Capítulo 7:
CENA 1: MANSÃO DOS DANTAS/
JARDIM/ INTERIOR/ MANHÃ/
Paty e Eduardo param de se
beijar. Eles dão as mãos um para o outro, e sorriem. Close em Dorotéia,
furiosa, olhando para eles.
Eduardo- Não briga mais comigo.
Fade-in: Lampejo (Instrumental)-
Victor Pozas.
Dorotéia vai até os dois.
Dorotéia- Mas que palhaçada é essa?
Paty (surpresa)- Mãe?
Dorotéia olha para Eduardo, que
fica com medo.
Dorotéia- Não vai me explicar, seu patife? (T) Eu tive pena
de você, te coloquei na minha casa, mas pra quê? Pra você seduzir a minha
filha, né?
Eduardo- Dona Dorotéia eu posso explicar.
Dorotéia (sarcástica)- Explicar o quê? (T) A velha história da patroa se
apaixonar pelo empregado?
Paty- Para com isso, mãe. (T) Eu e o Eduardo gostamos um
do outro.
Dorotéia gargalha, debochada.
Dorotéia- Deixa de ser besta, menina. (T) Você acha mesmo
que eu vou deixar a minha filha ficar com um faxineiro?
Paty (espantada)- Mãe, o que é isso?
Dorotéia- Deixa de ser sonsa, Patrícia. (T) Não percebe que
ele é apenas um aproveitador? Está vendo que você vai ser herdeira de uma
grande fortuna e já está garantindo o dele.
Eduardo (farto)- Isso já é demais, a senhora está me ofendendo.
Dorotéia (fria)- Que se dane. (T) Eu tô falando a verdade. Você não
vai afzer a minha filha de besta.
Paty- Tá falando isso por causa do dinheiro ou por que
se importa comigo, mãe?
Dorotéia (diabólica)- Isso não vem ao caso, menina. (T) Deixa de ser
ingênua. Não percebe que ele é um oportunista.
Eduardo (furioso)- Eu não vou tolerar isso.
Dorotéia- E não vai mesmo... Você está demitido!
Paty (enfrenta)- JÁ CHEGA, MÃE. DESSA VEZ A SENHORA PASSOU DOS
LIMITES. (T) EU NÃO VOU ACEITAR ISSO.
Dorotéia- E EU NÃO VOU PERMITIR QUE VOCÊ LEVANTE A VOZ PARA
MIM. (T) –Séria- EU JÁ TÔ CANSADA DAS
GRACINHAS DO SEU IRMÃO, E AGORA VEM VOCÊ TAMBÉM?
Eduardo- Eu acho melhor eu ir.
Dorotéia- Eu também acho...
Eduardo vai embora. Dorotéia e
Paty se olham, como rivais.
Fade-out: Lampejo (Instrumental)-
Victor Pozas.
CENA 2: MANSÃO DOS DANTAS/
FRENTE/ EXTERIOR/ MANHÃ/
Eduardo vem saindo da mansão com
sua mochila nas costas e acaba dando de cara com Manu, Ícaro e Madá por ali.
Manu (estranha)- Pai?
Ícaro- Você já tá indo embora?
Eduardo- É... eu fui demitido.
Manu- Como é que é?
Eduardo- É isso
mesmo, minha filha.
Ícaro- Mas o que houve, pai?
Eduardo- Lembram que eu falei da moça que eu estava
gostando?
Manu- Sim.
Eduardo- Ela é filha da minha patroa. E ela viu nós dois
nos beijando. Pra completar ainda me disse um monte de absurdos...
Manu (chocada)- Gente... Era aquela Paty, não é?
Eduardo- Sim, ela mesma.
Manu- Sabia que ela estava afim de você. Ela e aquela
Megan...
Madá- Falando no diabo...
Ícaro- Que absurdo isso, palhaçada, demitir alguém por
que o empregado tá afim da própria filha. Ridículo. E ainda humilhar meu pai
desse jeito. Ah, se eu vejo essa mulher na minha frente.
Eduardo- Quê isso, filho. Não fala assim não.
Ícaro- Desculpa, pai, eu só fiquei mal por você.
Eduardo se aproxima dele e o
abraça.
