRA DUAS GAVETAS E GUARDA
UMA FOTO COM LUKE E O ENVELOPE EM OUTRA.
VAIOLA – Se eu não sobreviver, que
a próxima descubra a verdade antes do fim. Sei que pode ser tarde para mim!
VAIOLA COLOCA AS GAVETAS NO LUGAR E
VAI EM DIREÇÃO AO QUARTO. COM RAIVA, ELA COMEÇA A JOGAR TODAS AS SUAS COISAS NO
CHÃO. DERRUBANDO OS ABAJUR, OS ENFEITES DA DECORAÇÃO E QUEBRANDO QUADROS E
ESPELHOS. CLOSE EM VAIOLA, QUE SE DEITA EM SUA CAMA, DESGASTADA E AOS PRANTOS.
CORTA PARA:
CENA 25. MANSÃO HOWLING.
ESCRITÓRIO. DIA.
VAIOLA ENTRA NO ESCRITÓRIO E VÊ
ANTONIA E HENRI, UM AO LADO DO OUTRO.
VAIOLA – Me chamaram?
ANTONIA – Essa sua arrogância é o
que mais me enoja.
VAIOLA – Henri, aconteceu alguma
coisa?
HENRI OBSERVA OS MACHUCADOS NAS
MÃOS DE VAIOLA.
HENRI – O que foi isso?
VAIOLA – Achei que você já sabia,
afinal, todos vocês dividem muito bem os segredos.
HENRI – Chega de joguinhos, Vaiola.
VAIOLA – O Artur tentou me matar,
porque não cedi a ele.
HENRI – Esse é o seu trabalho! (T)
Isso não me interessa, o que me deixa fora do sério é a sua falta de palavra.
VAIOLA – Do que está falando?
HENRI – Dá sua traição! Achou mesmo
que eu não teria amigos nos grandes e pequenos jornais deste país, prontos para
dedurarem qualquer notícia que possa sair desta mansão ou cidade, no intuito de
destruir meus negócios?
VAIOLA – Eu imaginava que você
teria pessoas compradas em todos os lugares, mas o que isso tem a ver comigo?
HENRI – Você mandou uma carta
contando tudo sobre a gente e sobre você para um jornal em New York. Isso é uma
quebra de contrato das piores, que é a falta de palavra. Eu ia cumprir minha
parte!
VAIOLA – Eu não fiz isso Henri.
Juro por tudo que é mais sagrado, nunca faria algo assim. Por favor, confia em
mim!
HENRI – Confiança é algo que não
existe no meu vocabulário, Vaiola.
VAIOLA – O que você quer? Eu
faço o que você quiser!
HENRI – Você é capaz de
matar alguém, por nós, Vaiola?
VAIOLA ENGOLE SECO E SEUS
OLHOS MAREJAM.
CORTA PARA:
CENA 26. BAR DO LUKE. EXT.
NOITE.
VAIOLA APROXIMA-SE DA SAÍDA
E VÊ LUKE COLOCANDO O LIXO PARA FORA.
VAIOLA – Luke? Vamos
conversar, por favor.
LUKE – Não devia me procurar
mais, Vaiola.
VAIOLA – Eles me
violentaram. (T) Eu estava sendo estuprada!
LUKE OLHA PARA VAIOLA,
CHOCADO.
LUKE – O que? Não pode ser,
Vaiola... Eu nem sei o que dizer, aqueles malditos filhos da puta.
VAIOLA – Eu tentei conseguir
minha liberdade. Fugir daqui, mas eles querem que eu faça algo terrível para eu
poder ir. Só que eu não posso fazer, então eu vim perguntar, você foge comigo?
LUKE – Vaiola, você precisa
denunciar essa gente. Precisa colocar atrás das grades esses desgraçados, não
podemos fugir e deixá-los assim, sem punição.
