7. Vaiola está viva? | A Beleza Que Há Em Mim


CENA 01. MANSÃO HOWLING. LAGO. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – GAME OF SURVIVAL – RUELLE.

ALGUÉM CORRE EM DIREÇÃO AO LAGO, DESESPERADO. ESSA PESSOA ESCORREGA E CAI, TENTANDO LEVANTAR-SE, MAS ANTONIA CHEGA ANTECIPADAMENTE E APONTA UMA ARMA.

ANTONIA – Chega, esse jogo mortal acaba aqui e agora. Você não vai matar mais ninguém sua vadia desgraçada! (CHORA) Ele foi o último!

A MULHER SE LEVANTA E VIRA-SE PARA ANTONIA. ELA LEVA SUAS MÃOS EM DIREÇÃO AO CAPUZ, PARA TIRÁ-LO. CLOSE EM ANTONIA, ANSIOSA PARA A REVELAÇÃO, APONTANDO A ARMA. NA SOMBRA QUE SE FAZ NA GRAMA, MOSTRA-SE O CAPUZ SENDO RETIRADO.

CLOSE EM ANTONIA QUE ESTALA OS OLHOS E COM ÓDIO ENGATILHA A ARMA.

ANTONIA – Você? Isso não pode ser, você estava o tempo todo do meu lado.

CLOSE EM FLORA, EM PÉ OLHANDO FIXAMENTE PARA ANTONIA.

FLORA – O jogo não acabou, Antonia. Esse é só o começo e quem mexe as peças sou eu!

ANTONIA NÃO PENSA DUAS VEZES E ATIRA CONTRA FLORA, QUE CAI AJOELHADA NO GRAMADO. NELA, AGONIZANDO.

24 HORAS ANTES...

CORTA PARA:

CENA 02. HOSPITAL. EMERGÊNCIA. INT. NOITE.

AS PORTAS DA ALA DE EMERGÊNCIA DO HOSPITAL PRINCIPAL DE RIVERWOOD SÃO ARREGANHADAS BRUSCAMENTE, COM A ENTRADA DE LUKE EM CIMA DA MACA, ACOMPANHADO DE ENFERMEIROS E FLORA.

FLORA – Va ficar tudo bem, Luke. Confie, você está nas mãos certas, tudo ficará bem.

LUKE (FALA ENGASGADO) - TO... ME... CUI... DA... DO... ELES... ELES... VÃO... VÃO TE MATAR...

LUKE DESMAIA AO TERMINAR O QUE ESTAVA FALANDO. FLORA PARALISA EM MEIO A RECEPÇÃO. SEUS OLHOS MAREJAM E SEU SEMBLANTE É TOMADO PELO MEDO.

FLORA – Não se preocupe, Luke. Se depender de mim, isso acaba hoje.

CORTA PARA:

CENA 03. CASA BLY. SALA DE JANTAR. INT. NOITE.

DOMINIC ENTRA NA SALA APRESSADA.

DOMINIC – Precisamos pensar, um problema de cada vez... Um de cada vez.

ARTUR – Como deixamos tudo chegar neste ponto?

DOMINIC – Deixamos tudo chegar á este ponto, porque é o que temos meu filho e ponto final. Agora pense, quem poderia ter ajudado a Rebeca?

ARTUR – Qualquer um. Qualquer um. (T) E o Luke, mãe? O que vai acontecer comigo quando os Howling descobrir que matei o filho deles?

DOMINIC – Nada, meu filho. Não vai lhe acontecer nada, porque eu tenho uma carta na manga.

ARTUR OLHA PARA SUA MÃE, PREOCUPADO. CLOSE EM DOMINIC, REFLEXIVA. NELES.

CORTA PARA:

CENA 04. MANSÃO HOWLING. INT. NOITE.

SAM E DANNA SE APROXIMAM DE ANTONIA, HENRI, PETER E THEO. O LEGISTA PASSA ATRÁS DOS QUATROS LEVANDO O CORPO DE ISABEL DENTRO DE UM SACO PRETO.

ANTONIA – Vocês sabem que não pode ter sido nós. Estávamos a tarde toda dentro daquela delegacia suja.

SAM – Ainda não colocamos essa acusação no nomes dos Howling, senhora. Estamos coletando provas.

ANTONIA – Não estamos de brincadeira detetives, há realmente um assassino entre nós e eu não sei quem é. E óbvio que não é nenhum de nós. Essa pessoa quer destruir tudo ao nosso redor.

DANNA – A vítima era muito próxima dos senhores?

HENRI – Praticamente nossa empregada de confiança.

ANTONIA E HENRI SE OLHAM.

SAM – Achei que seria a governanta, sua empregada de confiança.

THEO – Nenhum empregado é de confiança até que prove o contrário. Digo isso com toda propriedade. Eu era o melhor amiga da Isabel e sei que ela não tinha inimigos. Seja quem for, está querendo algo dos Howling.

PETER – Essa pessoa provavelmente quer matar todos nós ou nos fazer pagar em vida por crimes que nenhum de nós cometemos. Somos as vítimas aqui!

SAM – Não se preocupem, vou deixar alguns guardas vigiando as entradas da mansão. Acho que tenho tudo o que precisamos.

UM POLICIAL CHAMA A ATENÇÃO DE SAM E DANNA. ELES SE APROXIMAM. OS HOWLING E THEO OS SEGUEM.

SAM – O que é isso?

POLICIAL – Acredito que seja a arma do crime.

SAM – Deixe-me ver.

SONOPLASTIA ON – THE WORLD WE MADE – RUELLE.

O POLICIAL MOSTRA O SACO PLÁSTICO COM A PROVA DO CRIME DENTRO. OS QUATRO ESTALAM OS OLHOS AO VEREM A PROVA ENCONTRADA. É UMA FACA DE OURO, MUITO ANTIGA, COM DESENHOS DAS INICIAIS DA FAMÍLIA HOWLING.

CORTA PARA:

CENA 05. MANSÃO HOWLING. QUARTO. FLASHBACK. INT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – THE WORLD WE MADE – RUELLE.

ALGUÉM SAI DO BANHEIRO COM LUVAS PRETAS, SEGURANDO UMA FACA DE OURO. (A MESMA REVELADA NA CENA ANTERIOR).

ESSA PESSOA SE APROXIMA DE OUTRAS DUAS DENTRO DO QUARTO.

VAIOLA – O que ela está fazendo aqui? O que vocês querem?

A CÂM DA UM CLOSE NO SEMBLANTE DE HENRI HOWLING.

HENRI – Você sabe demais Vaiola e além de tudo, está carregando a desgraça dessa família em seu ventre. Eu sinto muito, mas precisamos acabar com isso hoje.

VAIOLA (NERVOSA) – Do que você está falando?

