Mostrando postagens com marcador Anjo Noturno. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Anjo Noturno. Mostrar todas as postagens
abril 11, 2021

11. Queimando as Raízes! | Anjo Noturno

por , em



NO EPISÓDIO ANTERIOR

 

Petra explica a León que Gael sofre de um transtorno psicológico. Gael conta para Petra sobre fazer coisas que não lembra e sobre o evento com Martin no qual não sabe como foi para num motel com o mesmo. Petra confirma que o mocinho realmente sofre de um transtorno psicológico chamado Transtorno Dissociativo de Identidade. León pede perdão a Gael por ter reatado com Aline e diz que já terminou com ela. Ele confessa que o ama e quer ficar ao seu lado. Gael o perdoa, eles se beijam e o clima esquenta, porém, Gael pede para parar e lhe conta sobre o abuso que sofreu e que não consegue ainda ter relações. León diz que ficará ao seu lado e lhe apoiará em tudo. Na consulta, após falar sobre o abuso que sofreu, Corvo assume a personalidade de Gael e confessa o assassinato do homem da cidade vizinha. Petra pergunta a Gael se ele pretende fundir as personalidades ou continuar com ambas.

 

 

EPISÓDIO 11 – QUEIMANDO AS RAÍZES!

GRANDE FINAL

 

 

—Sim, doutora Petra. Eu quero essa junção. Quero preservar e viver apenas com a minha personalidade. -Diz decidido.

 

Gael olha para frente com um olhar firme.

 

 

2 DIAS DEPOIS...

 

 

A cidade de BellaLuna aos poucos recuperava sua cor junto a evolução de Gael. A cada passo que ele dava, novos tons traziam novamente vida aquele lugar que houvera se tornado sombrio nos últimos períodos.

 

Raios de sol fortes marcam presença mesmo que o inverno ainda não houvesse ido embora. A confusão de climas era totalmente normal em BellaLuna (mesmo que o clima da atual estação ainda se mostre predominante).

 

Gael e León comem na mesinha de jantar.

 

—León, eu acabei de lembrar de uma coisa agora. Também é outro assunto super sério que com tantos problemas eu acabei esquecendo, porém, não dá mais para adiar.

 

—Você está me assustando! -Visivelmente já preocupado.

 

—Eu não tenho certeza de nada. Mas para me certificar de que eu estou certo e quem sabe ter provas de um eventual acontecimento, eu preciso que confie em mim.

 

—Claro, meu amor. Do que se trata? -Atento.

 

—Preciso que coloque uma câmera no quarto do seu avô. Eu sei que parece meio invasivo, mas é que não tem outro jeito, infelizmente. É que suspeito de que alguém o esteja fazendo mal de alguma forma.

 

—Agora você está ofendendo minha família. Meu avô é cuidado naquela casa com todo amor e carinho do mundo, jamais alguém ousaria… -Mesmo bravo, algo imediatamente vem na cabeça de León.

 

 

FLASHBACK

 

Meses Atrás

 

—Oi vô, como acordou hoje? -Sem retorno.

 

León o arruma enquanto o novo cuidador não chega.

 

—Ué, esse comprimido até ontem não era branco? -Estranha ao vê-lo num tom mais amarelado.

 

FIM DO FLASHBACK

 

 

—Ok, vamos fazer isso! -Diz León empenhado.

 

Gael entrega a câmera.

León sai para executar o plano.

 

Imediatamente, Gael fecha as janelas e as cortinas e sai para seu 3° dia de consulta.

 

—Resolveu dar uma repaginada no consultório doutora? -Observa a mudança de objetos e inserção de porta-retratos de família.

 

—Sim, achei que colocar fotos da minha família daria uma certa leveza e de alguma forma faria o paciente se sentir mais acolhido e em casa. Entende? -Explica.

 

—Sim, claro. -Sorri.

 

—Vamos a nossa terceira consulta?

 

—Vamos sim! -Determinado a vencer seu problema.

 

A consulta, assim como as anteriores foca na conversa sobre a vida de Gael com o objetivo de encontrar possíveis causas do seu transtorno para assim arrancar o mal pela raiz.

 

 

3 SEMANAS DEPOIS...

 

 

 Gael “aparentemente” tem começado a conseguir controlar melhor suas personalidades.

 

Cansado fisicamente após fazer uma faxina pesada em casa, Gael senta no sofá e suspira aliviado.

 

O telefone toca.

Gael pega.

 

—Alô? Sim, Gael Montoya. Há tempos eu esperava a ligação de vocês. -Conversa com o laboratório para o qual Roberta havia mandado as amostras do sabonete de seu Alfonso.

 

Gael fica em choque com o que escuta.

 

—A substância foi alterada? Meu Deus! -Assustado ao confirmar suas suspeitas. —Por favor, me mande os resultados por e-mail. Pode ser? -Respira. —Ótimo, aguardo! -Desliga e em seguida jogando o celular no sofá.