Eduardo- Não precisa se preocupar que tá tudo bem. Tenho
outros trampos e isso não vai me afetar em relação à Paty... (estranha) O que vocês estão fazendo
aqui?
Madá- A gente veio justamente pra investigar a minha
irmã. Ela frequenta essa casa. Aliás, o senhor bem que podia nos ajudar.
Eduardo (sem entender)- Eu?
Manu- É, pai. Você deve conhecer a irmã dela.
Ícaro- Eu acho melhor a gente falar disso num outro
lugar. Vamos lá pra casa, vai ser melhor.
Eduardo- Vamos, eu vim de carro hoje.
Os
dois saem dali.
CENA 3: MANSÃO DOS DANTAS/ QUARTO
DE FABRÍCIO/ INTERIOR/ MANHÃ/
Fabrício está sentado em sua
cama, chorando, enquanto mexe no celular.
Fabrício- Ai, belo, tomara que a minha mãe não consiga fazer
nada com você.
Ele faz uma ligação do seu
celular para o hospital. A câmera alterna entre Fabrício e a atendente.
Fade-in: Decolagem
(Instrumental)- Victor Pozas.
Atendente- Hospital do Servidor Público Municipal, com quem
eu falo?
Fabrício (desesperado)- Olá, eu me chamo Fabrício e sou namorado de uma
pessoa que está hospitalizada aí. Eu preciso falar com um cara que se chama
Gabriel, por favor.
Atendente- Senhor, eu não posso fazer isso. Se quiser,
precisa vir aqui se identificar e falar com ele.
Fabrício- Mas é algo urgente. Ele corre risco de morte.
Atendente- Já disse que não posso fazer isso, se é algo tão
grave assim, ligue para a polícia e faça uma denúncia.
Fabrício (agonizado)- Moça você não entende a gravidade da situação. (T)
Me faça esse favor.
Atendente- Infelizmente não. (T) Mais alguma coisa?
Fabrício desliga a ligação e coloca
a mão na boca, chorando. A câmera foca somente nele agora.
Fabrício- Meu Deus, eu preciso fazer alguma coisa, senão a
minha mãe vai matar o belo...
Close nele correndo até as
gavetas, de todos os móveis, procurando pela chave do quarto.
Fabrício (lamenta)- Droga! Não tem nada aqui.
Ele ouve alguns batidos na porta.
A câmera se divide entre ele e sua avó.
Alessandra- Fabrício, você tá aí?
Fabrício (animado)- Vó, eu tô aqui.
Alessandra- Abre a porta então.
Ele corre até a porta.
Fabrício- Vó, a minha mãe me prendeu aqui. (T) Vai lá pegar
a chave e abre aqui, por favor.
Alessandra fica chocada.
Alessandra- A sua mãe teve coragem de fazer isso? (T) Eu não
tô acreditando.
Fabrício (esperançoso)- A senhora vai me tirar daqui, não vai?
Alessandra (decidida)- Mas é claro que vou. (T) Espera só um momento.
Close no rosto de Fabrício, que
expressa alegria.
Fade-out: Decolagem
(Instrumental)- Victor Pozas.
CENA 4: MANSÃO DOS DANTAS/ SALA/
INTERIOR/ MANHÃ/
Dorotéia vem da direção dos fundos
e chega à sala, sendo seguida por Patrícia.
Paty (furiosa)- A nossa conversa ainda não acabou, mamãe.
Dorotéia- Já deu o que tinha que dar, Patrícia. Demiti
aquele faxineiro e não me arrependo disso. Primeiro o Fabrício me vem com
aquela história de namorar aquele viado e agora você com esse diarista? É o
fim! Meus próprios filhos me dando problemas.
Paty (sobe o tom)- Você deveria tomar vergonha nessa cara antes de
vir dizer que nós te damos problemas, quando na verdade o maior problema nas
nossas vidas é justamente a senhora!
Dorotéia (indignada)- Como ousa falar assim comigo? Eu sou sua mãe e
exijo respeito!
Paty- Você não tem moral pra exigir aquilo que não dá
pros outros! Você humilhou o Eduardo como se ele fosse um lixo.
Dorotéia- E é isso mesmo o que ele é!
Paty (grita)- Eu não vou permitir que você fale assim dele na
minha frente!
Dorotéia (grita)- E o que você vai fazer, filhinha? Vai me bater?