A PESSOA DE PRETO PASSA A FACA DESFARÇADAMENTE PARA HENRI, SEM QUE VAIOLA PERCEBA.

HENRI – Desastres precisam ser evitados, principalmente quando se trata da minha família e do meu império.

HENRI PASSA A FACA NO PESCOÇO DO VAIOLA E A OBSERVA FRIO, SE ESVAIR DE SANGUE, ENGASGANDO-SE ENQUANTO AGONIZA DE DOR. AS MÃOS COM LUVAS PRETAS AGARRAM HENRI POR TRÁS E ACARÍCIA O PEITORAL DELE.

CORTA PARA:

CENA 06. MANSÃO HOWLING. SALA. INT. NOITE.

SAM SEGURA O SACO COM A FACA NA FRENTE DOS QUATRO.

SAM – De quem é essa faca?

HENRI ENGOLE SECO. ANTONIA O OBSERVA E LOGO VOLTA A OLHAR PARA O DETETIVE.

ANTONIA – É de nossa família.

PETER – Herança!

HENRI – Foi de nossos ancestrais, dizem que essa faca teve as digitais dos homens mais poderosos da família Howling. Eu não acredito que essa pessoa teve a audácia.

SAM – Essa faca será levada como prova e com sorte conseguiremos identificar as digitais mais recentes.

DANNA – Boa noite, Senhoras e senhores. Qualquer coisa, nos ligue!

ELES SE RETIRAM.

THEO – Vou pedir que limpe o hall. Licença!

THEO RETIRA-SE OLHANDO PARA PETER. O HOWLING DESVIA O OLHAR.

PETER – Vou ao meu quarto descansar, prevejo um dia cansativo amanhã.

HENRI E ANTONIA SE OLHAM E VÃO EM DIREÇÃO AO ESCRITÓRIO.

CORTA PARA:

CENA 07. MANSÃO HOWLING. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

HENRI E ANTONIA ENTRAM APRESSADOS NO ESCRITÓRIO. ELA FECHA AS PORTAS E PASSA CHAVE. LOGO CORRE EM DIREÇÃO AS JANELAS E FECHA AS CORTINAS.

HENRI SE APROXIMA DE UM QUADRO ATRÁS DE SUA MESA E O RETIRA, REVELANDO UM COFRE.

ANTONIA – Como você deixou aquela faca bobeando?

HENRI – O nosso maior problema não é aquela faca nas mãos da polícia, o problema maior é que não á deixei em qualquer lugar. Aquela faca estava nesse cofre, onde está nossas barras de ouro e diamantes.

ANTONIA – Do que você está falando?

HENRI COLOCA A SENHA NO COFRE E PREPARA-SE PARA ABRIR.

HENRI – Que a pessoa que pegou aquela faca, sabe a senha do nosso cofre e talvez de todos os outros.

HENRI ABRE O COFRE, REVELANDO-O VAZIO.

ANTONIA – Essa pessoa não está só querendo nos incriminar de assassinato, ela também quer nos roubar tudo o que temos.

HENRI – E vai ser muito fácil em meio a todas essas polêmicas. Sinto rachaduras em meio as paredes de nosso império. Seja quem for, está sabendo jogar esse jogo.

ANTONIA – E os Howling são suas peças no tabuleiro.

ELES SE OLHAM TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 08. COVIL. INT. NOITE.

A CENA DA UM CLOSE NA MESA EM MEIO A SALA DO COVIL DO ASSASSINO, REVELANDO BARRAS DE OURO EMPILHADAS COM OS DIAMANTES NO TOPO.

CLOSE NA MÃO ENLUVADAS DE PRETO ACARICIANDO AS BARRAS.

CORTA PARA:

CENA 09. MANSÃO HOWLING. SALA DE JANTAR. INT. DIA.

ANTONIA OLHA PARA FORA DA MANSÃO, RELFEXIVA. ENQUANTO O CAFÉ DA MANHÃ ESFRIA NA MESA ABUNDANTE ATRÁS DA MATRIARCA.

CLOSE EM ALGUÉM DE CAPUZ PRETO E O ROSTO COBERTO POR UM PANO DA MESMA COR DA ROUPA QUE VESTE, OBSERVANDO ANTONIA EM MEIO AO JARDIM.

ANTONIA COMEÇA A VOLTAR EM SI E OLHA EM DIREÇÃO A PESSOA QUE LHE OBSERVA. AO PERCEBER DE FATO QUE É SEU INIMIGO, SEU OLHOS MAREJAM.

O ENCAPUZADO RETIRA UMA ARMA DO BOLSO E MIRA EM DIREÇÃO A ANTONIA, QUE FICA IMÓVEL. O VILÃO MIRA NA MATRIARCA E ENGATILHA A ARMA. ATIRA!

AO ATIRAR, MOSTRA-SE ANTONIA CAINDO AO LONGE, NO INTERIOR DA MANSÃO. O ENCAPUZADO FOGE.

CORTA PARA O INTERIOR REVELANDO ANTONIA E FLORA NO CHÃO.

FLORA – Lhe acertou, Sra. Howling?

ANTONIA – Não... Eu acho que não. Flora, onde você estava?

CLOSE EM FLORA E ANTONIA, OLHANDO-SE.

ANTONIA – Precisamos conversar, mas antes, preciso acionar os policiais, aqueles inúteis que não estão servindo para nada além de emporcalhar o meu jardim.

ELAS LEVANTAM-SE E SAEM. FLORA AJUDA ANTONIA, QUE ESTÁ TRÊMULA, MAS MANTENDO-SE FRIA.

CORTA PARA:

CENA 10. FLORESTA. EXT. DIA.

ARTUR CAMINHA NA FLORESTA. ELE SE APROXIMA DO LOCAL ONDE ENTERROU LUKE. AO SE APROXIMAR, ELE VÊ A COVA ABERTA.

ARTUR – Não pode ser! (TENSO) Não pode ser, eu o enterrei aqui.

ELE OLHA EM VOLTA, OBSERVANDO O LOCAL. SEUS OLHOS MAREJADOS OBSERVAM ATENTOS.

CORTA PARA:

CENA 11. EMPRESA RIVERHOWLING. SALA DE HENRI. INT. DIA.

DOMINIC E HENRI ENTRAM. ELA FECHA A PORTA.

HENRI – Cadê o Artur? Queria conversar com os dois. Os problemas aumentaram!

DOMINIC – Como assim? O que aconteceu?

HENRI – Mataram a Isabel, com a faca de ouro da minha família.

DOMINIC – O que? Como isso aconteceu Henri?

HENRI – Eu não sei, tem alguém nos seguindo, ou que tem acesso em tudo que temos. Essa pessoa conhece aquela mansão e os meus negócios como a palma da mão.

