CENA 01. MANSÃO HOWLING. SALÃO PRINCIPAL. INT.
NOITE.
SONOPLASTIA ON –
SUSPENSE TERROR.
FLORA ANDA EM MEIO AOS CONVIDADOS.
ELA OBSERVA TODOS PARADOS, FRENTE A FRENTE, CALADOS, SEM SE MEXEREM, COMO
BONECOS. ELA OBSERVA TODOS E TIRA A MÁSCARA.
FLORA – O que está acontecendo? O
que está acontecendo?
DE REPENTE AS LUZES SE APAGAM E
LOGO DEPOIS, UM HOLOFOTE É LIGADO EM DIREÇÃO A VAIOLA, QUE ESTÁ AO MEIO DA
ESCADA, PARADA, COM O MESMO VESTIDO BRANCO EM QUE FLORA ESTÁ.
FLORA – Vaiola? Vaiola? Me diz, o
que está acontecendo? (CHORA) Eu estou correndo risco de vida, como você?
VAIOLA APONTA EM DIREÇÃO A FLORA,
QUE TAMBÉM É ILUMINADA. FLORA OLHA PARA BAIXO E VÊ UMA QUANTIDADE ENORME DE
SANGUE SAINDO DE SEU CORPO. DESESPERADA, ELA OLHA PARA VAIOLA, AOS GRITOS.
FLORA – Vaiola, o que está
acontecendo? Por favor, me ajuda. Me ajuda!
CLOSE EM VAIOLA FICANDO
ENSANGUENTADA IGUAL FLORA. AS LUZES SE APAGAM E A ÚNICA COISA QUE FLORA OUVE É
O CHORO DE VAIOLA.
FLORA – Vaiola! Vaiola! Vaiola!
QUANDO FLORA SE VIRA, AS LUZES
ACENDEM E ELA VÊ VAIOLA PERTO DE TI, COM O SEMBLANTE TODO SANGUENTADO E SE
DECOMPONDO.
VAIOLA – A beleza dói e você será a
próxima!
FLORA GRITA, DESESPERADA.
CORTA PARA:
CENA 02. MANSÃO HOWLING. QUARTO DE
FLORA. INT. MANHÃ.
CONTINUAÇÃO DA CENA ANTERIOR
IMEDIATA, COM FLORA SE DESPERTANDO DE SEU SONO, AOS BERROS. CLOSE EM ISABEL,
ASSUSTADA.
ISABEL – Está tudo bem, Flora?
FLORA – Ah... Isabel? O que faz em
meu quarto tão cedo?
ISABEL – Acabei de entrar para lhe
acordar, vi que estava inquieta, quando eu enfim iria te acordar, você despertou
gritando. Era um pesadelo?
FLORA – Sim, e dos piores.
ISABEL – Enfim, se recomponha, a
Sra. Howling quer que você comece os trabalhos do jantar de hoje. Os Srs. Bly
virão jantar aqui hoje.
FLORA – Claro, em vinte minutos
estarei pronta.
ISABEL CONSENTE E SE RETIRA. CLOSE
EM FLORA QUE SE LEVANTA, PREOCUPADA.
CORTA PARA:
CENA 03. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. DIA.
FLORA ORGANIZA OS UTENSÍLIOS NUMA
BANDEJA. ISABEL OBSERVA.
ISABEL – A mesa já está posta. A
Sra. Howling pediu que você a chamasse na sauna.
FLORA – Ah, claro. Irei chamá-la!
FLORA SE RETIRA E ISABEL A OBSERVA
SAIR. LOGO DEPOIS, VOLTA A ARRUMAR AS COISAS NA BANDEJA.
CORTA PARA:
CENA 04. MANSÃO HOWLING. JARDIM.
EXT. DIA.
FLORA SAI DA CASA, EM DIREÇÃO AO
OUTRO LADO DA PROPRIEDADE. ELA RESOLVE CORTAR CAMINHO PELA FLORESTA. FLORA
CAMINHA, QUANDO OUVE UM GALHO SE QUEBRANDO.
FLORA (ASSUSTADA) – Tem alguém aí?
Alguém?
ELA NÃO VÊ NINGUÉM E DA DE OMBROS.
FLORA SEGUE. FOCO NUM VUTO QUE PASSA POR TRÁS DELA. RÁPIDAMENTE ELA OLHA PARA
TRÁS, ASSUSTADA.
FLORA – Theo? É você? Esse tipo de
brincadeira não é legal.
NÍNGUÉM RESPONDE. NERVOSA, FLORA
CORRE EM DIREÇÃO AO LOCAL DA SAUNA. QUANDO ELA ESTÁ SE APROXIMANDO, FLORA
ESBARRA EM ANTONIA, QUE A SEGURA.
ANTONIA – O que é isso, Flora? Está
tudo bem?
FLORA – Desculpa, Senhora.
Desculpa!
ANTONIA – Por que está ofegante?
FLORA – Eu... Eu achei que alguém
estava me seguindo. Ouvi uns barulhos neste caminho mais curto, em meio as
árvores.
ANTONIA – Não se preocupe, deve ser
algum animal selvagem. É normal. A mesa já está posta?
FLORA – Sim, está!
ANTONIA – Vou tomar meu café.
Vamos, o dia será longo!
FLORA ACOMPANHA ANTONIA. A CAM
MOSTRA ALGUÉM, DE CAPUZ PRETO OBSERVANDO FLORA E ANTONIA SE AFASTAR.
CORTA PARA:
CENA 05. MANSÃO HOWLING. SALA DE
JANTAR. INT. DIA.
ANTONIA ESTÁ SENTADA TOMANDO SEU
CAFÉ DA MANHÃ, ENQUANTO FLORA ANOTA OS PEDIDOS.
ANTONIA – Eu quero um jantar a luz
de velas, tem alguns castiçais antigos no sótão. Peça para a Isabel separar a
toalha branca, com bordado europeu. Quero ela forrada na mesa.
FLORA CONTINUA ANOTANDO.
FLORA – E a louça a ser usada?