Fique você sabendo que por muito menos eu posso sentar a mão nessa sua cara!
Paty (enfrenta)- Então porque ainda não fez isso, hein? – vira o
rosto - Vai... Bate! Pode bater à vontade. Isso não vai fazer diferença
nenhuma. Vou ficar com a cara vermelha, mas eu vou permanecer plena, ao
contrário de você, que vai continuar sendo esse ser humano podre que você é.
Essa pessoa antiquada que em pleno século XXI ainda carrega no sangue esse
preconceito social ridículo!
Dorotéia (debochada)- Eu nunca
ouvi tanta asneira em toda minha vida.
Paty (debochada)- É mesmo? Então eu acho que você deveria começar a
escutar as suas próprias palavras.
Dorotéia (furiosa)- Você não brinque comigo, Patrícia!
Paty- Eu não preciso fazer isso. A senhora já é a
própria piada mal contada.
Dorotéia- Se você pensa que vai continuar com esse romance,
está muito enganada.
Paty (intimidando-a)- E o que você vai fazer? (irônica) Vai forçar um romance da Megan comigo, igual como fez
com o Fabrício?
Dorotéia (incomodada)- Do que
você está falando?
Paty- Não se faça de desentendida. Ou você acha mesmo
que eu caí naquele teatrinho barato de vocês aqui? Você não me engana, dona
Dorotéia. O Fabrício jamais iria desistir de alguém que ama de verdade pra ficar com a Megan, que agora pouco
estava dando em cima do Eduardo feito uma/
Alessandra (descendo as
escadas/interrompendo) - O que é isso
aqui? Porque vocês duas estão gritando desse jeito?
Dorotéia (grossa)- Você não se meta aonde não foi chamada!
Alessandra- Cale essa sua boca! Eu não desci até aqui pra
aturar essa sua grosseria, tá me ouvindo?
Dorotéia (debochada)- E veio fazer o quê, então? Procurar seus
brinquedinhos, vovó gatosa?
Alessandra- Eu vim aqui exigir que você me dê agora a chave do
quarto do Fabrício!
Paty encara Alessandra, sem
entender.
Paty- Do que você tá falando vó?
Alessandra- Você acredita que sua mãe teve a coragem de
trancar o seu irmão no quarto dele?
Dorotéia (ríspida)- E você não tem nada a ver com isso. Sai daqui!
Paty- Que história é essa de prender o Fabrício no
quarto dele?
Alessandra (pressiona)- Eu quero a chave, Dorotéia!
Dorotéia (grita)- Saia daqui!
Alessandra (grita)- Me dá essa chave! Agora!
Paty (para Dorotéia)- Eu não sei o que tá acontecendo, mas eu sinto que
tem algo de muito errado envolvendo esse namoro da Megan com o Fabrício. Você
deve saber muito bem o que é.
Dorotéia olha para Patrícia.
Dorotéia- A única coisa que eu sei é que o Fabrício desistiu
daquele namoradinho de merda pra ficar com a Megan. A culpa não é minha se ele
aderiu a cura gay.
Paty (grita)- Para de mentir sua desgraçada! Eu sei que é mentira!
Alessandra (pressiona, estendendo
a mão)- A chave, Dorotéia!
Dorotéia (para Paty)- Eu já falei pra você abaixar esse tom de voz
comigo, Patrícia.
Paty- Então chama a Megan aqui. Chama ela! Vamos!
Megan- Eu ouvi meu nome...
As três olham para Megan parada
no início do corredor que leva para a sala de jantar.
Paty (indo até ela)- Chegou na hora certa! – pressiona - Eu quero a
verdade, Megan.
As duas se encaram.
CENA 5: CASA DE EDUARDO/ SALA/
INTERIOR/ MANHÃ/
Eduardo, Manu, Madá e Ícaro
adentram o local, mas somente Edu se senta.
Eduardo (aflito)- O que é tão importante que tive que esperar pra
saber?
Madá- Precisamos que o senhor nos diga algo.
Manu- Mas antes precisamos te mostrar uma foto.
Eduardo (preocupado)- Eu já tô ficando preocupado. (T) Falem logo!
Madá mexe em seu celular e vira a
foto para Eduardo.