DOMINIC – Se tem alguém a dois passos à frente, então devemos nos adiantar. Não podemos correr o risco de descobrirem a verdade, muito menos o segredo que nos une.

HENRI E DOMINIC SE OLHAM, TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 12. MANSÃO HOWLING. ESCRITÓRIO. INT. DIA.

ANTONIA E FLORA ESTÃO NO ESCRITÓRIO. ANTONIA OBSERVA O JARDIM.

ANTONIA – Você não estava em casa ontem, sumiu. Ninguém te viu enquanto fiquei presa naquele cubículo imundo daquela delegacia. O que estava fazendo Flora? Onde esteve?

FLORA – Desde o dia em que cheguei aqui, fiquei com o pé atrás sobre tudo o que estava acontecendo. Era assustador chegar nesta cidade e receber tantas informações estranhas, que deveriam ser esclarecidas antes mesmo da minha assinatura naquele contrato.

ANTONIA – A alma do negócio é mostra apenas o superficial, principalmente numa contratação. O que você queria? Que eu dissesse que uma garota morreu antes de você?

FLORA – Eu queria que a senhora fosse clara comigo sobre as verdadeiras atividades que eu desenvolveria neste cargo.

ANTONIA (DESCONFIADA) – Do que está falando Flora?

FLORA – Pessoas vem morrendo antes mesmo da minha chegada nesta cidade, e depois que cheguei, piorou e com certeza isso está ligado as falcatruas que vocês veem desenvolvendo aqui.

ANTONIA – Flora, você cometeu um crime e escolheu fugir. Eu lhe ajudei, assim como fiz com todas as outras. Então, não me venha falar sobre caráter ou falcatruas, porque a senhorita fez pior e é por isso que está aqui.

FLORA – Eu não vim pra cá para ser estuprada, sua vadia desgraçada. (ALTERADA)

ANTONIA (ALTERADA) – Vadia desgraçada? Olha quem fala, a mulher que arrancou o pau do marido com a boca. Você tá se pintando de santa, mas não pensou duas vezes antes de deixá-lo agonizando no sótão da sua casa, esvaindo em sangue.

FLORA – Ele era abusivo, me machucou por meses e você ainda acha que eu fui cruel? Fui abusada agressivamente por um psicopata, que me tratava como um objeto. É repulsivo, nojento! (CHORA)

FLORA VAI SE APROXIMANDO DE ANTONIA.

FLORA – Nenhuma mulher merece passar pelo inferno e ainda ser acusada por se defender. Eu sou inocente e se ele teve aquele fim foi porque ele mereceu e era a minha única saída. (T) Agora me diz, Antonia Howling, que diabos vocês estão fazendo nessa porcaria de negociações?

ANTONIA – Eu não tenho que lhe dizer nada. Você não passa de uma empregadinha que logo será descartada como lixo. Você não tem valor, Flora. Não teve para o seu marido, não teve para sua família e agora não tem valor para nenhum dos Howling. Se você está passando por isso, é porque merece. Merece ser tratada como uma puta!

LÁGRIMAS ESCORREM DOS OLHOS DE FLORA, QUE LEVANTA A MÃO E ACERTA UM TAPA NO SEMBLANTE DE ANTONIA, QUE SE DESEQUILIBRA E CAI NO CHÃO, DERRUBANDO O ABAJUR.

FLORA – DESGRAÇADA! (GRITA)

ANTONIA OLHA PARA FLORA, CHOCADA E COM RAIVA.

ANTONIA – Sua prostituta barata, você vai pagar por esse tapa!

ANTONIA LEVANTA-SE E É ATINGIDA POR MAIS UM OUTRO TAPA DE FLORA EM SEU SEMBLANTE. ELA LEVA SUA MÃO AO ROSTO.

ANTONIA PEGA UM IMPULSO E DERRUBA FLORA NO CHÃO, PARTINDO PARA CIMA DELA. AS DUAS COMEÇAM A BRIGAR, COM PUXÕES DE CABELOS E TAPAS.

FLORA EMPURRA ANTONIA E AS DUAS SE AFASTAM. ELAS SE OLHAM, ODIOSAS.

FLORA – Você é mulher, deveria saber a dor de ser usada e abusada desta forma, sua desgraçada. Eu te odeio Antonia e vou acabar com você.

ANTONIA – Acabe comigo, tente e vai sentir o sabor do seu próprio fracasso. E sinceramente, pouco me importo com a dor alheia, eu quero ser rica e continuar no topo. Ou você acha que cheguei aqui em cima sem usar dos meus artifícios.

FLORA – Você consegue ser pior do que todos eles, não é possível. (T) Você sabia que toda essa desgraça repugnante que vocês vêm trabalhando de baixo desse teto vem fazendo vítimas, e um deles foi o seu filho?

ANTONIA – O que? (chocada)

FLORA – Sim, o Luke está internado entre a vida e a morte. Você não vê que seja o que vocês estejam fazendo, está desmoronando? Está acabando, Antonia!

ANTONIA – Não Flora, isso só acaba quando eu morrer.

ANTONIA PEGA UM VASO E CORRE NA DIREÇÃO DE FLORA, ACERTANDO O VASO EM SUA CABEÇA. A GAROTA TENTA DESVIAR, MAS É ACERTADA E DESMAIA.

ANTONIA – Droga, esse desmaio me custou caro, querida. Esse vaso era da rainha, sua vadia!

ANTONIA VAI EM DIREÇÃO AO TELEFONE.

CORTA PARA:

CENA 13. EMPRESA RIVERHOWLING. ESCRITÓRIO. INT. TARDE.

HENRI SENTA-SE EM SUA CADEIRA AO OUVIR A NOTÍCIA.

HENRI – Claro, não se preocupe, irei até o hospital com você. Vai ficar tudo bem!

ELE DESLIGA O TELEFONE.

DOMINIC – Está tudo bem?

HENRI – O Luke. Meu filho está internado entre a vida e a morte!

DOMINIC – Ah, Henri, que tragédia! (DISSIMULADA)

HENRI – Preciso ir.

HENRI SE RETIRA. DOMINIC BUFA.

DOMINIC – Droga! Achei que enfim o caminho iria estar livre.

ELA SE RETIRA AGILMENTE DO ESCRITÓRIO.

CORTA PARA:

CENA 14. DELEGACIA. SALA DE REUNIÃO. INT. TARDE.

DANNA ENTRA COM UM SACO DE PAPEL. ELA RETIRA ALGUMAS MARMITAS E COPOS DE DENTRO.

DANNA – Trouxe a janta, sei que vamos passar toda a noite aqui.

SAM – Estou aguardando a resposta do laboratório em relação àquela faca. Se ela foi usada nos outros assassinatos naquela casa e tiver alguma digital recente, com certeza essa pessoa será o assassino.