ANTONIA – Tenho uma louça europeia,
que foi usada pela rainha há muitas décadas atrás. Quero usá-la, por favor,
tome o estremo cuidado. A Isabel lhe mostrará.
FLORA – Mais alguma coisa, senhora?
ANTONIA – Sim, quero que se afaste
do Luke!
ANTONIA ENCARA FLORA, QUE ENGOLE
SECO.
FLORA (RECEOSA) – Por quê?
ANTONIA – A última governanta que
tive, foi absorvida pelas ideias dele e acabou onde acabou. Não quero que se
perca nas loucuras daquele homem. Ele já nos provou que é perigoso e precisa
ser ignorado.
FLORA – Não sou amiga dele, apenas
falei com ele duas vezes.
ANTONIA – Vezes o suficiente para
lhe fazer surtar. (T) Dominic me alertou, disse que você surtou, saiu correndo
pela festa. As pessoas falam nesta cidade e descobrimos que antes de você sair
daquela forma inadequada da festa, o Luke esteve aqui e falou com você.
FLORA – Eu sinto muito se causei um
desconforto.
ANTONIA SE LEVANTA DA MESA.
ANTONIA – Foi o primeiro erro. Você
pode cometer só mais dois. Te dei esse emprego pela sua beleza e pela sua
inteligência, mas chegou aqui parecendo uma selvagem sem saber se portar. (T)
Flora, preste atenção, se você causa um falatório na cidade, os Howling são a
pauta. Não nos envergonhe.
ANTONIA SE APROXIMA DE FLORA.
ANTONIA – Não adianta ser
perfeitamente linda, mas perfeitamente mal educada e burra. Fique longe dele e
quando acontecer de novo, disfarce!
ANTONIA SE RETIRA. LÁGRIMAS
ESCORREM DOS OLHOS DE FLORA. ELA AS SECA RAPIDAMENTE.
CORTA PARA:
CENA 06. BAR DO LUKE. FUNDOS. EXT.
DIA.
LUKE ABRE A PORTA DOS FUNDOS E SAI
COM UNS SACOS DE LIXO. ELE COLOCA O LIXO EM SEU DEVIDO LUGAR E QUANDO VAI
ENTRAR, ELE VÊ ARTUR PARADO, PERTO DE SEU CARRO, O ENCARANDO.
LUKE – Há quanto tempo está
esperando por mim?
ARTUR – Não muito tempo. Já é uma
rotina sua, colocar o lixo esse horário. É fácil decorar hábitos de pessoas
pequenas, em cidades pequenas.
LUKE – O que você está fazendo
aqui? Acho que já conversamos bastante na última vez que estivemos aqui, neste
mesmo lugar.
ARTUR – Conversamos? Não. Hoje sim
será uma conversa!
LUKE – O que você quer? Tenho um
bar para dirigir.
ARTUR – Afaste-se da garota. Ela
não deve ser arrastada para o seu caos.
LUKE – Meu caos? Que eu saiba, é
que os Howling e os Bly que trazem o caos a está cidade, desde o dia em que
coloquei os pés aqui.
ARTUR – Essa cidade é nossa, nós
mandamos aqui. Só para de envenenar a garota. Mal começou a segunda semana dela
e você já a fez surtar. Assim como fez com a Vaiola!
LUKE PARTE PARA CIMA DE ARTUR,
SEGURANDO-O PELA GOLA.
LUKE – Não fala o nome dela. Não
toca no nome dela, seu verme desgraçado. Você deveria morrer, seu porco filho
da puta. A Flora só merece saber que corre risco de vida. Eu não sei o que
vocês fizeram com a Vaiola, mas farei de tudo para que não façam com a Flora.
ARTUR – Me solta! Me solta! Você é
um merda, deve abrir os olhos, ou vou acabar com você.
LUKE SOLTA ARTUR, JOGANDO-O EM CIMA
DO CARRO. ARTUR CAI NO CHÃO. LUKE O OLHA, COM NOJO.
LUKE – Você que vai morrer, assim
que eu descobri o que vocês aprontam naquela mansão. E principalmente, o que
faziam com a Vaiola!
ARTUR (RI) – E pra isso você
precisa da Flora. Vai usar a garota para sua investigação sem fundamentos?
Acredite Luke, você só vai acabar matando-a.
LUKE OLHA PARA ARTUR, COM ÓDIO E
LOGO ENTRA NO BAR. ARTUR LEVANTA-SE, SE RECOMPONHE E ENTRA NO CARRO.
CORTA PARA:
CENA 07. CASA BLY. SALA DE ESTAR.
INT. DIA.
DOMINIC ESTÁ LENDO UM JORNAL,
QUANDO REBECA APARECE.
DOMINIC – Você está bem? Passou o
resto do fim de semana praticamente dopada. Está tomando algo para dormir?
(DISSIMULADA).
REBECA – Não sei. Acordei com
dores, depois daquela festa. (T) O Artur, cadê ele?
DOMINIC – Na empresa,
provavelmente! Não quero invadir sua privacidade, mas em que lugares você está
sentindo dores?
REBECA – Quero marcar um
ginecologista para mim, não estou me sentindo bem.
DOMINIC – Não se preocupe, acho que
você deve ir ao meu, ele é ótimo.
REBECA – Claro, obrigado!
REBECA SE RETIRA. DOMINIC FICA
PREOCUPADA E PEGA SUA BOLSA, SAINDO DE CASA.
CORTA PARA:
CENA 08. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. DIA.
FLORA CAMINHA PELA MANSÃO, EM
DIREÇÃO AO QUARTO DE ISABEL. ELA VÊ A PORTA MEIO ABERTA E SE APROXIMA. AO OLHAR
PELA BRECHA, FLORA VÊ ISABEL NUA, ELA SAI, MAS AO PERCEBER ALGO ESTRANHO,
VOLTA.
CLOSE EM ISABEL, MAIS PRECISAMENTE
EM SUAS COSTAS DESNUDAS, COBERTA POR CICATRIZES DE QUEIMADURA, QUE DEFORMAM SEU
CORPO.