Eduardo- Essa daí é a Megan. –Confuso- O que tem ela?
Madá- Essa é a minha irmã...
Fade-in: Pelourinho
(Instrumental)- Victor Pozas.
Eduardo (abismado)- Isso só pode ser brincadeira... –Arregala os olhos- A Megan é aquele
monstro que vocês tanto falam?
Madá- Ela mesmo.
Ícaro- Pai, nós precisamos saber quem é Fabrício.
Eduardo- Fabrício é um dos donos da casa, ele é irmão da
Patrícia.
Manu- O quê? -Olha
p/ Ícaro e Madá- Então quer dizer que ela tá querendo dar um golpe nele?
Eduardo (intrigado)- Que golpe? (T) Do que é que vocês estão falando?
Madá- A Megan está namorando com esse Fabrício, mas nós
temos certeza de que ela está apenas enganando ele. Ela não ama esse homem.
Manu- É verdade, pai, por mais que isso seja horrível,
ela está interessada no senhor.
Eduardo- A propósito eu não tinha ligado nada, mas agora
pensando bem, eu soube que o Fabrício era gay, e como ele começou a gostar dela
assim num passe de mágica?
Manu, Madá e Ícaro ficam pasmos
com o que ouvem.
Ícaro- Eu já tô ficando sem entender. (T) O que tá
acontecendo?
Eduardo- Tem alguma coisa de errada nessa história.
Madá- Além de humilhar meu pai, aquela desgraçada está
armando alguma coisa. –Coloca a mão na
boca, chocada- Eu não tô acreditando... Será que aquele Gabriel está
naquele hospital por causa da minha irmã?
Manu- Se ela não trata bem nem o seu pai, imagina o que
ela seria capaz de fazer com esse homem?
Ícaro (tenso)- Então ele foi bem sortudo, porque se está acamado,
ela queria era matá-lo mesmo.
Close em Eduardo, escandalizado
com o que eles dizem.
Eduardo- É inacreditável isso...
Madá (p/ Eduardo)- Essa é a Megan. (T) Ela odeia meu pai por ser
limpador de rua.
Eduardo (perplexo)- Pode me mostrar uma foto do seu pai?
Madá- Claro...
Madá mexe no celular, e após
alguns segundos, ela mostra a foto de seu pai para Eduardo, que fica
barbarizado.
Flashback:
Eduardo
se vira e esbarra num lixeiro que estava varrendo a rua. Os dois acabam caindo
no chão. Megan ajuda Eduardo a se levantar, que ajuda o lixeiro. Megan percebe
que é Antônio, seu pai, que a encara.
Eduardo-
(para o lixeiro) Me desculpa, cara. Eu não te vi.
Megan-
(para Antônio) Você deveria tomar mais cuidado, seu
imbecil.
Eduardo-
(indignado) Não precisa falar assim, ô Megan. - para Antônio - Você tá bem?
Megan-
Claro
que esse idiota tá bem, Eduardo. Esquece isso aí. - tocando nele - Melhor você ir logo pra casa. Com a violência que
tá essa cidade, é bom tomar cuidado.
Eduardo-
(se afasta, sério, indignado) Pode deixar que eu sei me
defender. - para Antônio- Me
desculpe de novo.
Eduardo
sai dali, com raiva da atitude dela.
Fim
do flashback.
Eduardo-
Meu
Deus, como pode existir uma pessoa assim?
Madá-
Você
já viu meu pai?
Eduardo-
Um
dia que estávamos nos falando, eu esbarrei nele, e ela humilhou esse senhor.
Close
em todos se olhando, tensos.
Fade-out: Pelourinho
(Instrumental)- Victor Pozas.
CENA 6: MANSÃO DOS DANTAS/ SALA/
INTERIOR/ MANHÃ/
Megan- Eu não sei de que verdade você tá falando.
Paty- Não se faça de sonsa, porque isso você não é.
Megan- Se você estiver se referindo aquele momento que eu
tava conversando com o Eduardo...
Paty (por cima/corrigindo)- Que você estava dando em cima dele...
Megan- Deixa de ser ridícula, Patrícia. Eu já disse que
não estava dando em cima de ninguém, eu amo o seu irmão, jamais faria algo
assim.