DANNA – Aquelas pessoas não me convencem sobre a inocência deles. Algo naquela mansão está errada.

SAM – E o que estaria errado, Danna? Além dos assassinatos? Eles são ricos e poderosos, se tiver algo errado, estará embaixo dos panos.

DANNA – Então temos que tratar de descobrir toda a verdade.

SAM – A questão é se toda a verdade que teremos, será a verdade completa.

DANNA – Num jogo de mentiras e segredos, a verdade é a rainha.

SAM PEGA UMA DAS MARMITAS E ABRE. ELE DÁ ALGUMAS GARFADAS.

CORTA PARA:

CENA 15. HOSPITAL. EXT. NOITE.

THEO E PETER ESTÃO DO LADO DE FORA.

THEO – Ele passou dos limites, eu não queria o deixar sozinho.

PETER – O Henri precisa saber que o Artur que fez isso. Seja lá o que ele irá fazer com você, se acreditar que você é o culpado do filho dele estar no hospital, morrendo.

THEO – Eu não tive culpa, fiz o meu trabalho da forma como foi ordenado. Eu sou apenas um funcionário!

PETER – Você não podia deixar o Artur cuidar disso sozinho, sabia dos riscos, não sabia?

THEO – Então se isso tudo estourar em cima de mim, você precisa me ajudar a fugir, Peter.

PETER (PREOCUPADO) – E romper a relação que tenho com o meu irmão? Não, Theo!

THEO – Você me ama ou sou só um brinquedo para você?

PETER E THEO SE OLHAM. OS OLHOS DE AMBOS MAREJAM.

PETER (TENSO/CHORA) – Eu amo você, mas não posso por a minha família abaixo desse amor.

THEO – Uma família que se precisar te jogar para de baixo do pano em três segundos, eles jogam. Peter, abre o olho e enxerga que o Henri e a Antonia te matariam se for necessário.

PETER – Chega, Theo. Você está falando da minha família, eles não vão fazer nenhum mal contra mim. Afinal, o filho deles foi o maior traidor que tiveram e mesmo assim eles estão aqui preocupados, o querendo vivo.

THEO – Eu só queria que fossemos embora desse lugar e deixássemos tudo isso de lado. Eu te amo, Peter e quero construir uma família ao seu lado. Não preciso do sobrenome Howling se eu tiver você.

PETER – Você e eu sabemos que não existe essa possibilidade, Theo. Vou entrar e saber a situação do meu sobrinho!

PETER SAI ANDANDO. CLOSE EM THEO, QUE CHATEADO, ENTRA NO CARRO E SOCA O VOLANTE.

CORTA PARA:

CENA 16. CASA BLY. QUARTO. INT. NOITE.

DOMINIC ENTRA NO QUARTO E VÊ ARTUR DEITADO.

DOMINIC – O que faz aqui, escondido? Te procurei o resto do dia todo.

ARTUR – Pensando sobre tudo isso mãe, estou cansado.

DOMINIC – Cansado? Imagina eu, que estou tentando limpar sua sujeira. Hoje eu estava no escritório do Henri e adivinha a notícia que recebemos? O Luke está no hospital, internado.

ARTUR – Então ele está no hospital? (QUASE SORRI)

DOMINIC – Que alívio é esse? Onde você esteve o dia todo, Artur?

ARTUR – Eu fui até o local onde enterrei o Luke e ele não estava mais lá. Eu senti um alívio, mas um medo gigantesco. E pensei na Rebeca e onde ela pode estar, quando me vi, estava aqui nessa cama, querendo mudar algumas atitudes minhas dos últimos dias.

DOMINIC – Sua atitude foi tola, mas não das piores. Se o Luke tivesse morrido, o seu caminho estaria livre.

ARTUR (ESTRANHA) – Livre?

DOMINIC – Ah, modo de falar. Agora fique aqui, quieto, irei resolver isso de uma vez por todas!

DOMINIC SE RETIRA.

CORTA PARA:

CENA 17. MANSÃO HOWLING. PORÃO. INT. NOITE.

O LOCAL ESTÁ ESCURO, DESTRUÍDO E SEM MÓVEIS. A PORTA ESTÁ TRANCADA. A CÂM REVELA UMA CADEIRA NO MEIO DO CÔMODO COM FLORA, AMARRADA E AMORDAÇADA. 

ELA COMEÇA A DESPERTAR COM O BARULHO DA PORTA ABRINDO-SE E VÊ EMBAÇADO ALGUÉM TODO DE PRETO ENTRANDO, TRANCANDO A PORTA E APROXIMANDO-SE DELA.

ESSA PESSOA AGAIXA PERTO DE FLORA, FICANDO CARA A CARA COM ELA. FLORA ESTALA OS OLHOS. A PESSOA TIRA A MORDAÇA.

FLORA – Você?

CLOSE EM VAIOLA, DE CAPUZ PRETO, SORRINDO PARA VAIOLA.

VAIOLA – Você é tão igual a mim, só não tive coragem de enfrentar os inimigos tão cara a cara como você fez hoje.

FLORA – Você está viva?

VAIOLA – Estou? Ou tudo isso é só miragem da sua cabeça? Um sonho talvez. Nem tudo o que vemos é real querida.

FLORA – O que você quer de mim então? Por que está aqui?

VAIOLA – Eu vim lhe ajudar. Colete uma confissão da Antonia. Faça ela admitir tudo o que fez e te ajudarei a sumir, assim como eu faço.

FLORA – Como vou fazer isso se estou presa aqui?

VAIOLA – Eu vou te explicar direitinho.

VAIOLA APROXIMA-SE DO OUVIDO DE FLORA E COMEÇA A DIZER ALGO. A GAROTA COMEÇA A FICAR ZONZA E DESMAIA LOGO EM SEGUIDA.

EM UM RÁPIDO TAKE, FLORA ABRE OS OLHOS PUXANDO O AR E VÊ O LOCAL VAZIO E ELA AMORDAÇADA E AMARRADA. ELA SE BALANÇA E TENTA GRITAR.

CORTA PARA:

CENA 18. HOSPITAL. QUARTO DE LUKE. INT. NOITE.

ANTONIA E HENRI ENTRAM NO QUARTO. ELES DEIXAM UM VAZO DE FLORES NA MESA DE CABECEIRA. ANTONIA SE APROXIMA DE SEU FILHO E ACARÍCIA OS CABELOS DELE.

SEUS OLHOS MAREJAM AO VER O ROSTO DO GAROTO TODO MACHUCADO.

ANTONIA – Quem fez isso com ele Henri? Você que mandou fazer isso?

HENRI – Claro que não, está louca? Nunca faria isso contra o Luke. Ele foi uma decepção e faz de tudo para nos arruinar, mas eu nunca seria capaz de fazer algo tão cruel contra o nosso garoto.