FLORA CHOCA-SE AO VER E LEVA SUA
MÃO A BOCA. SEUS OLHOS MAREJAM E SEM QUERER, ELA EMPURRA A PORTA, CHAMANDO
ATENÇÃO DE ISABEL, QUE SE COBRE RAPIDAMENTE.
ISABEL – Quem está aí?
FLORA ENTRA.
FLORA – Me perdoa, não queria
invadir sua privacidade. Por favor, sei que foi inconveniente.
ISABEL – Ainda bem que você sabe.
Posso saber o que quer comigo?
FLORA – Eu queria saber onde
estavam os castiçais, a toalha branca com bordado europeu e a louça europeia,
para o jantar.
ISABEL – Os castiçais estão no
sótão. Não se preocupe, irei separar a louça, sei o quanto a Sra. Howling preza
por eles. Agora, por favor, me dê licença?
FLORA – Claro! Desculpe!
FLORA RETIRA-SE, CHOCADA. EM ISABEL,
AFLITA. NELA.
CORTA PARA:
CENA 09. EMPRESA RIVERHOWLING.
ESCRITÓRIO. INT. DIA.
ANTONIA, HENRI E AMBROUSE ESTÃO NA
SALA. AMBROUSE ASSINA UM DOCUMENTO.
ANTONIA – Espero que vá em nosso
jantar hoje a noite. Será muito apreciada, sua presença.
AMBROUSE – Depois da noite que
tivemos na festa, com certeza estarei presente.
HENRI – Fico feliz que a nossa
recepção tenha sido muito bem apreciada por você.
AMBROUSE – Eu já tinha me
convencido a fechar esse contrato bilionário, mas precisava ter uma experiência
inesquecível, nesta viagem.
ANTONIA MASSAGEIA O OMBRO DE
AMBROUSE, SORRIDENTE. DOMINIC INVADE A SALA. TODOS OS A OLHAM.
DOMINIC – Me perdoe pela
inconveniência, mas precisa conversar urgentemente com você, Antonia!
ELES SE OLHAM. ANTONIA SE RETIRA DA
SALA, DELICADAMENTE. ELAS FECHAM A PORTA. HENRI OFERECE UM DRINK. AMBROUSE
ACEITA.
CORTA PARA:
CENA 10. EMPRESA RIVERHOWLING. SALA
DE REUNIÃO. INT. DIA.
ANTONIA ENTRA. DOMINIC SENTA-SE.
ANTONIA – O que te deu? Você nunca
invadiu uma reunião assim.
DOMINIC – É a Rebeca, ela está com
dores.
ANTONIA – O que temos a ver com
isso?
DOMINIC – Você e eu sabemos muito
bem do que se trata. Uma mulher reconhece tudo o que acontece em seu corpo. (T)
Eu avisei para não passarem dos limites.
ANTONIA – Ela ficou o que? Assada?
Eu sei que ela pode reconhecer, mas você ganha uma boa porcentagem para manter
ela controlada.
DOMINIC – Se o Artur desconfiar,
ele me mata!
ANTONIA – O Artur não é idiota,
acha mesmo que ele não sabe como a mulher dele é tratada? Ele tem nojo da
Rebeca, não por ela perder o bebê, ou por ter se apaixonado pela Vaiola. Ele só
não quer algo usado!
DOMINIC – Eu precisarei levar ela
em um ginecologista. Um que tem que ser muito bem pago para enganar ela. (T)
Não quero chegar a fazer o pior.
ANTONIA – Minha querida, relaxe.
Nós mandamos nesta cidade, nada que um tratamento de choque não a faça
esquecer. Fique calma, vamos dar um jeito nisso.
ANTONIA SE APROXIMA DE DOMINIC, AS
DUAS SE OLHAM NOS OLHOS. O CLIMA AUMENTA. A TENSÃO SEXUAL ESTÁ NO AR. ANTONIA
COMEÇA A BEIJAR DOMINIC, QUE POR SUA VEZ PASSA AS SUAS MÃOS NOS SEIOS DA
MATRIARCA. ANTONIA VIRA DOMINIC E A SENTA EM CIMA DA MESA DE REUNIÃO.
DOMINIC LEVANTA SEU VESTIDO E TIRA
SUA CALCINHA. ANTONIA SE APROXIMA MAIS, BEIJANDO-A. ENTRE SUAS PERNAS, ANTONIA
LEVA UMA DE SUAS MÃOS NA VIRILHA DE DOMINIC, QUE GEME E OLHA PARA O TETO,
ENQUANTO ANTONIA BEIJA SEU PESCOÇO. DOMINIC GEME.
ANTONIA – Você precisa relaxar!
ANTONIA COMEÇA A SE AGAIXAR,
ENTRANDO EM MEIO AS PERNAS DE DOMINIC. CLOSE NA MULHER, QUE GEME, AO SENTIR O
SEXO ORAL COMEÇAR.
CORTA PARA:
CENA 11. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. NOITE.
ISABEL ENTRA NA COZINHA. FLORA A
OBSERVA.
FLORA – Eu sinto muito, não queria
invadir.
ISABEL – Me senti desconfortável
com você me observando, não gosto. O meu corpo está numa fase muito difícil
para mim e não quero que isso se repita.
FLORA – Eu fiquei curiosa. Você foi
vítima do incêndio que ouve nessa casa?
ISABEL CHORA.
ISABEL – Não quero tocar neste
assunto. Pare de se intrometer e ficar procurando coisas. Acredite, você vai
achar se procurar, mas será um tiro no seu próprio pé. Alguém vai te pegar,
antes que descubra toda a verdade e você não vai mais poder contar essa
história.
FLORA – Eu... Eu não queria... Eu
não vou mais procurar por nada.
ISABEL – Melhor assim!
ISABEL SE RETIRA E FLORA RESPIRA
FUNDO. REFLETE.
CORTA PARA:
CENA 12. CASA BLY. QUARTO.
BANHEIRO. INT. DIA.
REBECA ENTRA CORRENDO NO BANHEIRO,
ABRINDO A TAMPA DO VASO. ELA COMEÇA A VOMITAR, COPIOSAMENTE. QUASE SEM FOLEGO.
