NOVA IORQUE
ÍNICIO DE
2002.
CENA 01. CASA. SÓTÃO. INT. NOITE.
FLORA ESTÁ DEITADA EM UMA CAMA NO
CANTO. A LUZ QUE INVADE A JANELA, ILUMINA SEU ROSTO ASSUSTADO E VISIVELMENTE
ESGOTADO. ELA NÃO ESBOÇA NENHUMA REAÇÃO.
A PORTA DO PORÃO SE ABRE, MOSTRANDO
UM HOMEM EM PÉ, SEM REVELAR SUA FACE.
HOMEM – Está na hora de comer
querida. Venha, come!
FRACA, FLORA JUNTA FORÇAS PARA
LEVANTAR-SE DA CAMA, QUASE CAINDO. OUVE-SE BARULHO DE CORRENTE. ELA CAMINHA,
REVELANDO OS DOIS PÉS AMARRADOS COM DUAS CORRENTES GROSSAS.
ELA VAI NA DIREÇÃO DO HOMEM. SEUS
OLHOS MAREJADOS, MOLHAM SEU ROSTO AO ROLAREM AS LÁGRIMAS. ELA ESTENDE A MÃO E O
HOMEM RI, DECBOCHANDO DELA. ELE JOGA A COMIDA AO CHÃO.
DESESPERADA, FLORA JOGA-SE AO CHÃO,
DESNUTRIDA E SEM FORÇAS E COMEÇA A COMER FEROZMENTE TODA A COMIDA QUE ESTÁ NO
CHÃO.
HOMEM – Isso, cadelinha. Obedece ao
seu homem!
ELE RI, OBSERVANDO A GAROTA
ALIMENTAR-SE DA COMIDA NO CHÃO.
CORTA PARA:
CENA 02. MANSÃO HOWLING. SÓTÃO.
INT. NOITE.
RIVERWOOD,
MEADOS DE
2003.
DESESPERADA E TODA SUJA DE SANGUE,
FLORA REÚNE FORÇAS E COMEÇA A GRITAR, BATENDO CONTRA A PORTA.
FLORA – Me tirem daqui, por favor,
alguém me ajuda. Eu imploro, me tirem daqui.
AOS PRANTOS, ELA CHORA COPIOSAMENTE
E BATE CONTRA A PORTA, DEIXANDO MARCAS DE MÃOS ENSANGUENTADAS CONTRA A PAREDE.
FLORA – Me ajuda. Me ajuda.
Socorro! (AOS BERROS).
FLORA CORRE EM DIREÇÃO A JANELA DO
SÓTÃO E OBSERVA, AO VER ALGUÉM SE APROXIMANDO DA MANSÃO, ELA COMEÇA A GRITAR,
DESESPERADAMENTE.
ELA ABRE A JANELA, EMPURRANDO COM
FORÇA E GRITA AINDA MAIS ALTO, FAZENDO ECO. A PESSOA OLHA PARA CIMA E ENCARA A
JANELA. CLOSE NA PESSOA CORRENDO PARA DENTRO DA CASA.
CORTA PARA:
CENA 03. MANSÃO HOWLING. HALL. INT.
NOITE.
PETER ENTRA CORRENDO NA MANSÃO,
DEPOIS DE IDENTIFICAR FLORA AOS BERROS. ANTONIA E HENRI SAEM DA SALA
PARTICULAR, ENVOLVIDOS EM UM ROUPÃO.
ANTONIA – O que está acontecendo?
Ela enlouqueceu?
PETER – Eu não sei, ela está aos
berros no sótão.
HENRI – Vamos até lá, antes que ela
acorde a casa toda.
PETER, ANTONIA E HENRI SOBEM AS
ESCADAS, APRESSADOS. CLOSE EM DOMINIC, QUE OBSERVA A CENA E LOGO FECHA A PORTA
DA SALA.
CORTA PARA:
CENA 04. MANSÃO HOWLING. SÓTÃO.
INT. NOITE.
FLORA OUVE O BARULHO DE ALGUÉM COLIDINDO
CONTRA A PORTA. ELA COMEÇA A FICAR SEM AR, ENTRANDO EM PÂNICO. QUANDO A PORTA É
ABERTA, FLORA SÓ ENXERGA A SILUETA DE PETER, FAZENDO COM QUE ELA DESMAIE.
PETER – Flora?
AO ACENDER A LUZ, PETER, HENRI E
ANTONIA, VEEM O CORPO DE AMBROUSE SEM VIDA, ESCORRENDO SANGUE. CHOCADOS, ELES
OLHAM EM DIREÇÃO A FLORA, QUE TAMBÉM ESTÁ ENSANGUENTADA.
ANTONIA – O que essa garota fez?
HENRI – Isso só pode ser o pior dos
pesadelos.
ELES SE OLHAM, TENSOS.
CORTA PARA:
CENA 05. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. NOITE.
FLORA COMEÇA A DESPERTAR COM UM
BARULHO DE ÁGUA. ELA VAI DESPERTANDO E VÊ A ÁGUA VERMELHA ESCORRENDO PELO PISO
DE GRANITO BRANCO DO BANHEIRO. ELA FICA LÚCIDA E ASSUSTADA.