ANTONIA – É tudo culpa daquela Vaiola e dessa Flora. Foi influência delas, que ele chegou aqui.

HENRI – E depois que quele descobriu sobre nossos negócios, nós fomos a principal porta para essa situação.

ANTONIA – Eu quero que quem tenha feito isso com ele, pague.

HENRI SEGURA A MÃO DE ANTONIA. PETER OBSERVA A CENA DA PORTA.

PETER – Como ele está?

HENRI – Peter, entre por favor.

ANTONIA – O médico disse que ele está estável, mas as próximas vinte e quatro horas serão cruciais para a vida dele.

PETER – Ele vai viver, acredite. Henri, posso conversar com você?

HENRI CONCORDA E RETIRA-SE DO QUARTO. ANTONIA ACARICIA O SEU FILHO.

FUSÃO PARA:

CENA 19. HOSPITAL. SALA DE ESPERA. INT. NOITE.

HENRI E PETER CHEGAM À RECEPÇÃO.

PETER – Eu sei quem fez isso com o Luke, mas eu preciso que você se acalme.

HENRI – Estou calmo, fale logo Peter.

PETER – O Theo seguiu o seu plano de dar um susto no Luke. Leva-lo para a fábrica abandonada e dar uma lição nele.

HENRI – Mas não desta forma, o médico disse que ele estava com uma pequena quantidade de terra no estomago. O meu filho foi enterrado vivo, Peter!

THEO APROXIMA-SE E OUVE.

THEO – Não foi minha culpa, Henri.

HENRI – Com você, irei conversar mais tarde.

THEO – Me esculta, foi o Artur. Ele ficou encarregado do Luke durante uma parte da noite, na verdade do resto da noite. É culpa dele!

HENRI – O Artur? Onde ele estava com a cabeça quando fez aquilo?

ELES SE OLHAM, TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 20. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

ANTONIA VAI SAINDO DO BANHEIRO QUE TEM NO QUARTO E PERCEBE UMA CAIXA EM CIMA DA CAMA. ELA SE APROXIMA DE LUKE E VÊ ALGUÉM TODO DE PRETO PARADO NA FRENTE DO VIDRO.

ANTONIA – Ei, você. Quem é você?

ANTONIA CORRE EM DIREÇÃO AO HALL, MAS A PESSOA CORRE EM DIREÇÃO AO ELEVADOR E ENTRA. ANTONIA TENTA ALCANÇAR, MAS A PORTA SE FECHA.

HENRI E PETER VEEM E APROXIMAM-SE DE ANTONIA.

HENRI – Está tudo bem? O que aconteceu?

ANTONIA – Alguém, todo misterioso, de preto, com o rosto coberto. Essa pessoa estava observando o Luke. (T) Ah meu deus, ele deixou um presente na cama do Luke.

ELES CORREM EM DIREÇÃO AO QUARTO APRESSADOS.

HENRI E PETER APROXIMAM-SE DA CAIXA E ABREM. ANTONIA SE APROXIMA E VÊ UM PORTA RETRATO COM A FOTO DE LUKE BEBÊ, ANTONIA E HENRI.

ANTONIA – O que é isso escrito de vermelho na foto?

PETER – “LUKE CRAIN HOWLING. INOCENTE OU CULPADO? POBRE FILHOTE DO DIABO, PAGANDO PELOS CRIMES DOS PAIS. ADEUS, QUERIDO. –V”

HENRI – Isso é uma ameaça, precisamos colocar seguranças aqui.

PETER – Quem é V?

ANTONIA – Vaiola?

ELES SE OLHAM, TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 21. MANSÃO HOWLING. SALA. INT. NOITE.

HENRI E ANTONIA ENTRAM NA MANSÃO.

HENRI – Cadê a Flora?

ANTONIA – Ela está no porão, vou resolver esse assunto durante a noite. Você trate de proteger o nosso filho, seja quem for esse psicopata, acabe com ele.

HENRI – O Peter está lá com o Theo, não se preocupe. Vou até o escritório, preciso cancelar umas reuniões ainda hoje.

ANTONIA – Ok.

ANTONIA RETIRA-SE. HENRI SAI.

CORTA PARA:

CENA 22. MANSÃO HOWLING. PORÃO. INT. NOITE.

ANTONIA ENTRA E TRANCA A PORTA. ELA TOCA EM FLORA, TENTANDO ACORDA-LA. FLORA ABRE OS OLHOS E ENCARA ANTONIA, QUE RETIRA A AMORDAÇA DA GAROTA.

ANTONIA – Agora grite, esperneie. Não tem mais para onde fugir, Flora. Triste que sua estadia foi mais curta do que deveria.

FLORA – Mais curta? Mas isso nem acabou. Sabe, eu tenho muitas perguntas para você, mas a principal é, por que uma mulher tão poderosa como você está fazendo o trabalho sujo? Você também matou a Vaiola?

ANTONIA – Flora, quando você chegou aqui, em algum momento você criou algum tipo de fetiche? (T) Não precisa responder, me lembro que não ouve tempo para você se deliciar com os acontecimentos mais instigantes e interessantes desta casa. Uma vez eu disse que você era muito parecida com a Vaiola, mas errei. Ela teve fetiches...

FLORA (CORTA) – E os realizou... O que isso tem a ver com a minha pergunta?

ANTONIA – Eu sempre fui uma mulher cheia de tesão, desejos insanos que se esvaiam de meu corpo e que gritavam pelas realizações de meus fetiches. Sejam eles com mulher, homens ou ambos. (T) Pareço ser uma mulher antiquada? Acho que disfarço muito bem esse meu lado mais sombrio. E respondendo sua pergunta, bom, não tem nada que me dá mais tesão do que ver sangue esvaindo do corpo da minha vítima.

FLORA – Então você matou essas pessoas? (chocada)

ANTONIA – Claro que não, por mais que eu ficasse excitada com essa situação, não arriscaria o meu império por uma gozada, mas é óbvio que teve vítimas anônimas, que ninguém sabe que existiu. Pobre vidas sem valores.

FLORA – Você é louca. Você e essa corja que carrega esse nome maldito.

ANTONIA – Sabe, eu queria que você tivesse aproveitado mais das vantagens de estar nesta casa. Os fetiches são os melhores caminhos querida.

ANTONIA APROXIMA-SE DE FLORA E COMEÇA A BEIJAR O ROSTO DA GAROTA, QUE TENTA ESCAPAR DOS BEIJOS, VIRANDO O ROSTO, MAS ANTONIA SEGURA COM FORÇA O PESCOÇO DA GAROTA E COMEÇA A BEIJA-LA. FLORA MORDE A VILÃ, QUE AO SE SOLTAR, LEVA A MÃO EM SUA BOCA E REVELANDO O SANGUE ESCORRENDO.