Paty- Não adianta, Megan. Você só tá piorando sua
situação. Eu vi você tocando no corpo do Eduardo, esfregando a sua mão nele.
Estavam quase se beijando.
Megan (mentirosa)- Você pode não acreditar, mas eu tô falando a
verdade. O que o Eduardo e eu temos é só uma amizade e mais nada. O que você
viu, foi apenas coisas da sua cabecinha, amiga.
Paty- Eu já estou começando a duvidar dessa amizade. E
eu não tô me referindo a sua com o Eduardo não.
Megan- Sério, Patrícia. Ouvir uma coisa dessas é muito
decepcionante, fere o meu coração.
Paty (debochada)- Ah, você tá ferida? Oh, amiga, me perdoe, realmente
não foi minha intenção desconfiar da sua cara de cimento, muito menos achar que
sua relação com meu irmão é uma mentira.
O celular de Megan começa a
tocar.
Megan- Eu preciso atender.
Ela sai.
Alessandra- Já chega! –
para Dorotéia – Eu quero a chave, Dorotéia. Eu não vou pedir de novo.
Dorotéia- Pergunta pra um dos machos que você pega aonde
está a chave. Do jeito que você e o Fabrício são amicíssimos, não duvido nada
que vocês dividam a carne juntos.
Alessandra se irrita e dá um tapa
na cara de Dorotéia. Patrícia surpresa com a atitude dela. Dorotéia com a mão
no rosto, desacreditada, encara Alessandra.
CENA 7: CASA DE EDUARDO/ SALA/
INTERIOR/ MANHÃ/
Madá- O que vamos fazer agora?
Eduardo- Vamos dar que ela merece.
Manu- E o que seria dar o que ela merece?
Eduardo- Um momento.
Eduardo pega seu telefone faz uma
ligação. A câmera alterna entre ele e Megan, que está na mansão de Patrícia.
Ela pede um minuto para eles e atende o telefone, enquanto se afasta para um
canto.
Megan- Alô?
Fade-in: Dissimulado
(Instrumental)- Victor Pozas.
Eduardo- Megan, aqui é o Eduardo.
Megan (sorridente)- E como eu poderia me esquecer de que é você?
Eduardo- Eu gostaria de fazer um convite pra você.
Ela sorri.
Megan (intrigada)- Um convite? Que tipo de convite?
Eduardo- Um convite de amigo. (T) Hoje a Patrícia vai vir
aqui pra casa. (T) Queremos nos desculpar pelo mal entendido de hoje e vamos
assistir um filme. (T) Vem pra cá.
Megan- Ah eu não sei.
Eduardo (insistente)- Por favor.
Megan (triunfante)- Só porque você tá insistindo muito para eu ir.
Eduardo- Vai ser um tempo muito bom, nós somos amigos e não
podemos ficar assim, temos que perdoar um ao outro.
Megan- Eu também acho isso.
Eduardo- Até.
Ele desliga a ligação, e a câmera
foca apenas na casa de Eduardo.
Eduardo- Pronto. (T) –Maléfico-
Ela não perde por esperar. Aquela mulher tem que ser desmascarada.
Madá- E eu não posso perder isso por nada.
Todos se olham, aflitos.
Fade-out: Dissimulado
(Instrumental)- Victor Pozas.
CENA 8: MANSÃO DOS DANTAS/ SALA/
INTERIOR/ MANHÃ/
Dorotéia- Como você tem a coragem de me bater?
Alessandra- Agradeça por eu não te dar uma surra de cinto.
Agora me dá logo essa maldita chave antes que eu faça algo pior!
De má vontade, Dorotéia entrega a
chave para Alessandra, que sobe as escadas. Megan vai andando até a porta.
Megan- Eu preciso ir embora.
Dorotéia- Aonde você vai?
Megan (grossa)- Não te interessa!
Patrícia ergue as sobrancelhas,
chocada. Megan sai da mansão. Dorotéia fica enfurecida, mas se contém. Paty
passa por ela, e as duas se encaram. Em seguida, Patrícia sobe. Close em
Dorotéia.
CENA 9: MANSÃO DOS DANTAS/ QUARTO
DE FABRÍCIO/ INTERIOR/ MANHÃ/
Fabrício está sentado no chão,
escorado na porta, apreensivo. Ele ouve o barulho das chaves destrancando, e se
levanta. Paty e Alessandra entram no quarto, e ele abraça as duas ao mesmo
tempo.