FLORA – O que está acontecendo?
ISABEL A OLHA, PARANDO DE ESFREGAR
O SANGUE SECO DO CORPO DA GOVERNANTA. ISABEL ENGOLE SECO.
CORTA PARA:
CENA 06. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. DIA.
FLORA ESTÁ DEITADA EM SUA CAMA,
ADORMECIDA. ELA COMEÇA A DESPERTAR CALMAMENTE. AO LEVANTAR-SE, ELA ABRE AS
CORTINAS, CLAREANDO O SEU QUARTO E REVELANDO ANTONIA SENTADA NA POLTRONA. FLORA SE ASSUSTA.
FLORA – Sra. Howling!
ANTONIA – O que foi que você fez
Flora? Você matou um homem inocente? Como pode?
FLORA – Não... Não Antonia, eu...
Eu não o matei. Aquele homem já estava morto quando eu cheguei. Eu juro que não
o matei.
ANTONIA – O que fazia naquele sótão
tarde da noite?
FLORA – Eu... Eu estava verificando
se tudo estava em seu devido lugar e o encontrei daquela forma. Fiquei em
pânico. Eu juro que não fiz nenhum mal aquele homem.
ANTONIA – Não importa mais, pedi
que as autoridades nos ajudassem. Só que isso não vai ficar assim, eles vão vir
atrás do Ambrouse. Ele era um homem importante e a falta será sentida.
FLORA – O que fizeram com ele? O
que fizeram?
ANTONIA – O que eu precisei fazer
para proteger a reputação dessa família. (altera a voz) Eu sou a matriarca,
tenho uma família com uma reputação a zelar. Não posso que a manchem com sangue
novamente. Eu fiz o que era necessário e você não tocará mais nesse assunto.
Entendido?
FLORA ENGOLE SECO.
FLORA – Claro, Sra. Howling.
ANTONIA SE RETIRA DO QUARTO. FLORA
SENTA-SE NA CAMA, CHOCADA.
CORTA PARA:
CENA 07. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. DIA.
ANTONIA ENTRA APRESSADA E VAI DE
ENCONTRO COM ISABEL.
ANTONIA – ISABEL!?
A EMPREGADA A OLHA.
ISABEL – Bom dia senhora, no que
posso ajudar?
ANTONIA – Você sabe que te acho
incrível por não fazer perguntas e apenas obedecer, enquanto a nova garota só
sabe fuçar no passado e desenterrar quem já morreu. Depois dos acontecimentos
de ontem, fique de olho nela, não posso arriscar que ninguém mais saiba sobre
os fatos ocorridos.
ISABEL CONSENTE. ANTONIA SORRI E
LOGO SAI, APRESSADA. CLOSE EM ISABEL, REFLEXIVA.
CORTA PARA:
CENA 08. MANSÃO HOWLING. QUARTO DE
PETER. INT. DIA.
PETER ESTÁ NA JANELA, OBSERVANDO O
JARDIM, QUANDO THEO DESPERTA.
THEO – Quando você começa o dia
assim, com certeza tem algo te assombrando.
PETER – E tem. Despois da morte do
Ambrouse, precisamos manter tudo em segredo. Não podemos deixar arrastarem o
nome dos Howling na lama.
THEO – O corpo está muito bem
escondido. No momento certo ele virá à tona e não será aqui na propriedade.
PETER – Precisamos traçar um plano,
as autoridades federais viram atrás. Eles irão tirar nossa paz por muito tempo.
(T) Quero evitar essa situação.
THEO – Quem teria motivos para
matá-lo? Quem poderia querer sujar ainda mais o nome da sua família?
PETER – Se a Flora estiver dizendo
a verdade, que não o matou, sinceramente? Eu não faço ideia. Ele era um
desconhecido, sem inimigos aqui.
REFLEXIVOS, THEO E PETER SE OLHAM.
NELES.
CORTA PARA:
CENA 09. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. DIA.
FLORA ENTRA NA COZINHA E ENCONTRA
ISABEL.
ISABEL – Como foi a sua noite?
FLORA – Essa pergunta só pode ser
irônica. Será que podemos falar sobre isso aqui dentro?
ISABEL – Sobre o que?
OS OLHOS DE FLORA LACRIMEJAM. ELA
ENGOLE SECO.
FLORA – Nada! Minha noite foi
perfeitamente ótima. (T) Vou fiscalizar o jardim!
FLORA SE RETIRA. ISABEL A OBSERVA.
LOGO O THEO ENTRA, ARRUMANDO A GRAVATA. ISABEL SE APROXIMA DELE E COCHICHA.
ISABEL – De novo isso? Eu sei que
você passou a noite com o Sr. Peter. Quer ser mandado embora?
THEO – O Peter tranca a porta e
deixa a chave lá para evitar um flagra. Só que estou ficando cansado de ser
esse segredo. Essa família é totalmente desajustada e o nosso amor não é um
desajuste.
ISABEL – Claro que não, mas não nos
pertencemos. Eles nunca vão aceitar.
THEO – Eles aceitam um ménage, mas
se é só dois homens num quarto, é algo de outro mundo?