VAIOLA – Eu só desejo deixar
esse lugar maldito, esquecer o inferno que foi viver aqui e descansar minha
cabeça em paz no fim da noite em seu peito. Luke, você é o único que posso
confiar nesta cidade.
LUKE – E esses machucados? O
que está acontecendo Vaiola? Quer saber, vou ligar para a polícia.
VAIOLA – Luke, não! Isso foi
o Artur Bly, ele tentou abusar de mim e quando consegui escapar, ele tentou me
matar. Eu me joguei de um barranco.
EM LUKE, VISIVELMENTE TOMADO
PELA DOR E ÓDIO QUE SENTIU AO OUVIR TUDO AQUILO QUE VAIOLA LHE CONTOU AOS
PRANTOS.
LUKE – Eu vou com você, mas
antes tenho que fazer uma coisa.
CLOSE EM LUKE QUE VAI EM
DIREÇÃO AO BAR. VAIOLA SECA AS LÁGRIMAS E O SEGUE.
CORTA PARA:
CENA 27. BAR DO LUKE. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – RIVAL – RUELLE.
LUKE ENTRA NO BAR, SEGUIDO
POR VAIOLA. ELE AVISTA ARTUR EM UMA MESA DE SINUCA DE COSTAS PARA ELE. VAIOLA
PARA.
LUKE – Artur?
ARTUR SORRIDENTE SE VIRA E
OLHA PARA LUKE. O CORATIVO EM SEU ROSTO CHAMA ATENÇÃO DE VAIOLA, QUE O ENCARA.
LUKE ACERTA UM SOCO NO
SEMBLANTE DE LUKE. ANTES QUE ELE PUDESSE REVIDAR, O MOCINHO QUEBRA UMA GARRAFA
NA CABEÇA DO PRÓPRIO E LOGO DEPOIS O AGARRA PELA GOLA DA CAMISA.
AS PESSOAS DO BAR
AFASTAM-SE.
LUKE – Seu monte de merda.
Estuprador desgraçado.
LUKE ACERTA VÁRIOS SOCOS NO
SEMBLANTE DE ARTUR, QUE FICA ZONZO COM A FORÇA QUE LUKE COLOCA EM SUAS MÃOS,
ESTOURANDO O NARIZ DO VILÃO, ENSANGUENTANDO-O.
LUKE JOGA ARTUR POR CIMA DA
MESA, NO QUAL O PRÓPRIO ROLA E CAI AO CHÃO, CUSPINDO SANGUE E ALGUNS DENTES.
ARTUR – Seu... Seu maldito
desgraçado! Isso tudo é por causa dessa puta?
LUKE – Não, é por causa do
ser asqueroso e nojento que você é. Seu doente maldito!
LUKE APROXIMA-SE DE ARTUR E BATE
O ROSTO DO VILÃO CONTRA UMA MESA E DEPOIS O JOGA CONTRA A PAREDE, QUEBRANDO
ALGUNS QUADROS DE ESPORTES.
AS PESSOAS DEIXAM O BAR.
CLOSE EM LUKE, ARTUR E VAIOLA. ELA SE APROXIMA DE LUKE.
VAIOLA – Eu sei que ele
mereceu, mas chega, precisamos marcar o horário de nossa fuga. Eu vou fazer
minhas malas e te encontro na estação da cidade.
ARTUR TENTA ADQUIRIR FORÇAS
PARA FALAR ALGO. VAIOLA O OLHA.
ARTUR – Você... Você está...
Está confiando no homem errado. (Cospe sangue) Ele sempre... Sempre soube de
tudo!
OS OLHOS DE VAIOLA MAREJAM.
ELA OLHA PARA LUKE.
VAIOLA – Do que ele está
falando?
LUKE – Ele é louco, não
acredite nele.
ARTUR – Ele... Ele é filho
dos Howling. Ele é o herdeiro... Do império Howling.
VAIOLA – O que? Isso é
mentira, não é Luke?