Fade-in: Decolagem
(Instrumental)- Victor Pozas.
Fabrício (aliviado)- Graças a Deus.
Alessandra- Você tá bem, Fabrício?
Fabrício (lacrimejando)- Tô sim... –Desfazendo
o abraço- Tá tudo bem...
Paty- Não, não tem nada bem, Fabrício. (T) A nossa mãe
tá ficando louca. Por que ela te trancou aqui?
Alessandra- É, meu bem, pode nos dizer.
Fabrício (chorando)- Não é nada...
Paty- Como assim não é nada, Fabrício? A mãe vai te
trancar aqui por nada?
Fabrício- Nós só tivemos uma discussão, como sempre.
Alessandra (jogando verde)- Mas vocês já não se resolveram quando você começou
a namorar a Megan? (T) Esse é o namoro dos sonhos dela.
Paty (intencionada)- A nossa avó tá falando a verdade. (T) Você e a
minha mãe brigavam só por causa do Gabriel. (T) Não entendo o porquê de vocês
estarem mal agora que você tá tão apaixonado pela Megan...
Close em Fabrício, tenso. Paty se
aproxima do irmão e segura nas duas mãos dele.
Paty (pressiona)- Pode confiar em nós. (T) O que tá acontecendo,
Fabrício?
Eles se encaram.
Flashback:
Dorotéia (diabólica)- Eu vou te ensinar a mentir pra mim!
Fabrício (temeroso)- O que você vai fazer?
Dorotéia- O que já deveria ter feito há muito tempo com seu
namoradinho!
Fabrício (implora/chorando)- Não, pelo amor de Deus, mãe!
A mulher finge que não ouve e antes de sair do
quarto, pega a chave e
tranca-o. Fabrício chora,
desesperado.
Fim do flashback.
Fabrício (grosso)- Eu já não disse que não é nada?
Alessandra (pasma)- Pra que tá falando desse jeito com a sua irmã? Ela
Só quer ajudar.
Paty- É, Fabrício, calma aí. Eu não vou insistir então.
Fabrício- Me perdoa.
Ele abraça sua irmã, e olha para
sua voz, que o encara, intrigada.
Fade-out: Decolagem
(Instrumental)- Victor Pozas.
CENA 10: MANSÃO DOS DANTAS/
QUARTO DE PATRÍCIA/ INTERIOR/ MANHÃ/
Patrícia adentra seu quarto, no
mesmo instante, recebe uma ligação. Ela atende.
Paty- Oi amor.
Eduardo- Paty, eu preciso falar com você.
Paty- Eu também, e muito. Eu quero te ver, saber como
você tá depois do que aconteceu.
Eduardo- Eu tô bem, linda. Eu quero te convidar pra jantar
aqui em casa hoje.
Paty (sorri)- Poxa, eu vou adorar. Mas você tá bem mesmo?
Eduardo (sorri)- Tô sim, não se preocupa não.
Paty- Claro que me preocupo, Edu. A minha mãe disse
coisas horríveis pra você, eu não quero que você sofra.
Eduardo (sorri)- Eu sei, meu amor, não tem problema, fica fria, tá?
Paty- Tá certo.
Eduardo- Espero você.
– sorri – Tô preparando uma bela de uma surpresa.
Paty (intrigada)- Que surpresa?
Eduardo- Se eu contar estraga. Beijo!
Paty- Beijo.
Ele desliga. Patrícia fica
pensativa.
CENA 11: ANOITECE/ HOSPITAL
PÚBLICO/ INTERIOR/
Madá vai até a cama de seu pai,
que sorri ao vê-la.
Antônio- Filha? Que saudade de você.
Madá- Pai, me perdoa. Eu não pude ficar aqui com o
senhor porque tinha algumas coisas para resolver.
Antônio- Que coisas?
Madá- Você sabia que eu descobri uns podres sobre a sua
filhinha?
Antônio- A Megan? O que ela fez?
Madá- Se fez de rica, finge que é uma pessoa
maravilhosa, namora um cara que é gay, e aparentemente ela está envolvida em um
atentado.
Close em Antônio, perplexo.
Antônio (horrorizado)- De onde você tirou isso, Madá?