ISABEL – Vamos acabar com esse
assunto aqui, essa casa tem ouvidos e eu não quero ser a próxima no sótão.
THEO CONSENTE E SAI. ISABEL SEGUE
HALL ADENTRO.
CORTA PARA:
CENA 10. EMPRESA RIVERHOWLING.
ESCRITÓRIO. INT. DIA.
HENRI, ANTONIA E PETER ESTÃO
SENTADOS, CONVERSANDO. ANTONIA ENCONTRA-SE AO LADO DA MESA, ENCOSTADA, QUASE
SENTADA, COM UM COPO DE UÍSQUE.
HENRI – Esse é o pior cenário de
qualquer negócios que já fiz. Sabe os milhões que perderíamos? Demoraríamos
anos para conseguir atrair algum novo investidor.
PETER – Ou seja, iriamos á
falência. Só que ainda não podemos devolver a vida para as pessoas, esse é o
cenário e precisamos dar um jeito.
ANTONIA – Vamos pensar em algo. Já
pegou todas as coisas dele?
PETER – Pedi que o Theo pegasse, no
quarto do hotel. Vou mudar o dia da viagem.
ANTONIA – Não precise ver que horas
ele iria voltar, sabemos que o voo estava marcado para hoje à noite e iremos
dar um jeito de resolver tudo hoje mesmo.
HENRI – E o que faremos? Teve
alguma ideia?
ANTONIA – Ainda não tenho uma
favorita, mas em breve saberemos.
ELES SE OLHAM E ARTUR ENTRA.
ARTUR – Enquanto vocês discutem o
que vão fazer com o corpo de Ambrouse, a Flora está ficando amiguinha do Luke!
ELES SE CHOCAM COM A NOTÍCIA E SE
OLHAM, TENSOS.
CORTA PARA:
CENA 11. CASA BLY. SALA. INT. DIA.
DOMINIC ENTRA NA SALA E VÊ REBECA
PEGANDO A BOLSA.
DOMINIC – Você vai sair?
REBECA – Vou, preciso fazer uns
exames.
DOMINIC – Que exames? O que está
sentindo?
REBECA – Não sei, irei descobrir
isso quando eu estiver com os resultados em minhas mãos. Licença, já estou
atrasada.
DOMINIC FICA NERVOSA, MAS PENSA
RÁPIDO.
DOMINIC – Espera! Rebeca, você sabe
que não posso deixar a minha nora passar em qualquer charlatão, né? Deixe que
eu lhe levo em um ginecologista cinco estrelas, o mais recomendado.
REBECA – Eu marquei horário com um
hoje, não se preocupe.
DOMINIC – Posso pelo menos ir com
você?
REBECA OBSERVA DOMINIC,
DESCONFIADA. ELA CONSENTE. ELAS PARTEM.
CORTA PARA:
CENA 12. MANSÃO HOWLING. JARDIM.
EXT. DIA.
FLORA OBSERVA O LAGO, PARECE
DISTANTE. ELA NÃO PERCEBE ISABEL, SE APROXIMANDO. INUNDADA COM PENSAMENTOS,
FLORA SE ASSUSTA QUANDO ISABEL A TOCA, FAZENDO-A VIRAR RAPIDAMENTE.
ISABEL – Desculpa, não quis lhe
assustar. Você está bem? Percebi que está observando o lago por algum tempo.
FLORA – Eu só estava tentando
digerir algumas situações.
ISABEL – Pelo menos analisou o
jardim?
FLORA – Eu olhei tudo, algumas
áreas precisam de mais atenção. Está tudo anotado, irei entregar ao jardineiro.
ISABEL – Ok, precisamos organizar a
mesa para o almoço.
ISABEL DIZ, FRIA. FLORA A OBSERVA.
FLORA – Você não se sente só aqui?
Sem amigas, sem ter alguém para confiar?
ISABEL – Do que está falando?
FLORA – Sinto que desde o momento
que descobri sobre a Vaiola, todos pisam em ovos ao meu lado. Ontem tinha um
homem morto no sótão e ele desapareceu e todos estão agindo como se fosse mais
um dia normal.
ISABEL – É um dia normal e você
deveria agir igual. Não sei de onde veio, mas aqui é bico calado e segredos na
caixa.
FLORA – A Vaiola morreu porque não
quis por os segredos na caixa, ou por que confiou nas pessoas erradas?
ISABEL – Eu não vou te responder
essa pergunta. Não podemos falar sobre isso.
FLORA – Amigas são para isso.
ISABEL – Não somos amigas!
FLORA – Talvez você não saiba como
ter uma amiga.
FLORA SE AFASTA, QUANDO ISABEL A
SEGURA PELO BRAÇO.
ISABEL – Eu era amiga da Vaiola e o
que aconteceu com ela me assombra desde então. Não sou o monstro aqui, só não
quero assinar o meu atestado de óbito e a qualquer momento estar morta.
FLORA – Talvez seja por isso que a
Vaiola esteja morta. A amiga dela preferiu abster de ser uma amiga de verdade.
Não assinou o seu atestado, mas assinou o dela.
FLORA SE RETIRA. CLOSE EM ISABEL,
QUE FICA VISIVELMENTE DESEQUILIBRADA.