ARTUR ENTRA NO QUARTO E OUVE OS BARULHOS, ELE CORRE AO BANHEIRO, ACUDINDO SUA
ESPOSA.
LOGO ELES SAEM DO BANHEIRO, JUNTOS.
ARTUR AJUDA REBECA SENTAR-SE NA CAMA.
ARTUR – O que você tem? Não está se
sentindo bem?
REBECA – Não. Não estou bem. Eu
quero te fazer uma pergunta, Artur e quero que me responda com sinceridade.
ARTUR – O que?
NELE, TENSO.
REBECA – Você abusou de mim,
enquanto eu dormia?
LÁGRIMAS ESCORREM DOS OLHOS DE
REBECA. ARTUR CHOCA-SE.
ARTUR – Não, claro que não, Rebeca.
Eu não seria capaz de algo tão horrível.
REBECA OLHA PARA O NADA, CONFUSA.
REBECA – Estou sentindo uma
ardência nas minhas partes íntimas. Como se tivéssemos... Transado por horas.
Estou enjoada, como se eu estivesse grávida.
ARTUR SENTA-SE AO LADO DE REBECA.
ARTUR – Eu não faria isso, você
deveria ir ao ginecologista. Ele vai explicar melhor. Às vezes é uma inflamação
na bexiga ou algo do tipo. Uma bactéria da sua roupa íntima, as vezes as
empregadas não lavaram corretamente.
REBECA LEVANTA-SE, CONFUSA. ARTUR
OBSERVA.
REBECA – Por favor, me deixe
sozinha. Quero me recompor, amanhã irei ao ginecologista.
REBECA ENCARA A PAISAGEM. ARTUR SE
RETIRA. AO FECHAR A PORTA ELE DÁ UM OLHADA EM SUA ESPOSA E FECHA. EM ARTUR, QUE
ESFREGA O ROSTO PREOCUPADO.
CORTA PARA:
CENA 13. MANSÃO HOWLING. SÓTÃO.
INT. DIA.
FLORA ENTRA E ACENDE AS LUZES. ELA
OBSERVA MUITOS MÓVEIS, MALAS, BAÚS, ENTRE MUITAS OUTRAS COISAS, ABANDONADAS,
EMPOEIRADAS E OU COBERTAS POR PANOS BRANCOS.
FLORA SE ARREPIA E FICA VISIVELMENTE
DESCONFORTÁVEL, MAS SEGUE COM O PLANO DE ACHAR OS CASTIÇAIS. ELA COMEÇA A
FUNÇAR NAS COISAS.
FLORA – Vai ser um pouco difícil
achar essas coisas aqui. Tudo é tão velho, sujo.
ELA COMEÇA A PROCURAR, ATÉ QUE
RETIRA ALGUNS PANOS BRANCOS DE CIMA DE ALGUNS MÓVEIS. UM DELES REVELA UM
ÁRMARIO ENORME, COM UMA CHAVE. FLORA ABRE.
AO CAÇAR UM POUCO, ELA OBSERVA E VÊ
OS CASTIÇAIS. ELA OS RETIRA, COM CUIDADO, DENTRO DE UMA CAIXA. FLORA FECHA AS
PORTAS E TRANCA NOVAMENTE. QUANDO ELA OLHA PARA FRENTE, ELA VÊ ALGUMAS CAIXAS
ESCRITO COM O NOME DE VAIOLA.
FLORA – As coisas da Vaiola.
ELA OLHA PARA A PORTA ABERTA E LOGO
VOLTA A OBSERVAR AS CAIXAS. ELA SE APROXIMA E ABRE UMA DAS CAIXAS, REVELANDO
ALGUMAS ROUPAS. FLORA OLHA AS PEÇAS, ATÉ QUE ELA OUVE PASSOS.
FLORA SE APRESSA, FECHA A CAIXA E
SE APROXIMA DOS CASTIÇAIS. ISABEL APARECE.
ISABEL – Vamos, está demorando
muito e temos duas horas para organizar tudo. Os outros empregados estão
preparando o jantar. Um chefe de cozinha foi contratado para está noite.
FLORA SE APRESSA COM A CAIXA.
ISABEL OBSERVA O LOCAL, DEPOIS APAGA A LUZ E SAI, FECHAM A PORTA.
CORTA PARA:
CENA 14. RIVERWOOD. EXT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – HEAVEN – JULIA MICHAELS.
MOSTRA-SE OS PONTOS MAIS LINDOS DA
CIDADE. CONSTRUÇÕES ANTIGAS E PRESERVADAS. CLOSE NA MANSÃO HOWLING. CLOSE NO
LADO E NO JARDIM ILUMINADO. ALGUNS CONVIDADOS COMEÇAM A CHEGAR.
CORTA PARA:
CENA 15. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. NOITE.
ANTONIA ESTÁ NA COZINHA. FLORA SE
APROXIMA.
ANTONIA – Supervisiona a entrada, o
acompanhamento e o prato principal ao serem servidos pelos empregados. Preciso
que seja tudo perfeito, belo.
FLORA – Claro senhora! Após o
jantar, posso me recolher mais cedo.
ANTONIA – Quando finalizarmos o
jantar você pode ir para o quarto.
FLORA – Obrigado!
ANTONIA SE RETIRA.
CORTA PARA:
CENA 16. MANSÃO HOWLING. SALA DE
JANTAR. INT. NOITE.
O AMBIENTE ESTÁ ILUMINADO Á LUZES
DE VELA.
FLORA RECEPCIONA CADA EMPREGADO QUE
PASSA POR ELA. OBSERVANDO ELES SERVIREM OS CONVIDADOS DE ANTONIA. ANTONIA
OBSERVA TODA A PERFORMANCE DE SEUS FUNCIONÁRIOS E SORRI PARA FLORA, APROVANDO.
ISABEL FICA AO LADO DE FLORA.
AMBROUSE – Que bela apresentação.
PETER – Acredite, isso aqui é
apenas o começo a noite. Esperamos pelo fim!