Madá- De onde eu tirei isso? (T) Isso é o que a sua
filha está fazendo. (T) Pelo visto até o diabo vai rejeitar ela quando for pro
inferno, senão vai tomar o lugar dele.
Antônio- E como você soube dessas coisas?
Madá- Descobri isso através de alguns amigos. (T)
Inclusive ela enganava um deles, mas agora já abriu o olho e vamos dar o que
ela merece.
Fade-in: Vielas (Instrumental)-
Victor Pozas.
Antônio (preocupado)- Como assim? (T) O que vocês estão aprontando?
Madá- A Megan vai ter o que ela merece.
Antônio- Madá, eu exijo que você me obedeça, não seja mais
uma a me dar desgostos, não faça isso.
Madá- Acha mesmo que eu devo deixar barato, pai? A Megan
merece sim ser humilhada, ela sempre te humilhou por toda a vida. (T) Isso é
apenas uma conseqüência das coisas que ela faz.
Antônio- E você vai se igualar ela?
Madá- Se ela sentir na pele o que o senhor sente, eu
farei sim. (T) –Resistente- Não
adianta, pai, é uma decisão já tomada, nós vamos botar a boca no trombone, -fria- as pessoas vão conhecer o lixo
que a Megan é. Vive se fazendo de salvadora da pátria, mas não passa de uma
depravada.
Antônio e Madá se olham,
friamente.
Antônio- Faça o que quiser, mas saiba que isso me deixa
profundamente decepcionado, minha filha.
Madá- Fica tranquilo, pai. Um dia a máscara sempre cai,
e chegou a vez dela.
Close na feição vingativa de
Madá.
Fade-out: Vielas (Instrumental)-
Victor Pozas.
CENA 12: MANSÃO DOS DANTAS/
JARDIM/ EXTERIOR/ NOITE/
Fabrício sai pelos fundos,
apressado. Isolda vai atrás dele.
Fabrício- Muito obrigado por estar me ajudando, Isolda.
Isolda (olhando pra trás)- Imagina, agora corre antes que sua mãe te veja. E
nem precisa ligar pra avisar que chegou numa boa lá no hospital.
Fabrício- Não se preocupe com isso... Qualquer coisa mando
uma mensagem, ela não vai nem perceber.
Fabrício caminha até a garagem e
entra em seu carro, dando a partida e saindo da mansão.
Isolda (para si)- Vai com Deus...
Close nela.
CENA 13: MANSÃO DOS DANTAS/
QUARTO DE FABRÍCIO/ INTERIOR/ NOITE/
Dorotéia desesperada no quarto de
Fabrício e percebe que ele não está. Ela vai até o banheiro dele e vê que está
vazio. Volta para o quarto, furiosa.
Fade-in: Lampejo (Instrumental)-
Victor Pozas.
Dorotéia- Ele fugiu pra ver aquela biba nojenta. –Fria- Eu já tô cansada, CANSADA!
A mulher vai até a janela do
quarto do menino e vê que dois dos carros não estão na garagem.
Dorotéia (sussurra/diabólica)- Maldito! Esse menino tá brincando com a sorte... –Maléfica- Eu não vou tolerar esses
atrevimentos mesmo...
Close em Dorotéia, trêmula de
ódio, pegando seu telefone. Ela faz uma ligação e quando a pessoa atende. A
câmera alterna entre ela e o mesmo homem que ajudou ela armar para Gabriel.
Dorotéia- Estou precisando novamente dos seus serviços.
Homem- É a Dona Dorotéia?
Dorotéia (exaltada)- Não, é a senhora sua mãe! (T) É claro que sou eu,
seu panaca!
Homem (malicioso)- Nossa que humor. (T) Tá precisando de um macho,
não?
Dorotéia- De um macho, não de um verme feito você. (T) Vamos
falar logo do que interessa.
Homem- Do que a senhora manda?
Dorotéia- Preciso dar um jeito naquele mesmo cara que você
me ajudou armar pra ele.
Homem- Ô madame, até hoje eu tô me recuperando daquele
tiro.
Dorotéia- Você não tem ninguém que possa fazer esse serviço
pra mim? (T) Tem que ser gente competente e confiável.
Homem- Pode deixar que eu arrumo um pra você.