CORTA PARA:
CENA 13. EMPRESA RIVERHOWLING.
ESCRITÓRIO. INT. DIA.
ANTONIA SE LEVANTA E OLHA PELA
JANELA, EM DIREÇÃO AO BAR DO LUKE.
ANTONIA – Ele não pode corromper
mais uma garota. Toda essa história vai dar no mesmo caminho, a morte!
ARTUR – Ele quer convencer a Flora
de ficar ao lado dele, usando a história da Vaiola. Ele a está manipulando.
HENRI – A Flora ficou curiosa, não
falamos muito sobre a Vaiola e é natural que ela vá atrás. Precisamos dar um
jeito nisso!
PETER – A cada segundo que passa,
alguma nova bomba aparece. Qual será a próxima?
ANTONIA – Eu quero é tirar esse
Luke, que age como uma pedra no meu sapato, de vez do meu caminho. Se essa
amizade se aprofundar, iremos precisar agir como antigamente!
PETER – Isso é muito perigoso, só
irá reforçar a vítima que ele diz ser e trazer mais visibilidade para nós.
ARTUR – Ele não precisa morrer,
apenas levar um bom susto!
ANTONIA OS OLHA, REFLEXIVA.
CORTA PARA:
CENA 14. CONSULTÓRIO. SALA DE
ESPERA. INT. DIA.
REBECA E DOMINIC SENTAM-SE. DOMINIC
OBSERVA O CONSULTÓRIO.
DOMINIC – Quase duas horas, só para
ter uma consulta. Temos um ao lado da nossa cidade, perto, conhecido da
família.
REBECA – Eu quero uma nova visão,
ninguém que seja influenciado pelo poder das famílias que somos envolvidas.
DOMINIC – É porque ele é o melhor.
Esse lugar é um qualquer!
REBECA – Por favor Dominic.
DOMINIC SE CALA. UMA MÉDICA ENTRA
NA SALA E OLHA PARA REBECA. ELA LEVANTA-SE E SEGUE.
CORTA PARA:
CENA 15. CONSULTÓRIO. SALA DE
LAUREN. INT. DIA.
LAUREN OUVE REBECA.
REBECA – Eu precisava vir em uma
ginecologista mulher. Não confio muito nos outros.
DR. LAUREN – Eu estou aqui para te
atender da melhor forma possível. Pode se abrir, o que está lhe incomodando?
REBECA OLHA SÉRIA PARA A DOUTORA,
LÁGRIMAS ESCORREM DE SEUS OLHOS, RELUTANTE, MAS DIZ.
REBECA – Eu acho que fui estuprada!
LAUREN ENGOLE SECO. LÁGRIMAS
ESCORREM DOS OLHOS DE REBECA.
CORTA PARA:
CENA 16. BAR DO LUKE. FUNDOS. EXT.
DIA.
LUKE E FLORA ESTÃO DO LADO DE FORA.
FLORA – Eu não faço mais ideia de
como continuar naquela casa. Ao mesmo tempo que eu gostaria de fugir na calada
da noite, também quero ficar e descobrir os segredos que essa gente esconde.
LUKE – Não posso acreditar que eles
fariam isso, esconderiam um corpo só para não sujar o nome da família. Na
verdade, estou mentindo, acredito sim! (T) Um conselho de amigos, foge e
desaparece!
FLORA – E se eu fugir e eles usar o
corpo do Ambrouse para me perseguir ou me mandar para a cadeia?
LUKE – Isso é um risco a correr.
FLORA – Eles podem me acusar á
qualquer momento. Eu preciso achar o diário da Vaiola e descobrir se ela fala
dessa gente, se tem segredos deles lá.
LUKE – Aquele diário seria uma
prova refutável, de que eles são os verdadeiros assassinos da Vaiola.
FLORA – O que vamos fazer?
LUKE – Vem aqui de noite, vamos
pensar melhor, juntos.
FLORA CONSENTE. ELES SE ABRAÇAM.
CLOSE EM ISABEL, QUE OBSERVA A CENA.
CORTA PARA:
CENA 17. CONSULTÓRIO. SALA DE
LAUREN. INT. DIA.
EM REBECA, SENTADA EM CIMA DA MACA,
COM AS PERNAS ABERTAS, APENAS DE CAMISOLA HOSPITALAR.
DR. LAUREN – Sinto muito por tudo
isso. Você não quer mesmo abrir um boletim de ocorrência?
REBECA – Esse boletim desapareceria
em dois segundos. O meu marido não deixaria nada disso ir para frente.
DR. LAUREN – Acredita que foi ele?
REBECA – Eu rezo todos os dias para
que não seja.
REBECA FALA, ENQUANTO A DOUTORA FAZ
O EXAME NELA.
DR. LAUREN – Pelas contusões e a
ardência, só comprovam que você sofreu um abuso agressivo e repetidamente. Não
sei como você não acordou para ver o que estava acontecendo.
EM REBECA, QUE SE CHOCA AO LEMBRAR
DE ALGO.
REBECA – E se eu tivesse sido
dopada?
DR. LAUREN – Sabe quem lhe dopou?