AMBROUSE – Mal posso esperar.
ELES SORRIEM. DOMINIC DÁ UM GOLE NO
VINHO. ANTONIA OBSERVA ARTUR.
ANTONIA – Onde está Rebeca? Não
acredito que ela tenha feito tamanha desfeita.
ARTUR – Peço perdão, mas minha
esposa encontra-se acamada. Não se sentiu bem o dia todo!
ANTONIA E DOMINIC TROCAM OLHARES.
ANTONIA – Estimo melhoras para ela.
ANTONIA DÁ UM GOLE NO VINHO. OS
EMPREGADOS TIRAM AS TAMPAS DOS PRATOS, DEIXANDO TODOS INICIAREM O JANTAR.
HENRI – Hoje, a família Howling
ficou uns bilhões mais ricos.
ELES RIEM.
ARTUR – Ótimos negócios. E assim
continuamos investindo no melhor.
PETER – Papai ficaria orgulhoso,
meu irmão.
DOMINIC – Não, não meninos. Não
vamos acabar em uma noite de jantar perfeitamente organizada, com assuntos de
negócios. Por favor, Henri, nos conta como foi sua caçada no ano passado.
Lembro-me de ouvir histórias hilárias.
ALGUNS FICAM EM SILÊNCIO, ENQUANTO
ARTUR E PETER RIEM.
ARTUR – Com certeza tem muitas
histórias em volta dessa caçada.
PETER – E cair dentro de uma poça,
com origens duvidosas é uma delas.
HENRI – Ah, não. Não. Não. Aquilo
era barro. Apenas barro!
ANTONIA – Não, gente, o que é isso?
Estamos jantando!
ELES DÃO RISADA.
CORTA PARA:
CENA 17. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. NOITE.
FLORA OLHA COPIOSAMENTE PARA O
RELÓGIO. ISABEL OBSERVA. OS EMPREGADOS RETIRAM A MESA DO JANTAR.
FLORA – Será que posso ser
liberada? Passei o dia nesta casa, mal pude sair para respirar.
ISABEL – Claro, pode se recolher, eu
finalizo aqui.
FLORA – Obrigado!
FLORA RETIRA-SE.
CORTA PARA:
CENA 18. MANSÃO HOWLING. HALL. INT.
NOITE.
ARTUR VAI EM DIREÇÃO A PORTA.
ANTONIA, DOMINIC, AMBROUSE, HENRI E PETER SE APROXIMAM.
ANTONIA – Não acredito, vai nos
deixar tão cedo?
ARTUR – Peço perdão, mas preciso
observar a Rebeca, estou preocupado.
HENRI – Relaxa, não é nada demais.
DOMINIC – Eu ficarei mais um pouco.
O motorista da família me leva, quando for hora.
ARTUR – Ok, boa noite. Muito
obrigado pelo jantar, estava espetacular!
ELES SE DESPEDEM, COM ABRAÇOS E
BEIJOS DE DESPEDIDAS. ARTUR SAI. PETER CHAMA A ATENÇÃO DE TODOS.
PETER – Eu também irei me recolher,
quero relaxar um pouco.
ANTONIA – Claro meu cunhado. Tenha
uma ótima noite!
PETER CAMINHA HALL ADENTRO. ANTONIA
OLHA PARA OS SEUS TRÊS CONVIDADOS RESTANTES.
ANTONIA – E restamos nós. Vamos a
um lugar mais reservado?
ELES SE OLHAM, SORRINDO, SENSUAIS.
CORTA PARA:
CENA 19. RIVERWOOD. EXT. NOITE.
FLORA ANDA PELA FLORESTA QUE COBRE
A ESTRADA, DEIXANDO-A EM UM BREU. ELA USA A LANTERNA QUE CARREGA EM SUA BOLSA
PARA CLAREAR O CAMINHO.
FLORA – Sou uma idiota. Devia ter
pedido carona para o Theo. Se bem que ele não me levaria até o local que quero
estar. (T) Caramba Flora, por que você está se mexendo na areia movediça?
Sabendo que uma hora ou outra, toda essa merda vai feder e você vai ser
engolida por ela?
FLORA PERCEBE A LUZ FICANDO MAIS
FORTE, ELA SE ESPANTA E OLHA PARA TRÁS, VENDO UM CARRO SE APROXIMANDO DEVAGAR.
FLORA ESTRANHA E APRESSA OS PASSOS.
FLORA – Quem é? Será se está me
seguindo?
FLORA ACELERA AINDA MAIS OS PASSOS.
O CARRO AVANÇA MAIS, MAS NÃO ACELERA TANTO. FLORA FICA TRÊMULA.
FLORA – Merda! Merda! Merda!
NERVOSA, ELA COMEÇA A CORRER. O
CARRO AVANÇA PARA CIMA DELA. DESESPERADA E OFEGANTE, FLORA ACELERA, ATÉ QUE ELA
CAI NO MEIO DA ESTRADA. O CARRO PARA EM FRENTE A ELA.
FLORA SE RASTEJA, AFASTANDO-SE. A
PESSOA ABRE A PORTA DO CARRO E DESCE. EM PRANTOS, FLORA CONTINUA SE AFASTANDO,
SEM LEVANTAR-SE, COMO SE TIVESSE PRESA AO CHÃO.
FLORA – Quem é você? Por que está
me seguindo?
CLOSE EM ARTUR, APARECENDO E
FICANDO A FRENTE DOS FARÓIS DO CARRO.
ARTUR – Flora, você está bem?
FLORA – Você é assim com todas as
pessoas? Quase morri.
ARTUR – Desculpa, eu só queria te
dar uma carona. Para onde está indo essa hora?
FLORA – Eu queria espairecer.
Estava precisando de um ar.
ARTUR A AJUDA SE LEVANTAR.
ARTUR – Você se machucou?
FLORA – Não, está tudo bem. Algum
arranhão, mas nada demais.
ARTUR OLHA PARA A GAROTA.
ARTUR – Desculpa, a minha intenção
era boa. Posso te dar uma carona?