Dorotéia (sorrindo/malévola)- Perfeito...
Close no sorriso dos dois.
Fade-out: Lampejo (Instrumental)-
Victor Pozas.
CENA 14: HOSPITAL PÚBLICO/
INTERIOR/ NOITE/
Fade-in: Lago dos Cisnes
(Instrumental)- Rodolpho Rebuzzi.
Fabrício vai de encontro ao leito
de Gabriel. Com um sorriso no rosto e lágrimas percorrendo, eles acariciam o
nariz um do outro, selando aquele momento com um beijo.
Fabrício (aliviado)- Meu amor, que bom que eu tô te vendo... Eu tava com
tanta saudade.
Gabriel (extasiado)- E eu, belo? Tô tão feliz que está aqui. –Pálido- Mas antes... Preciso que me
responda uma coisa...
Fabrício (intrigado)- Que coisa?
Gabriel- Me diz que você não tá com aquela naja... Me diz
que você ama somente a mim...
Fabrício- De que naja você tá falando? A Megan?
Gabriel- Sim, ela veio aqui me infernizar, ela disse que
você e ela estavam apaixonados, que transaram...
Fabrício fica pasmo com o que
Gabriel lhe diz.
Fabrício (furioso)- Aquela vadia... Ela me paga...
Gabriel- Calma, meu amor... Eu só quero que você fique aqui
comigo, não me abandona...
Fabrício abraça Gabriel, que
sorri se sentindo seguro nos seus braços
Fade-out: Lago dos Cisnes
(Instrumental)- Rodolpho Rebuzzi.
CENA 15: CASA DE EDUARDO/ SALA/
INTERIOR/ NOITE/
Paty e Eduardo estão sentados no
sofá, enquanto Ícaro e Manu estão em pé, apreensivos.
Paty- Eu não tô entendendo até agora quem nós estamos
esperando.
Eduardo- Eu já não disse pra esp...
Eles são interrompidos com o
toque da campainha. Manu atende e é Megan. Patrícia se levanta, surpreendida.
Paty (p/ Eduardo)- O que ela tá fazendo aqui?
Megan (p/ Eduardo)- O que tá acontecendo, Eduardo? (T) Você não me
disse que isso é um encontro para selarmos a paz?
Paty (p/ Eduardo)- Do que ela tá falando?
Megan (p/ Eduardo)- Por que você mentiu pra mim, Eduardo?
Manu (debochada)- Calma, Megan... As surpresas ainda não acabaram...
Paty (confusa)- Surpresa? Mas que surpresa?
Megan- Isso daqui já tá virando uma palhaçada. (T) Eu vou
embora.
Close em Megan, assustada após
ver que Ícaro entra na frente dela, impedindo que ela passe.
Ícaro- Você vai ficar quietinha aqui dentro.
Megan (p/ Edu/ olhando p/ Ícaro)-
Eduardo, manda esse menino sumir
da minha frente ou eu não me responsabilizo pelos meus atos.
Megan fica passada ao ver Madá
chegando.
Megan (perplexa)- Você?
Madá sorri, debochada, se
aproximando de Megan, que olha para todos, e por último para Eduardo, que se
levanta do sofá.
Eduardo (sorrindo)- Por essa você não esperava, né Megan?
Paty (intrigada)- Do que você tá falando?
Fade-in: Pike Ppk (Instrumental)-
Eduardo Queiroz.
Eduardo- Por acaso a Megan nunca te contou que o pai dela
era um limpador de rua? E que ela era pobre? –Close em Paty, perplexa- Que ela humilha o pai e a irmã? E
principalmente que ela está envolvida na separação do seu irmão com o Gabriel, -Megan abismada- e que há uma grande
probabilidade dela ter mandado matar esse menino...
Close em Paty, horrorizada com
tudo o que Eduardo diz.
Paty (p/ Megan)- Isso que ele tá dizendo é verdade?
Megan fica estagnada.
Madá (p/ Megan/ Provocativa)- É verdade, Megan? (T) Responde ela, sua biscate!
Paty (marejando/pressiona)- É VERDADE, MEGAN? ME DIZ!
A
câmera se divide nos rostos de Megan, Eduardo, Paty e Madá, cada um com seus expressões
faciais, e a imagem congela.
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