LUKE OLHA PARA VAIOLA, ELE
RECUA.
VAIOLA – Não... Não pode
ser!
VAIOLA SAI CORRENDO DO BAR.
LUKE VAI LOGO ATRÁS. CLOSE EM ARTUR, QUE TENTA SE MEXER, MAS SENTE MUITA DOR E
DESMAIA.
CORTA PARA:
CENA 28. RIVERWOOD. EXT.
NOITE.
SONOPLASTIA ON
– RIVAL – RUELLE.
LUKE SAI DO BAR E CORRE PELA
RUA. ELE NÃO VÊ VAIOLA, COMO SE ELA TIVESSE EVAPORADO. ELE LEVA AS MÃOS ATÉ SUA
CABEÇA E CHORA. NELE.
CORTA PARA:
CENA 29. MANSÃO HOWLING.
QUARTO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON
– RIVAL – RUELLE.
VAIOLA ESCREVE ALGO
RAPIDAMENTE EM SEU DIÁRIO, COMO SE SOUBESSE QUE NÃO HAVIA MUITO TEMPO MAIS PARA
ELA.
VAIOLA – Eu nunca imaginei
que o Luke seria um Howling. Não poderia pensar que ele também fazia parte de
toda essa sujeira em que vivi durante todo este ano. Eu queria tanto fugir com
ele, viver essa relação que começamos, sem mentiras, sem traição. Eu precisava
contar para ele que...
VAIOLA É CORTADA POR UM
BARULHO DE PEDRINHAS. ELA TERMINA DE ESCREVER E FECHA O DIÁRIO. NELA, OLHANDO
PELA JANELA. SEU SEMBLANTE MUDA, CHOCADA. ELA SAI CORRENDO DO QUARTO.
CORTA PARA:
CENA 30. MANSÃO
HOWLING.QUARTO. BANHEIRO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – RIVAL – RUELLE.
ALGUÉM SE APROXIMA DO LAVATÓRIO,
AO SE ESCONDER NO BANHEIRO. CLOSE NA FACA NAS MÃOS DESSA PESSOA, COBERTA POR
LUVAS. A PESSOA OLHA UMA CAIXA, ESCRITO “TESTE DE GRAVIDEZ”. ESSA PESSOA PEGA A
CAIXA E ABRE, TIRANDO O TESTE DE DENTRO E VENDO O RESULTADO “POSITIVO”.
FLORA (NARRANDO/ LENDO) – Eu
precisava contar para ele que eu estou gravida, mas eu não tinha certeza sobre
o pai daquele bebê, talvez ele fosse o dono da metade do império dos Howling.
A CENA É MISTURADA COM O SOM
DA VOZ DE FLORA E A SONOPLASTIA ON. MOSTRANDO VAIOLA VOLTANDO AO QUARTO E
CORRENDO EM DIREÇÃO AO CLOSET, PEGANDO ALGUNS DOCUMENTOS E LOGO DEPOIS VAI EM
DIREÇÃO A MESA DE CABECEIRA PEGANDO ALGUNS PAPÉIS. AO VIRA, VAIOLA ESTALA OS
OLHOS. SEM DIZER NADA, UMA FACA PASSA EM SEU PESCOÇO, CORTANDO.
VAIOLA LARGA OS PAPÉIS QUE
ESTAVAM EM SUAS MÃOS, NA TENTATIVA DE ESTANCAR O SANGUE. ELA SE APOIA NA CAMA,
AO COMEÇAR PERDER OS SENTIDOS, NO QUAL ACABA DERRUBANDO O TRAVISSEIRO NO CHÃO.
ELA CAI AO LADO DA CAMA, COM O SANGUE JORRANDO DE SEU PESCOÇO E BOCA, VAIOLA
AGONIZA E ENGASGA-SE COM O PRÓPRIO SANGUE.