ANTONIA – Olha o que você fez, sua idiota.

ANTONIA DÁ UM TAPA EM FLORA.

ANTONIA – Você não tem jeito, pede para morrer o tempo todo. Maldita hora em que lhe salvei, devia ter deixado o irmão do seu marido achar você e lhe cortar em pedacinhos. Sua imbecil, mal-agradecida!

FLORA – Chega. Chega de ameaças, eu já sei que vou morrer. Já que esse será o meu fim, me conta, o que vocês fazem aqui?

ANTONIA – Não está óbvio para você, Flora? Nós ajudamos mulher a escapar de seus crimes, as trazendo para cá. Elas são dadas como mortas e aí o caminho fica livre. Quem vai atrás de uma garota morta? Ninguém, principalmente quando tem corpo e fica provado que foi um acidente. No seu caso, você jogou seu carro de um precipício. Acharam um corpo carbonizado e em pedaços. Molha uma mão aqui e outra ali, fim. Aqui jaz, Flora Milles!

FLORA – Então vocês são traficantes de mulheres?

ANTONIA – Tráfico humanos é um pouco pesado. Gosto de dizer que são negócios amorosos. Essas mulheres veem para cá, por uma temporada e impressionam alguns homens, que não pagam só pelos tecidos, mas por realizações de fetiches. Eles se divertem horrores, você precisa ver.

FLORA – Tudo isso é doentio. Isso é pior do que eu imaginava. O que fazem com as mulheres? Elas têm o mesmo destino da Vaiola e o meu? (tensa)

ANTONIA – Claro que não, mas isso eu não vou te contar agora. Você não merece saber agora.

ANTONIA APROXIMA-SE DE UMA MESA NO CANTO DO CÔMODO E PEGA UMA ARMA. ELA APONTA EM DIREÇÃO Á FLORA.

ANTONIA – Está na hora do Adeus.

FLORA – Eles vão vir atrás de mim. Isso não vai acabar aqui.

ANTONIA – Vai. Vai acabar sim. Graças ao fiasco das últimas duas, que percebemos que devemos mudar a forma que trabalhamos e recrutamos garotas. Acho que está na hora de sermos mais sinceros em relação á elas e ao trabalho.

ELA DÁ RISADA, MAS LOGO SE RECOMPÔE. ANTONIA ENGATILHA A ARMA, MAS ELA SE DISTRAI QUANDO VÊ A PESSOA DE PRETO NA JANELA. ELA NÃO PENSA DUAS VEZES E ATIRA CONTRA A JANELA.

FLORA SE LEVANTA DA CADEIRA, NO QUAL ELA FINGIA ESTAR PRESA E VOA EM CIMA DE ANTONIA, QUE DERRUBA A ARMA.

ANTONIA – Sua desgraçada, me solta. Eu vou matar você.

FLORA – Não, Antonia. Hoje não!

FLORA DÁ UM SOCO EM ANTONIA E DEPOIS BATE A CABEÇA DELA CONTRA A PAREDE, FAZENDO A MULHER DESMAIAR. ELA ABRE A PORTA COM A CHAVE E ABRE A PORTA, FECHANDO-A POR FORA.

CLOSE NA MATRIARCA DESMAIADA.

CORTA PARA:

CENA 23. EMPRESA RIVERHOWLING. ESCRITÓRIO. INT. NOITE.

HENRI PEGA UMA ARMA DENTRO DO COFRE E É SURPEENDIDO POR DOMINIC.

DOMINIC (TENSA) – Para que essa arma? Aonde vai com ela?

HENRI – Deveria ir castigar o Artur pelo o que ele fez com o Luke. Você sabia disso, Dominic?

DOMINIC – Eu fiquei sabendo agora pouco, não sabia desse acontecido. Mas Henri, temos que relevar, isso é normal entre dois irmãos. 

HENRI – Cala a boca. Fique quieta Dominic, dá última vez que falamos sobre isso em voz alta, precisamos matar a Vaiola.

DOMINIC – Você não a matou só por isso, mas uma certeza tínhamos, aquele bebê era um Howling e você não hesitou em matá-lo. Ainda bem que eu sou esconder muito bem a paternidade do meu filho, até que ele pudesse se tornar o seu braço direito.

HENRI – Me deixe levar por isso, acreditei que ele poderia ser um Howling e o poupei.

DOMINIC – Ele é o seu filho e tem suas melhores qualidades. Não faça nada contra o Artur.

HENRI – Por quê? Eu tenho um herdeiro legitimo e não um bastardo.

DOMINIC – Só que ele é o único que levaria o seu império a diante. Acha mesmo que o bom samaritano do Luke fara isso? Se aquele idiota herdar tudo isso, ele vai acabar com tudo em três meses, ou três dias. Vai destruir todo o legado Howling e essa cidade deixara de ser conhecida como o quintal da sua casa. Pensa bem, Henri, o Artur é o único que continuara o seu legado.

HENRI – O Artur é o meu filho, mas não o legítimo. Eu vou lutar até o meu último dia para que o Luke continue com o meu legado e se o Artur entrar no caminho dele, eu mato vocês dois.

HENRI DEIXA O LOCAL. CLOSE EM DOMINIC, COM OS OLHOS MAREJADOS. ELA PEGA UM VASO E JOGA CONTRA A PAREDE.

DOMINIC – Então você não me deixa outra escolha, Henri. Está na hora do Artur ser seu único herdeiro.

NELA.

CORTA PARA:

CENA 24. HOSPITAL. HALL. INT. NOITE.

HENRI APROXIMA-SE DE PETER.

HENRI – Cadê o Theo?

PETER – Ele foi no refeitório. Algum problema?

HENRI – Só estou preocupado. As coisas parecem que irão explodir em meio a tudo isso que vem acontecendo. Isso me parece uma distração.

PETER – O que você quer dizer?

HENRI – Que se aquela pessoa ameaçou o Luke, pode ser porque ela queria que nós estivéssemos aqui.

PETER – Então devemos estar onde não devíamos, só assim para pegarmos esse psicopata.

HENRI – Vamos deixar o Theo aqui e ir até a mansão. A Antonia está sozinha lá e provavelmente, ela será atacada.

PETER E HENRI DEIXAM O HALL. CLOSE EM ALGUÉM DE CAPUZ PRETO OBSERVANDO-OS SAINDO, DE LONGE.

CORTA PARA:

CENA 25. DELEGACIA. INT. NOITE.

SAM ENTRA NA SALA DE REUNIÃO APRESSADO.

SAM – Chegou à análise da prova.

DANNA – Abre, quero ver o resultado.

SAM ABRE O ENVELOPE. ELE E DANNA ESTALAM OS OLHOS AO VEREM.