FLORA – Não se preocupe, eu posso
ir sozinha.
ARTUR – É só uma carona. E
sinceramente, até o centro é longe e perigoso.
FLORA – O único perigo até agora,
foi você me seguindo.
ARTUR – Causei uma má impressão.
FLORA – Não se preocupe. Eu... Eu
aceito a carona!
ELE SORRI.
CORTA PARA:
CENA 20. RIVERWOOD. CARRO. RUA.
INT. NOITE.
O CARRO ESTÁ PARADO NO CENTRO DA
CIDADE. PERTO DA PRAÇA. ELES OBSERVAM TUDO FECHADO.
ARTUR – Não sei se você deveria
ficar aqui, sozinha. Já está tudo fechado!
FLORA – Não imaginei que as pessoas
se recolhiam tão cedo. Percebi no jornal, que essa cidade é bem festeira.
ARTUR – Andou fuçando sobre a
cidade.
FLORA – Mais ou menos. Bom,
obrigado por me trazer até aqui.
ARTUR – Eu que agradeço a
companhia.
FLORA DESCE DO CARRO E ANDA PELA
CIDADE. ARTUR A OBSERVA IR EM DIREÇÃO AO BAR. ELE MOSTRA-SE INSATISFEITO.
CORTA PARA:
CENA 21. BAR DE LUKE. INT. NOITE.
FLORA ABRE A PORTA, QUE TOCA UM
SINO AVISANDO A CHEGADA DE CLIENTES. LUKE QUE ESTÁ DE COSTAS PARA A PORTA,
LIMPANDO AS MESAS REAGE.
LUKE – Já estamos fechados. Volte
amanhã cedo, quando abrirmos!
FLORA SE APROXIMA MAIS.
FLORA – Desculpe, não sei se posso
sair tão cedo assim do trabalho.
LUKE OLHA PARA FLORA E DESAPROVA A
PRESENÇA DA GAROTA. ELE SE AFASTA, INDO EM DIREÇÃO AO BALCÃO.
LUKE – Não sei se terá precisão.
Não temos muito o que falar.
FLORA – Eu preciso conversar com
você.
LUKE – Por que insiste? Você
acredita que eu matei a Vaiola, não acredita? Então por que está aqui?
FLORA – Todos em minha volta, agem
confortavelmente sobre a morte de Vaiola, como se nada tivesse acontecido. Como
se ela não tivesse existido. Você é o que mais demonstro inconformidade, quando
falo sobre esse assunto.
LUKE – Talvez porque estou
inconformado.
FLORA – Estar inconformado não é a
ação de um culpado. Ou é, mas isso não é tão bem feito. Eu sinto isso!
LUKE – Veio aqui me dizer que não
sou culpado? Isso eu já sei. Mais alguma coisa?
FLORA TIRA AS DUAS FOTOS DE SUA
BOLSA. ELA COLOCA EM CIMA DO BALCÃO. LUKE ESTICA, OLHANDO AS IMAGENS.
LUKE – Onde achou esses retratos?
FLORA – No meu quarto. Eu quero entender
o motivo da Sra. Howling ter me dado o mesmo vestido que Vaiola usa nesta foto,
para me apresentar aos seus convidados. O que está por trás da escolha deles,
que me trouxe até aqui?
LUKE OLHA PARA FLORA E ENGOLE SECO.
NELES.
CORTA PARA:
CENA 22. MANSÃO HOWLING. SAUNA.
INT. NOITE.
PETER SE APROXIMA DA PORTA DA
SAUNA. ELE RETIRA SEU ROUPÃO, FICANDO TOTALMENTE NU. ABRE A PORTA E ENTRA,
DEPARANDO-SE COM THEO.
THEO – Boa noite, Sr. Howling.
Deseja que saio?
PETER SE APROXIMA DE THEO.
PETER – Não, pode ficar. Não quero
ficar aqui sozinho.
THEO E PETER SE OLHAM. PETER PEGA
UMA CONCHA DE ÁGUA E JOGA NO CARVÃO, QUE EVAPORA, FAZENDO FUMAÇA.
PETER E THEO SEGUEM SE ENCARANDO. A
TENSÃO SEXUAL ENTRE OS DOIS AUMENTA. THEO OLHA PARA AS PARTES ÍNTIMAS DE PETER.
THEO – Me parece que o senhor está
precisando relaxar, depois de um dia cansativo.
PETER – Talvez por isso eu tenha
vindo tão tarde para está sauna.
SONOPLASTIA ON – EARNED IT – THE WEEKND.
PETER PEGA A MÃO DE THEO E COLOCA
EM SEU PEITORAL. THEO ACARICIA OS PELOS DO PEITORAL DE PETER E DESENHANDO O
CORPO DO HOMEM COM SEUS DEDOS.
PARTE DOS PELOS NA VIRILIA DE PETER
APARECEM, QUANDO THEO COLOCA SUA MÃO NAS PARTES ÍNTIMAS DELE. VISÃO AMPLA.
PETER COM AS PERNAS ABERTAS, OLHANDO FIXAMENTE PARA THEO, MOSTRANDO A MÃO DELE
EM MEIO DE SUAS PERNAS.
THEO – Você me quer, Sr. Howling?
PETER – Vai me obedecer, Theo?
Fazer o que eu mandar?
THEO SORRI, CONSENTINDO. PETER E
THEO INICIAM UM BEIJO CALOROSO, SE ACARIANDO, ABRAÇANDO.
THEO LAMBE AS AXILAS PENTELHUDA DE PETER,
QUE VISIVELMENTE SENTE TESÃO.
ELES SE OLHAM E VOLTAM A SE BEIJAR.
PETER – Você está me enlouquecendo!
THEO – Então me deixa fazer mais.
THEO SE AJOELHA. PETER FICA EM PÉ,
NA FRENTE DE THEO.
THEO PEGA NO MEMBRO DE PETER. A CAM
DA UM CLOSE NA OUTRA MÃO ACARICIANDO OS PETELHOS DA VIRILHA DE PETER, MOSTRANDO
A OUTRA MÃO SEGURANDO O MEMBRO ERETO DO HOMEM.