A CÂM VAI VIRANDO
LENTAMENTE, SEGUINDO A MÃO DE VAIOLA ALCANÇANDO O TRAVESSEIRO E APERTANDO-O E
DE REPENTE SUA MÃO JÁ FRIA, SOLTA O TRAVESSEIRO, PERDENDO TODA A SUA FORÇA,
DANDO APENAS O LUGAR PARA SUA MORTE.
NO CLOSE, MOSTRA-SE A SOMBRA
DE DUAS PESSOAS NO QUARTO. E UMA SEGURANDO A FACA, QUE PINGA.
CORTA PARA:
CENA 31. HOSPITAL. IML. INT.
NOITE.
SONOPLASTIA ON – RIVAL – RUELLE.
CLOSE EM UMA PESSOA DE CAPUZ
PRETO EM FRENTE AO CORPO DE VAIOLA. ELA PESSOA ACARICIA OS CABELOS MOLHADOS DA
GAROTA.
O MÉDICO LEGISTA
APROXIMA-SE.
MÉDICO – Você é parente da
vítima?
A PESSOA DE CAPUZ NÃO
RESPONDE NADA, APENAS TIRA UMA QUANTIA ABUNDANDO DE DÓLARES DE DENTRO DE SEU
BOLSO DO CAPUZ E ESTENDE EM DIREÇÃO AO MÉDICO.
MÉDICO – O que você quer em
troca?
DIZ, SORRINDO.
CORTA PARA:
CENA 32. BAR DO LUKE.
APARTAMENTO. QUARTO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – RIVAL – RUELLE.
FLORA FECHA O DIÁRIO. ELA
LEVANTA-SE CHOCADA. SEUS OLHOS ESCORREM LÁGRIMAS.
FLORA – Ele é filho dos
Howling? Eu não posso acreditar nisso. (T) Ele também mentiu para mim, durante
todo esse tempo?
FLORA OUVE BARULHOS NO BAR E
ASSUSTA-SE. ELA MIRA UM TACO BEM NA SUA FRENTE E O APUNHA-LA.
FLORA SAI DO QAURTO E VAI EM
DIREÇÃO A PORTA QUE DESCE PRO BAR.
ELA VAI ABRE A PORTA DEVAGAR
E VAI DESCENDO OS DEGRAUS COM CUIDADO, SEM FAZER BARULHO. ATENTA, COM OS OLHOS
ESTALADOS.
FLORA CHEGA AO BAR E
OBSERVA. ELA APROXIMA-SE DO INTERRUPTOR, ACENDENDO AS LUZES DO LOCAL. FLORA
CORRE DESESPERADA AO VER LUKE JOGADO AO CHÃO, COBERTO DE TERRA E APARENTEMENTE
MORTO.
FLORA – Luke? (CHORA) Luke,
não... Luke, acorda!
LUKE ABRE OS OLHOS E SEGURA
NO BRAÇO DE FLORA. SEUS OLHOS ESCORREM LÁGRIMAS.
LUKE – ME... A... JU...
DA...
FLORA – Calma, eu vou ligar
para a emergência, não se preocupe.
FLORA APROXIMA-SE DO
TELEFONE E OLHA PELA JANELA. AO OLHAR PELA JANELA, ELA CHOCA-SE AO VER ALGUÉM
PARADO OBSERVANDO. DE CAPUZ PRETO, UM CLOSE, EM VAIOLA.
CLOSE EM FLORA,
DESACREDITADA COM O QUE VÊ.
FIM DO EPISÓDIO...
A
Beleza Que Há Em Mim
Temporada 1 | Episódio 6
Criado
e Escrito por:
Bruno Rodrigo
Elenco:
Flora Miles
Vaiola Davis
Antonia Howling
Henri Howling
Peter Howling
Artur Bly
Rebeca Bly
Dominic Bly
Isabel Perdita
Luke Crain
Theo Wilson
Toby Marin
Ambrouse Hill
Albert Firtz
Rajax © 2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.