SAM – Eu sabia que o assassino estava entre aquela gente. Peça um mandado de prisão imediatamente.

DANNA RETIRA-SE DA SALA. CLOSE EM SAM, REFLEXIVO.

CORTA PARA:

CENA 26. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

THEO ESTÁ SENTADO EM FRENTE A CAMA. ELE SE ASSUSTA QUANDO VÊ UMA SOMBRA NA PAREDE DO QUARTO. AO OLHAR PARA TRÁS, THEO VÊ UMA PESSOA ENCAPUZADA DE PRETO.

THEO – Quem é você?

ESSA PESSOA TIRA UMA ARMA DE DENTRO DA BLUSA E BATE NA CABEÇA DE THEO, QUE DESMAIA. O ENCAPUZADO APROXIMA-SE DA CAMA DE LUKE. AO CHEGAR PERTO, ELE TIRA O CAPUZ, REVELANDO VAIOLA.

VAIOLA – É tão triste te ver nessa situação, queria que nada disso acabasse agora. Eu sinto muito Luke, mas você precisa ir.

VAIOLA ENFIA A MÃO NO BOLSO E RETIRA UMA SERINGA VAZIA. ELA DÁ UM BEIJO NO ROSTO DE LUKE E VIRA O ROSTO DELE.

VAIOLA ENFIA A AGULHA NO PESCOÇO DO MOCINHO E INJETA O AR DA SERINGA NA VEIA DELE.

CLOSE NOS APARELHOS MOSTRANDO A INSTABILIDADE DOS PRINCIPAIS ÓRGÃOS DE LUKE. VAIOLA SAI CORRENDO DO QUARTO.

CORTA PARA:

CENA 27. HOSPITAL. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – WAVES OF GRAY – RUELLE.

VAIOLA SAI CORRENDO DO HOSPITAL E VAI EM DIREÇÃO AO ESTACIONAMENTO. ELA APROXIMA-SE DE UMA LIXEIRA E OLHA PAR AO HOSPITAL, COM UM SORRISO NO ROSTO, ELA LEVA A MÃO EM DIREÇÃO AO SEU PESCOÇO, PUXANDO SUA PELE E RETIRANDO A MÁSCARA. CLOSE NA MÁSCARA FALSA DO ROSTO DE VAIOLA NAS MÃOS DO PSICOPATA.

ESSA PESSOA JOGA A MÁSCARA DENTRO DA LIXEIRA E CORRE EM DIREÇÃO AO BREU DO ESTACIONAMENTO.

CORTA PARA:

CENA 28. HOSPITAL. QUARTO. INT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – WAVES OF GRAY – RUELLE.

THEO ESTÁ NA PORTA DO QUARTO COM O CELULAR EM MÃOS, FAZENDO UMA CHAMADA. CLOSE NO QUE ELE VÊ. NAS ENFERMEIRAS COBRINDO O CORPO DE LUKE COM O LENÇOL. THEO CHORA ENQUANTO FALA AO TELEFONE.

CORTA PARA:

CENA 29. MANSÃO HOWLING. HALL. INT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – WAVES OF GRAY – RUELLE.

ANTONIA ANDA COM UMA ARMA EM MÃOS, AINDA ZONZA.

ANTONIA – Aparece sua desgraçada, não adianta fugir, eu vou achar você.

ELA CAMINHA E CHEGA NA COZINHA. ANTONIA ANDA MAIS UM POUCO, SEM FAZER BARULHO EM MEIO AO SILÊNCIO.

ANTONIA – Aparece Flora, chega de brincadeira.

O TELEFONE TOCA E ANTONIA ASSUSTA-SE. ELA ATENDE.

ANTONIA – Alô? Theo?

CLOSE EM ANTONIA QUE RECEBE A NOTÍCIA SOBRE LUKE.

ANTONIA – Não. Não. Meu filho não!

ELA CHORA, DESESPERADA, SENTINDO-SE QUEBRAR POR DENTRO. ELA OLHA EM DIREÇÃO A JANELA E VÊ O ENCAPUZADO.

ANTONIA – Avisa o Henri, que o assassino está aqui e eu vou matar ele.

ANTONIA LARGA O TELEFONE FORA DO GANCHO E CORRE EM DIREÇÃO A SAÍDA.

CORTA PARA:

CENA 30. ESTRADA. CARRO. INT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – WAVES OF GRAY – RUELLE.

NO INTERIOR DO CARRO, PETER ACELERA O CARRO. CLOSE EM HENRI NO CELULAR.

HENRI – O que? Ela está caçando o psicopata? Isso não pode ser, a Antonia só pode estar fora de si. Vou desligar Theo.

ELE DESLIGA.

PETER – O que está acontecendo?

HENRI – Eu caí na armadilha Peter. Esse assassino deve ter o braço direito dele. (EMOCIONA-SE) aquele desgraçado levou o meu filho e agora quer acabar com a vida da Antonia. Acelera!

CLOSE EM HENRI, TOMADO PELO ÓDIO.

CORTA PARA:

CENA 31. MANSÃO HOWLING. JARDIM. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – WAVES OF GRAY – RUELLE.

ANTONIA CORRE EM MEIO AO SEU JARDIM PERSEGUINDO ALGUÉM.

ESSA PESSOA CORRE EM DIREÇÃO AO LAGO, DESESPERADO. O ENCAPUZADO ESCORREGA E CAI, TENTA LEVANTAR-SE, MAS ANTONIA CHEGA ANTECIPADAMENTE E APONTA UMA ARMA.

ANTONIA – Chega, esse jogo mortal acaba aqui e agora. Você não vai matar mais ninguém sua vadia desgraçada! (CHORA) Ele foi o último!

A MULHER SE LEVANTA E VIRA-SE PARA ANTONIA. ELA LEVA SUAS MÃOS EM DIREÇÃO AO CAPUZ, PARA TIRÁ-LO. CLOSE EM ANTONIA, ANSIOSA PARA A REVELAÇÃO, APONTANDO A ARMA. NA SOMBRA QUE SE FAZ NA GRAMA, MOSTRA-SE O CAPUZ SENDO RETIRADO.

CLOSE EM ANTONIA QUE ESTALA OS OLHOS E COM ÓDIO ENGATILHA A ARMA.

ANTONIA – Você? Isso não pode ser, você estava o tempo todo do meu lado.

CLOSE EM FLORA, EM PÉ OLHANDO FIXAMENTE PARA ANTONIA.

FLORA – O jogo não acabou, Antonia. Esse é só o começo e quem mexe as peças sou eu!

ANTONIA NÃO PENSA DUAS VEZES E ATIRA CONTRA FLORA, QUE CAI AJOELHADA NO GRAMADO. ANTONIA APROXIMA-SE E VÊ FLORA AGONIZANDO.