COM UM CLOSE NA BUNDA DE PETER, É
POSSÍVEL VER THEO MOVIMENTANDO SUA CABEÇA. PETER GEME DE PRAZER.
CORTA PARA:
CENA 23. MANSÃO HOWLING. SALA
PARTICULAR. INT. NOITE.
ELES BEBEM, DIVERTINDO-SE.
AMBROUSE, DOMINIC, ANTONIA E HENRI COMEÇAM OUTRA RODADA DE UÍSQUE.
ANTONIA – Acho importante esse tipo
de descontração. Relaxa muito mais que só dormir.
AMBROUSE – Vocês fazem os negócios
parecerem fáceis.
HENRI – Essa sempre foi a ideia.
DOMINIC – Fazer negócios com os
Howling é sempre estar com a pele brilhando. Estar com a beleza em dia.
ELES DÃO RISADA. DOMINIC E ANTONIA
SE OLHAM E PISCAM UMA PARA A OUTRA.
HENRI OBSERVA.
HENRI – Acho que devíamos
aproveitar que os funcionários foram dormir e estamos aqui, reclusos,
confinados, juntos e ao mesmo tempos só. E digamos que devemos aproveitar mais,
está noite!
DOMINIC AJEITA-SE NO SOFÁ,
ASSENTINDO. AMBROUSE SE ANIMA COM A IDEIA. HENRI E ANTONIA SENTAN-SE NO MESMO
SOFÁ QUE SEUS AMIGOS.
AMBROUSE – Irei ao banheiro e logo
volto.
ANTONIA – Claro, lhe esperamos.
DOMINIC – Ou talvez comecemos sem
você!
AMBROUSE LEVANTA-SE, SORRI PARA
ELES E SAI. HENRI ESTÁ ENTRE DOMINIC E ANTONIA.
HENRI – Me parece que vocês
começaram mais cedo, sem mim.
ANTONIA – Não chegamos aos
finalmentes, como você pensa.
ELE SORRI. ANTONIA E DOMINIC SE
APROXIMAM, POR CIMA DE HENRI E COMEÇAM A SE BEIJAR. HENRI AFROUXA A GRAVATA E
PASSA SUAS MÃOS NAS DUAS, DESENHANDO O CORPO DELAS.
ELAS ENCERRAM O BEIJO E OLHAM PARA
HENRI, QUE FICA VISIVELMENTE EXCITADO. ELAS COMEÇAM A INTERCALAR BEIJOS.
ENQUANTO DOMINIC BEIJA HENRI. ANTONIA BEIJA O PESCOÇO DE SEU MARIDO E DEPOIS DE
SUA AMIGA. NELES DE BEIJANDO E DESPINDO-SE.
CORTA PARA:
CENA 24. BAR DE LUKE. INT. NOITE.
ELA OBSERVA AS FOTOS, ENTRISTECIDO.
LUKE – Se você veio atrás de mim,
querendo respostas. Sinto muito, mas não tenho muito o que falar.
FLORA – Eu sei que você não sabe de
muito, mas preciso de uma luz. Sinto que irei descobrir o que ouve com a
Vaiola, andando nos mesmos passos que ela. E assim, descobrir o motivo de
quererem que eu me pareça com ela.
LUKE – As vezes pode ser um ritual.
FLORA – Não acredito que eles sejam
uma ceita. (T) Eu preciso de ajuda, necessito de aliados. Sinto que não posso
confiar em ninguém. E nossa proximidade nos trará respostas.
LUKE – Afinal, o que lhe trouxe até
aqui?
FLORA – Não importa. Meus segredos,
meus motivos. Eu só quero entender por que eu.
LUKE – A Vaiola era diferente, ela
contava mentiras em vida e carrega segredos em sua morte. Não foi fácil
desvendar aquela mulher em vida, por que acha que conseguiremos em vida?
FLORA – Como você disse, somos
diferentes. Eu não sou a Vaiola.
LUKE PARECE LEMBRAR-SE DE ALGO.
FLORA OBSERVA.
FLORA – Lembrou de algo?
LUKE – Me lembrei de um dia, quando
fui vê-la na mansão Howling. Ela estava no jardim, escrevendo em um caderno,
parecia um diário. Quando me aproximei, ela o escondeu. Talvez ele seja o caminho!
FLORA – E você nunca pensou em
procurá-lo?
LUKE SENTA-SE, TRISTE.
LUKE – Eu fiquei tão desesperado
quando ela morreu, que não dava para seguir em frente. Fiquei preso por umas
semanas, até confirmarem meu álibi e depois me confinei no quarto. Não queria
mais viver. Ninguém acredita, mas eu a amava, com toda minha força. Nunca
pensei nessa possibilidade!
FLORA – Eu acho que sei onde posso
encontrar.
LUKE A OLHA, SURPRESO. FLORA
SENTE-SE ESPERANÇOSA.
CORTA PARA:
CENA 25. MANSÃO HOWLING. JARDIM. EXT.
NOITE.
LUKE PARA O CARRO. FLORA O OLHA.
LUKE – Tem certeza de que não quer
que eu te acompanhe?
FLORA – Não, claro que não. Eles
vão desconfiar se nos pegar dentro do sótão. E a Sra. Howling demonstrou não
aprovar nossa aproximação. Amanhã mesmo te levo notícias.
LUKE PEGA UM CARTÃO E ENTREGA PARA
FLORA.
LUKE – Aqui, me liga nesse número.
Você tem um telefone particular?
FLORA – Sim, mas o sinal é péssimo.
LUKE – No lado oeste da mansão pega
melhor o sinal. Me liga, mas não pelo telefone da residência. Todos ouvem tudo
o que fazemos.
FLORA ACOLHE O CONSELHO E SE
DESPEDE. ELA DESCE. LUKE PARTE COM O CARRO.
CORTA PARA:
CENA 26. MANSÃO HOWLING. HALL. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – PRISONER – RAPHAEL LAKE.