REBECA – Um suspeita!
DR. LAUREN – Como sua nova médica,
peço e aconselho a ir à polícia. Se estiver correndo risco de vida, podemos te
ajudar!
REBECA – Eu só precisava de uma
comprovação e conto com a sua descrição!
DR. LAUREN – Como preferir, os
exames ficarão prontos na próxima semana. Vamos ver o resultado do teste de
gravidez?
REBECA CONSENTE. LAUREN LEVANTA-SE
E PEGA O TESTE. ELAS SE OLHAM. NA DOUTORA, TENSA.
DR. LAUREN – Rebeca, o teste deu
positivo!
CLOSE EM REBECA, SURPREENDIDA E
CONFUSA.
CORTA PARA:
CENA 18. MANSÃO HOWLING. SALA. INT.
DIA.
ANTONIA ESTÁ PASSANDO PELA SALA,
QUANDO ISABEL EMERGE DO HALL.
ISABEL – Sra. Howling, precisamos
conversar.
ANTONIA CONSENTE.
CORTA PARA:
CENA 19. MANSÃO HOWLING.
ESCRITÓRIO. INT. DIA.
ELAS ENTRAM NO ESCRITÓRIO. ANTONIA
FECHA A PORTA.
ANTONIA – Diz, Isabel, aconteceu
algo em minha ausência?
ISABEL – Sim, a Flora está
irredutível. Ela nitidamente não aceita os fatos, sempre os questiona,
principalmente sobre o caráter dos Howling!
ANTONIA – Essa garota está
começando a me tirar do sério, antes mesmo de ser inaugurada!
ISABEL – Hoje ela se encontrou com
o Luke. Eu acho que ela contou tudo para ele.
ANTONIA – Se ela continuar neste
caminho, acredito que não irá passar muito tempo com a gente.
ISABEL E ANTONIA SE OLHAM,
REFLEXIVAS.
CORTA PARA:
CENA 20. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. NOITE.
ANTONIA TERMINA DE SE PENTEAR,
QUANDO HENRI APARECE.
ANTONIA – Precisamos começar a
acelerar as coisas. Precisamos da Flora menos acordada!
HENRI – Ela faz parte dos nossos
negócios, precisamos dela acordada.
ANTONIA – É por isso que vamos
iniciar ela, ainda hoje.
HENRI – Tão rápido?
ANTONIA – Eu sei que você quer e eu
também quis. Precisamos desequilibrar ela, quebrar ela e depois jogá-la fora.
As pessoas precisam acreditar que ela é instável e sabemos como fazer isso!
HENRI MASSAGEIA OS OMBROS DE ANTONIA,
CONCORDANDO COM A PROPOSTA. ELA SE ENCARA NO ESPELHO.
CORTA PARA:
CENA 21. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. NOITE.
ANTONIA ENTRA NO QUARTO DE FLORA.
ELA OLHA PARA A CAMA E NÃO VÊ NINGUÉM. CLOSE NELA.
CORTA PARA:
CENA 22. MANSÃO HOWLING. COZINHA.
INT. NOITE.
ANTONIA ENTRA E ENCONTRA ISABEL.
ANTONIA – Cadê aquela garota? Aonde
ela foi?
ISABEL – Não sei. Achei que ela
havia ido para o quarto. Eu a vi subir e não ouvi a porta se abrir!
ANTONIA – Ela só pode estar em um
lugar.
ANTONIA MIRA UM COPO E O JOGA
CONTRA A PAREDE. ISABEL FICA NO CANTO, TRÊMULA.
CORTA PARA:
CENA 23. EXTRADA. CARRO. INT.
NOITE.
THEO E PETER ESTÃO NO CARRO. THEO
DIRIGE.
THEO – Você acha que esse plano vai
dar certo?
PETER – Ele precisa dar certo. Vai
ser uma fatalidade e nada mais!
THEO – E como iremos voltar?
Afinal, estamos apenas com um carro!
PETER – Relaxa, o Artur vai nos
alcançar. Ele sabe onde nos pegar!
THEO E PETER OLHAM PARA A ESTRADA.
THEO O OLHA E SORRI.
THEO – Sonho com o dia em que
iremos viajar assim, juntos, sem medo de nos mostrar ao mundo.
PETER – Já viajamos assim!
THEO – Não quero como seu motorista
e sim, como namorado.
PETER – Você sabe que não podemos e
que nem estamos rotulados desta forma.
THEO – É o que você diz, mas age de
forma diferente. O que sai da sua boca, não é a mesma coisa que o seu corpo
diz. Eu te amo Peter e não quero mais ficar escondido.
PETER – Você sabe que eles não irão
aceitar a união de dois homens, principalmente com um homem que não carrega um
grande sobrenome.
THEO – Talvez seja um fardo ter um
nome tão renomado, cheio de imagem.
PETER – Só respeita a minha
decisão!
THEO – Espero que um dia você
respeite a minha.
PETER – Do que você está falando?
THEO – Talvez devamos parar de nos
ver as escondidas e transar de tal forma na sauna, como se fossemos dois
animais querendo se esconder. Acuados, com medo.