ANTONIA – Não mais vadia. Afinal, os mortos não conseguem mexer as peças.

HENRI E PETER SE APROXIMAM DE ANTONIA. ELES VEEM FLORA, BALEADA E DESMAIADA.

HENRI – O que é isso? Era a Flora? Não entendo.

PETER – Não pode ser, ela não podia estar no hospital e aqui.

ANTONIA – Tem dois, e um dos assassinos era ela. (T) Agora, vou descansar. Joguem-na ao lago!

ANTONIA AFASTA-SE, DESTRUÍDA. HENRI E PETER SE OLHAM.

NUM OUTRO TAKE, MOSTRA-SE OS DOIS BALANÇANDO O CORPO DE FLORA SENDO BALANÇADO PELOS DOIS E SENDO JOGADO NO LAGO.

QUANDO O CORPO DE FLORA SOBREVOA ATÉ ALCANÇAR O LADO, COMEÇAM TAKES ALTERNADOS ENTRE O CORPO DE FLORA E DE VAIOLA AFUNDANDO NO LAGO.

CORTA PARA:

CENA 32. CEMITÉRIO DE RIVERWOOD. EXT. MANHÃ.

LETREIRO: UM DIA DEPOIS...

SONOPLASTIA ON – EMPIRE – RUELLE.

A CENA INICIA COM O CAIXÃO DESCENDO PARA DENTRO DA SEPULTURA. CLOSE EM HENRI E ANTONIA ABRAÇADOS, EM LÁGRIMAS.

THEO E PETER FICAM LOGO ATRÁS DO CASAL, JUNTO COM ALGUNS OUTROS FIGURANTES REPRESENTANDO OS MORADORES PRÓXIMOS DOS HOWLING DA CIDADE.

AO LONGE, MOSTRA-SE ARTUR OBSERVANDO A CENA, FRIO.

UM CARRO DE POLÍCIA CHEGA, CHAMANDO A ATENÇÃO DE TODOS. SAM E DANNA SAEM DO CARRO E ESPERAM PERTO DO VEÍCULO. AO FINALIZAR O ENTERRO DE LUKE CRAIN HOWLING, ELES APROXIMAM-SE DOS POLICIAIS.

ANTONIA – O que fazem aqui? Não deveríamos falar sobre esses problemas neste momento.

SAM – Eu sinto muito, Sra. Howling.

HENRI – O que vocês vieram fazer aqui? Acredito que não foi para dar os pêsames.

DANNA – Não. Estávamos evitando a indelicadeza, mas infelizmente devemos cumprir o mandado de prisão.

PETER – Quem vai ser preso?

SAM APROXIMA-SE DE ANTONIA E COMEÇA A PUXAR O BRAÇO DELA, COLOCANDO A ALGEMA.

ANTONIA – O que é isso? Vocês estão loucos?

DANNA – Antonia Crain Howling, a senhora está sendo presa pelo assassinato de Vaiola Davis, Ambrouse Hill, Albert Firtz e Isabel Perdita.

ANTONIA – Não foi eu. Não poderia ter matado a Isabel, se eu não estava em casa. Eu não os matei. Henri faz alguma coisa.

SAM – A senhora tem o direito de permanecer calada, qualquer informação pode ser usada contra a senhora no tribunal.

HENRI – Vou acionar os advogados, não se preocupe, irei lhe tirar de lá.

ELES COLOCAM ANTONIA DENTRO DO CARRO E PARTEM. CLOSE EM HENRI, PETER E THEO OLHANDO-SE, TENSOS.

CORTA PARA:

CENA 33. COVIL. INT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – EMPIRE – RUELLE.

O ENCAPUZADO ENTRA NO COVIL E APROXIMA-SE DA TELA DO COMPUTADOR. ELE TIRA AS LUVAS E O CASACO PRETO, APROXIMANDO-SE DE UMA MESA COM UM CAIXÃO DE MADEIRA E ALGUNS FUROS DO LADO EM CIMA.

CLOSE EM DOMINIC, ACARICIANDO O CAIXÃO.

DOMINIC – Que temporada promissora. Por essa eles não esperavam. Sabe, passei anos aqui embaixo sozinha, planejando cada passo das minhas ações, executando os planos de cada assassinato que cometi. Seja o assassinato da Vaiola, ou dos clientes mais importantes do Henri, Ambrouse e Albert e respingou até mesmo na Isabel, mas o último prego do caixão do reinado de Antonia Howling, foi o fim do próprio herdeiro dela.

DOMINIC OLHA PELO BURACO DO CAIXÃO.

DOMINIC – Está calada hoje, você ainda está respirando? Enfim, estou cada vez mais perto de me tornar uma Howling e se tornar a dona desse império e salvá-lo do fim.

ELA COMEÇA A RIR E DESTRAVA A TRANCA DE CIMA DO CAIXÃO, ELA ABRE E SORRI.

DOMINIC – Ah querida, você está horrível.

CLOSE EM REBECA, AMORDAÇADA E AMARRADA DENTRO DO CAIXÃO. ELA TENTA GRITAR, MAS É IMPEDIDA PELO PANO EM SUA BOCA. LÁGRIMAS ESCORREM DE SEUS OLHOS.

DOMINIC – Bem-vinda ao inferno Bly, querida!

NELA, SORRINDO. EM REBECA, DESESPERADA AO VER DOMINIC FECHANDO O CAIXÃO NOVAMENTE.

CORTA PARA:

CENA 33. MANSÃO HOWLING. EXT. NOITE.

SONOPLASTIA ON – EMPIRE – RUELLE.

NOITE DA MORTE DE FLORA.

NA AMDRUGADA DAQUELA MESMA NOITE, UM NOVO ALGUÉM QUE ESPIAVA PELAS JANELAS DAQUELA MANSÃO E OBSERVAVA TUDO O QUE ACONTECIA, PRESENCIOU A TRAGÉDIA DAQUELA NOITE.

ESSA PESSOA JOGA-SE NO LAGO.

TAKES ALTERNADOS, CLOSE NO CORPO DE FLORA SENDO RETIRADO DO LAGO POR ESSA PESSOA, QUE COMEÇA A FAZER RESPIRAÇÃO BOCA A BOCA E MASSAGEAR O PEITO DA GAROTA.

FIM DO EPISÓDIO...

 


A Beleza Que Há Em Mim

Temporada 1 | Episódio 7

 

Criado e Escrito por:

Bruno Rodrigo

 

Elenco:

Flora Miles

Vaiola Davis

Antonia Howling

Henri Howling

Peter Howling

Artur Bly

Rebeca Bly

Dominic Bly

Isabel Perdita

Luke Crain

Theo Wilson

Toby Marin

Ambrouse Hill

Albert Firtz

 

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