FLORA ENTRA NA MANSÃO NAS PONTA DOS
PÉS. ELA CAMINHA TENTANDO NÃO FAZER BARULHO, ATÉ PASSAR EM FRENTE A SALA
PARTICULAR, COM A PORTA ENTREABERTA. ELA OUVE UNS GEMIDOS E SENTE-SE TENTADA A
ESPIONAR.
FLORA SE APROXIMA DA PORTA,
REVELANDO DOMINIC EM CIMA DE HENRI, TOTALMENTE NUS. ELES TRANSAM. FLORA
CHOCA-SE, ACHANDO QUE SR. HOWLING ESTÁ TRAINDO ANTONIA. ATÉ CHOCAR-SE AINDA
MAIS, AO VER ANTONIA ENTRANDO EM CENA, TOTALMENTE NUA, FICANDO EM PÉ EM CIMA DE
HENRI.
CHOCADA, FLORA SE AFASTA SEM FAZER
BARULHO.
CORTA PARA:
CENA 27. MANSÃO HOWLING. SAUNA. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – PRISONER – RAPHAEL LAKE.
PETER E THEO ENCONTRAM-SE NO CHÃO.
THEO ESTÁ COM AS PERNAS PARA O ALTO, ENQUANTO PETER ESTÁ POR CIMA, ENTRE SUAS
PERNAS, FAZENDO MOVIMENTOS DE VAI E VEM. CLOSE NOS MÚSCULOS DOS GLÚTEOS DE
PETER, QUE SE CONTRAIM, QUANDO ELE SE MOVIMENTA.
PETER E THEO DELIRAM DE PRAZER,
GEMENDO.
CORTA PARA:
CENA 28. MANSÃO HOWLING. HALL. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – PRISONER – RAPHAEL LAKE.
FLORA SOBE AS ESCADAS EM DIREÇÃO AO
SÓTÃO, CALMAMENTE. ELA PARA E OLHA PARA TRÁS, COM A SUA LANTERNA.
RECEOSA, FLORA SEGUE EM FRENTE, ATÉ
QUE ELA ABRE A PROTA DO CÔMODO E ENTRA.
CORTA PARA:
CENA 29. MANSÃO HOWLING. SÓTÃO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – PRISONER – RAPHAEL LAKE.
FLORA ENTRA NO CÔMODO ESCURO, SENDO
LEVEMENTE ILUMINADO PELA LUZ DA LUA. A LANTERNA DELA COMEÇA A FALHAR. ELA BATE
NA LANTERNA, QUE NÃO FUNCIONA MAIS.
FLORA – Droga, tinha que me deixar
na mão agora? Que merda!
ELA TENTA ALCANÇAR A LUZ DO LUGAR,
MAS É EM VÃO. FLORA VOLTA E TENTA ABRIR A PORTA, QUE ESTÁ EMPERRADA.
FLORA – Não. Não. Não. Que ódio.
Alguém me ajuda? (grita) Alguém?
ELA OLHA PARA O OUTRA LADO, UM
BREU.
FLORA – Respira. Respira Flora,
você está livre. Nada mais te domina, termina o que você começou e vamos sair
desse lugar. Foco, não está acontecendo de novo. Foco!
FLORA RESPIRA FUNDO. ELA TENTA
LIGAR A LANTERNA MAIS UMA VEZ, MAS É EM VÃO. FLORA DÁ UNS PASSOS A FRENTE, ATÉ
QUE TROPEÇA E CAI.
FLORA – Droga! Por que está
molhado? O que é isso?
ELA SENTE ALGO, COMO SE FOSSE UM
BONECO. SENTINDO O CHÃO MOLHADO E ESCORREGADIO. FLORA LARGA A LANTERNA, QUE
ROLA E COMEÇA A PISCAR.
A LANTERNA VIRA EM DIREÇÃO A FLORA
E VOLTA A FUNCIONAR. AO ILUMINAR O LOCAL, REVELA-SE AS MÃOS DA GOVERNANTA SUJAS
DE SANGUE. DESESPERADA, ELA COMEÇA A TREMER. AO OLHAR PARA BAIXO, LÁGRIMAS
ESCORREM DOS OLHOS APAVORADOS DE FLORA, AJOELHADA AO LADO DO CORPO DE AMBROUSE,
DEGOLADO, MORTO.
FLORA – AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!
(GRITA DESESPERADA). SOCORRO! SOCORROOOOOOO!
ELA SE AFASTA DO CORPO, DESESPERADA
E CHORA COPIOSAMENTE. CLOSE NO SEMBLANTE DE AMBROUSE, COM OS OLHOS ESBUGALHADOS
E ESVAINDO SANGUE DE SEU PESCOÇO.
CENA 30. LOCAL NÃO IDENTIFICADO.
INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – PRISONER – RAPHAEL LAKE.
A CAM PERCORRE POR UM LOCAL ESCURO,
VAZIO, MOSTRANDO SER O COVIL ANORMAL. MOSTRANDO-SE COM POUCA ILUMINAÇÃO, A CENA
REVELA UM QUADRO COM VÁRIAS FOTOS ESPALHADAS E LINHAS ATRAVESSANDO TODAS.
ALGUÉM TODO DE PRETO APROXIMA-SE DO
QUADRO, PEGA UMA CANETA E DESTAMPA. ELA LEVA A CANETA EM DIREÇÃO A UMA FOTO DE
FLORA. ESSA PESSOA FAZ UM CÍRCULO EM VOLTA AO ROSTO DA MOÇA E ESCREVE EM CIMA
DA FOTO, NO QUADRO: “ESTÁ VIVA?”
FIM DO
EPISÓDIO...
A
Beleza Que Há Em Mim
Temporada 1 | Episódio 2
Criado
e Escrito por:
Bruno Rodrigo
Elenco:
Flora Miles
Vaiola Davis
Antonia Howling
Henri Howling
Peter Howling
Artur Bly
Rebeca Bly
Dominic Bly
Isabel Perdita
Luke Crain
Theo Wilson
Toby Marin
Ambrouse Hill
Albert Firtz
Rajax © 2021
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