PETER FICA CALADO E OBSERVA A
ESTRADA PELA SUA JANELA. MOSTRA-SE SEUS OLHOS MAREJADOS, MAS ELE DISFARÇA PARA THEO.
CORTA PARA:
CENA 24. CASA BLY. SALA. INT.
NOITE.
ARTUR ANDA PELA CASA. REBECA ESTÁ
NA SALA, OBSERVANDO A JANELA.
ARTUR – Cadê minha mãe?
REBECA – Ela saiu logo depois que
chegamos. Não me disse aonde iria.
ARTUR – Você está bem? Aconteceu
algo?
REBECA – Aconteceu?
ARTUR RECÚA, ESTRANHANDO. REBECA O
ENCARA.
ARTUR – Do que está falando?
REBECA – O que você acha? Será que
você nãos sabe? As vezes há fardos que não precisamos carregar. Segredos que
não vão ficar enterrados para sempre. Coisas acontecem e eu não vejo, mas sei
que aconteceram. Se você for o culpado, eu vou fazer você pagar!
ARTUR – Do que você está falando?
Não estou entendendo!
REBECA – Eu fui estuprada depois de
ser dopada. Foi você?
LÁGRIMAS ESCORREM DOS OLHOS DE
REBECA. ARTUR ENGOLE SECO.
ARTUR – Não, claro que não. Eu
nunca te toquei enquanto dormia. Não seria capaz de fazer tamanha crueldade.
REBECA – Então alguém fez.
ARTUR – Isso só pode ser mais uma
ideia dessa sua cabeça fantasiosa.
ARTUR PEGA A CHAVE DO CARRO E SE
PREPARA PARA SAIR.
REBECA – Não é fantasia. Eu estou
grávida e fiz as contas, não transamos há mais de cinco meses e eu estou de
duas semanas!
CLOSE EM ARTUR, CHOCADO COM A
REVELAÇÃO.
CORTA PARA:
CENA 25. BAR DO LUKE. MESA. INT.
NOITE.
O BAR ESTÁ VAZIO.
LUKE – Isso é muito bizarro, quem o
matou? E por quê?
FLORA – É a pergunta que faço desde
o momento em que cai em cima do corpo gelado dele. Eu entrei em pânico, estar
no sótão, presa com um homem morto.
LUKE – Entendo que foi
aterrorizante.
FLORA – Não, foi no mínimo
traumático. Eu passei por muitas coisas que ainda tento superar, mas isso é demais
para mim.
LUKE – Se você quiser fugir, eu
irei entender.
FLORA – E se eu não tiver uma
segunda chance?
LUKE – Se você deixar tudo
acontecer, tudo te consumir, no fim ou você acaba como a Vaiola ou como a
Isabel.
FLORA – A Isabel?
LUKE – Ela era a governanta, antes
da Vaiola.
FLORA – O que? Não acredito, ela me
disse que não podia ser governanta, que ela não queria estar no meu lugar.
LUKE – E talvez ela não queira
mesmo. A Isabel teve o momento dela, de ascensão naquela mansão. Era tudo sobre
ela, mas nunca deixou se envolver sentimentalmente com ninguém em sua volta, só
com a Vaiola.
FLORA – E porque eles contratariam
a Vaiola, se já tinham a Isabel?
LUKE – É uma pergunta curiosa, mas
ainda sem respostas. Tem alguma coisa a ver com as festas que eles dão.
FLORA – Na próxima semana terá uma
festa nova, talvez seja um bom lugar para procurar mais.
LUKE – É, mas foca no diário da
Vaiola. Precisamos dele, Flora!
FLORA – Eu tentei procurar, mas não
consegui... Eu vou voltar a procurá-lo.
LUKE – Eu quero que você tome
cuidado com aquela família. Estou me simpatizando muito contigo e não posso
perder outra pessoa.
LUKE PEGA NA MÃO DE FLORA. ELA O
OLHA E SORRI, RETRIBUINDO O CARINHO NA MÃO. CLOSE.
CORTA PARA:
CENA 26. CONSULTÓRIO. SALA DE
LAUREN. INT. NOITE.
LAUREN ESTÁ TERMINANDO DE ASSINAR
UNS DOCUMENTOS. ELA OS COLOCA DENTRO DE UM ENVELOPE E GUARDA EM SUA GAVETA.
LAUREN DESLIGA AS LUZES E SAI DE SUA SALA. AO CHEGAR NA SALA DE ESPERA, LAUREN
SE ASSUSTA AO VER ALGUÉM PARADO NO ESCURO.
LAUREN – Quem é você? O que faz em
meu consultório tão tarde?
A PESSOA LEVANTA-SE E JOGA UMA MALA
EM DIREÇÃO A LAUREN. ELA ABRE E VÊ A QUANTIA, AO OLHAR PARA CIMA, VÊ O ROSTO DE
DOMINIC.
LAUREN – Que dinheiro é esse? Pra
que isso?
DOMINIC – Essa é sua passagem para
o céu. Você vai destruir todas as provas de que a Rebeca Bly esteve aqui e
nunca tocar no assunto. Isso compra o seu silêncio?
LAUREN – Eu não posso aceitar isso,
vai contra a minha ética. Se ela sofreu abuso sexual, preciso aconselhar minha
paciente a entregar o culpado. O exame que comprova a agressão sexual chegará e
com certeza irei entregar as autoridades.
DOMINIC – Mas essa não é a escolha
dela. Não é o que ela quer.
LAUREN – Ela vai querer, vou dar
forças para ela. Ela não teve escolha antes e não deixarei que ninguém tire
essa escolha dela, por ela estar com medo.
DOMINIC – Passagem pro céu
recusada, então bem-vinda ao inferno!
DOMINIC RETIRA A ARMA DE SUAS
COSTAS, COM O SILENCIADOR. ELA APONTA PARA LAUREN, QUE TRÊMULA, RECÚA.
LAUREN – O que você vai fazer?
DOMINIC – Calar sua boca!
DOMINIC ATIRA CONTRA LAUREN DUAS
VEZES. LAUREN CAI AO CHÃO, AGONIZANDO. QUANDO DOMINIC VAI ATIRAR PARA CESSAR A
VIDA DE LAUREN, ELA OUVE UM BARULHO DE ALGUÉM SE APROXIMANDO.
ACUADA, DOMINIC PEGA A MALA COM
DINHEIRO, SUA ARMA E CORRE EM DIREÇÃO A PORTA DOS FUNDOS, ESCAPANDO PELA SAÍDA
DE EMERGÊNCIA.
DOIS SEGURANÇAS ENTRAM NA SALA DE
ESPERA DO CONSULTÓRIO E COM A LANTERNA ILUMINANDO, ELES ENCONTRAM LAUREN,
AGONIZANDO NO CHÃO. NELES ACIONANDO AS AUTORIDADES.
CORTA PARA:
CENA 27. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. NOITE.
FLORA ENTRA NO QUARTO, AO FECHAR A
PORTA E VIRAR-SE PARA SUA CAMA, ELA SE SURPREENDE COM ANTONIA EM SEU QUARTO,
PERTO DA JANELA.
ANTONIA – Tão surpresa. Aconteceu
algo?
FLORA – Não, nada demais.
ANTONIA – Onde esteve?
FLORA – Fui tomar um ar.
ANTONIA – Não menti para mim, eu vi
você descendo do carro daquele Luke. Não ouviu o meu conselho? Ele é um
manipulador, assassino e perigoso. Se continuar nesse caminho, o seu futuro
será idêntico ao da Vaiola!
FLORA – Será mesmo? Será que é ele
o manipulador? O assassino perigoso, que a cidade toda tem medo?
ANTONIA – Não me desafie, Flora.
Você não sabe do que sou capaz.
FLORA – Não é desafios, são só
questões que quero respostas. Você me trouxe para cá, com mentiras, escondendo
todos os segredos e quando chego, descubro que estou seguindo os passos de uma
menina morte e dias depois, estou caída em cima de um corpo no sótão. Afinal,
por que me escolheu?
ANTONIA – Quando você se inscreveu
para a vaga, no dia da entrevista, em que vi o seu vídeo, deu pra perceber o
quão nervosa estava. Era nítido o seu pedido de socorro, eu o ouvi. Mandei
investigar a sua vida, por isso não perguntei muito e nada mais justo de você
pesquisar mais sobre o emprego, só que eu esperava um pouco mais de
consideração.
FLORA – Eu só estou querendo
entender por que estou aqui. Por que me escolheram?
ANTONIA – Flora, você tem duas
escolhas. Fazer suas malas e sair dessa cidade, ficando à mercê de um marido
sádico, ou fica aqui se protegendo com o que fizemos por você e não fazendo
muitas perguntas. Isso aqui não é só uma troca de favores. Ou quer ver o seu
marido novamente? Faça mais uma pergunta, ou espalhe o que viu aqui dentro, que
logo você o encontrará!
FLORA ENGOLE SECO. ANTONIA SAI DO
QUARTO. EM FLORA, TRÊMULA.
CORTA PARA:
CENA 28. ESTRADA. EXT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING
GOOD – NINA SIMONE.
PETER E THEO ESTÃO AO LADO DE FORA
DO CARRO. ELES OBSERVAM A ESTRADA.
PETER – Vamos empurrar o carro,
precisa parecer que ele saiu da estrada e caiu no barranco, causando a
explosão.
THEO CONSENTE. ELE OLHA PELO VIDRO
O CORPO DE AMBROUSE NO LUGAR DO MOTORISTA. ELE VAI EM DIREÇÃO A TRASEIRA DO
CARRO.
THEO E PETER SE PREPARAM PARA
EMPURRAR O CARRO EM DIREÇÃO AO BARRANCO. ELES SE ESFORÇAM. O CARRO ANDA ATÉ
FICAR PENDURADO NA BEIRADA DO BARRANCO.
PETER – Força. Força.
THEO – Vai. Agora!
COM FORÇA, ELES JOGAM O CARRO
BARRANCO A BAIXO. CLOSE NO CARRO QUE DESCE O BARRANCO, INDO EM DIREÇÃO AS
ÁRVORES. AO CHEGAR NAS ARVORES, O CARRO COLIDE, CAPOTANDO E PASSANDO PELAS
ÁRVORES.
THEO E PETER OBSERVAM, QUANDO O
CARRO TERMINA DE CAPOTAR E EXPLODIR.
ELES SE OLHAM, TENSOS. NELES.
CORTA PARA:
CENA 29. MANSÃO HOWLING. QUARTO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING GOOD – NINA SIMONE.
ISABEL ESTÁ NUA, OLHANDO-SE NO
ESPELHO. ELA PASSA SEUS DEDOS NAS CICATRIZES DA QUEIMADURA. LÁGRIMAS ESCORREM
DE SEUS OLHOS.
ELA CORRE EM DIREÇÃO SUA CAMA E
ERGUE O SEU COLCHÃO, PEGANDO UM DIÁRIO. ELA SENTA-SE NA CAMA E ABRAÇA O DIÁRIO
EM DIREÇÃO AO SEU PEITO, COM FORÇA.
ISABEL COMEÇA A CHORAR
SILENCIOSAMENTE, COPIOSAMENTE, EM SOLUÇOS.
CORTA PARA:
CENA 30. ESTRADA. EXT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING GOOD – NINA SIMONE.
THEO E PETER ENTRAM NO CARRO, EM
QUE SE ENCONTRA HENRI.
PETER – O que você faz aqui? Cadê o
Artur?
THEO – Aconteceu algo?
HENRI – O Artur teve um imprevisto.
Vamos sair logo daqui!
HENRI DÁ PARTIDA NO CARRO.
O CARRO PASSA, DEIXANDO O LOCAL.
CLOSE EM ALGUÉM APROXIMANDO-SE COM UMA LANTERNA EM MÃOS, SEM REVELAR QUEM. ESSA
PESSOA OBSERVA EM DIREÇÃO A CLARIDADE, COM O FOGO.
ESSA PESSOA, QUE ESTÁ DE CAPUZ
CLAREIA UMA CARTEIRA EM SUAS MÃOS E JOGA EM DIREÇÃO AS ÁRVORES E PARA POR
ALGUNS SEGUNDOS, OBSERVANDO O LOCAL.
CORTA PARA:
CENA 31. CASA BLY. QUARTO. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING GOOD – NINA SIMONE.
DOMINIC E ARTUR ESTÃO EM PÉ, DE
FRENTE A CAMA DE CASAL, NO QUARTO.
DOMINIC – Agora ela precisará
esquecer o que sabe.
ARTUR – As pessoas vão perguntar,
não vão?
DOMINIC – Deixem que perguntem!
CLOSE EM REBECA, COM OS BRAÇOS
AMARRADOS, AS PERNAS, UMA MORDAÇA E DESMAIADA. NELA.
CORTA PARA:
CENA 32. MANSÃO HOWLING. QUARTO.
INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING
GOOD – NINA SIMONE.
FLORA PEGA A CARTA QUE ACHOU,
DEBAIXO DA GAVETA, LÊ E OBSERVA PELA JANELA. CLOSE NO SEMBLANTE DELA, CONFUSA.
A CAM DÁ UM CLOSE NA CARTA
REVELANDO APENAS UMA FRASE ESCRITA: “SE VOCÊ FOR A PRÓXIMA, FUJA OU SAIBA COMO
JOGAR O JOGO DELES.”.
CORTA PARA:
CENA 33. AEROPORTO INTERNACIONAL. INT. NOITE.
SONOPLASTIA ON – FEELING GOOD – NINA SIMONE.
DUAS
SEMANAS ANTES:
MOSTRA-SE UMA PESSOA ARRASTANDO UMA
MALA EM DIREÇÃO AO PORTÃO DE EMBARQUE. ESSA PESSOA SE APROXIMA DA AGENTE, ELA
FAZ TODO O PROCEDIMENTO DE REVISTA, ANTES DE EMBARCAR. ELE A LIBERAM.
NO PORTÃO DE EMBARQUE, ESSA PESSOA
ENTREGA UM PASSAPORTE PARA UMA AGENTE, QUE OBSERVA A FOTO E A PESSOA. APÓS
ALGUNS SEGUNDO, ELA SORRI.
AGENTE – Pode embarcar, senhora!
A AGENTE COLOCA O PASSAPORTE ABERTO
EM CIMA DO BALCÃO, FACILICANDO O CLOSE DA CÂM E SENDO POSSÍVEL UMA IMAGEM
AMPLA.
NO PASSAPORTE CONTÉM UMA FOTO DE
VAIOLA E AO LADO ESCRITO: VAIOLA DAVIS.
A MULHER PEGA O PASSAPORTE E
EMBARCA, SEM MOSTRAR SEU ROSTO.
FIM DO
EPISÓDIO.
A
Beleza Que Há Em Mim
Temporada 1 | Episódio 3
Criado
e Escrito por:
Bruno Rodrigo
Elenco:
Flora Miles
Vaiola Davis
Antonia Howling
Henri Howling
Peter Howling
Artur Bly
Rebeca Bly
Dominic Bly
Isabel Perdita
Luke Crain
Theo Wilson
Toby Marin
Ambrouse Hill
Albert Firtz
Rajax © 2021
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