 

Imediatamente Gael recebe por e-mail as informações da análise feita e as alterações no líquido. Ele pesquisa o nome do componente adicionado que não faz parte do produto.

 

—Meu Deus! Isso causa paralisia no corpo e aos poucos mata o sistema nervoso. É por isso que o seu Alfonso demorou mais que o normal para apresentar melhora se comparado com qualquer outro caso de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

 

Alguém bate de forma desesperada na porta.

 

Gael corre para atender.

 

—León? O que aconteceu? Você está bem? -Preocupado com seu nervosismo.

 

—Olha isso, Gael… É o maldito do meu tio que está matando o meu avô. -Com muita raiva.

 

—Eu sabia que tinha algo errado. -Diz ainda mais assustado com a revelação. —Aliás, olha essas análises que chegaram agora por e-mail do sabonete alterado que eu havia enviado para o laboratório. Foi adicionado uma substância venenosa que mata células motores e aos poucos destrói o sistema nervoso.

 

—Gael, pode ser então que… -Horrorizado.

 

—Pode ser que o seu avô não tenha tido um AVC. Isso, pode ser resultado da implantação de veneno que seu tio fez nele por deus sabe quanto tempo… -Ainda indignado com tamanha maldade.

 

—Eu vou arrebentar a cara daquele filho da… -Irado.

 

—Ei, ei,ei. Se controla! -Dá uma pausa. —Hoje é o aniversário do Sr. Alfonso não é? -Parece ter uma ideia.

 

—Sim, do meu avô. Mas o que isso tem a ver? -Sem entender.

 

—Provavelmente seu tio pode querer finalizar o plano dele hoje de forma discreta e sob qualquer suspeita, uma sensação muito forte me diz isso. -Fala sem saber que Felipe era quem já conhecia o homem.

 

 

FLASHBACK

 

Ao se aproximar da janela escuta a voz do homem.

 

—Tudo deve acontecer no adversário do velho, a família vai tá toda reunida. Não tem como dar errado. Basta seguir o plano! -Cochicha.

 

Felipe se assusta.

 

FIM DO FLASHBACK

 

 

—Vamos pegar ele lá! Já que é um jantar e estará apenas a família, é mais fácil de enquadrá-lo e isso sem prejudicar a imagem da sua família. -Faz referência ao fato de a família “Len” evitar qualquer tipo de escândalo e a mídia.

 

—Sim, isso é muito mais inteligente meu amor. -Raciocina.

 

BellaLuna anoitece com seu clima super frio de período de inverno que estava por chegar ao fim. As ruas pouco movimentadas espelhavam seu forte clima.

 

A cinco metros da casa de Gael, encontrava-se a mansão da família de León, para onde ele e seu amado foram para o jantar.

 

Gael e León sentam-se à mesa junto aos pais de León, Patrícia e Lucian, e sua irmã Petra.

 

—Boa noite filhos. -Cumprimenta Patrícia os pombinhos.

 

—Boa noite, senhora! -Responde o genro.

 

—Boa noite mãe.

 

—Que bom que veio Gael. -Diz Petra sorrindo.

 

Gael sorri de volta cumprimentando-a com um abraço.

 

—Oi irmão! -Petra se aproximando abraçando León também.

 

Aproveitando que a mãe está logo ao lado da irmã, León se aproxima e a abraça também.

 

—Lucian… -Diz Patrícia incomodada e constrangida com a grosseria do seu marido de não cumprimentar os convidados.

 

—Chega! Eu não vou ficar aqui apoiando isso. -Esbraveja chateado e saindo dali.

 

Seu Alfonso vem para a mesa sendo trazido por uma das empregadas da casa.

 

Lucian ao ver seu pai, volta imediatamente para a mesa em sinal de respeito.

 

A campainha toca. A empregada que estava de prontidão na porta imediatamente abre.

 

Alberto, tío de León entra.

 

—Boa noite família! -Vem animado até a sala de jantar.

 

Todos o cumprimentam. Gael e León atuam bem para não alertá-lo.

 

—Temos um convidado novo… Um amigo do meu sobrinho ou namorado da minha sobrinha? -Pausa e silêncio de dois segundos. —Bem vindo rapaz. -Alberto simpatizando na mesa.

 

—Nenhum dos dois. Prazer, eu sou Gael. Sou namorado do seu sobrinho. -Finge sorriso.

 

Alberto fica sério e imediatamente olha para o irmão imaginando sua desaprovação.

 

—Eu não sabia que… é… -Sem palavras.

 

—Agora sabe, querido tio. -Rebate León irônico e já com raiva.

 

Alberto vira-se para Gael desviando seu foco após o climão.

 

—Nos conhecemos de algum lugar? -Ainda apertando a mão de Gael ao cumprimentá-lo o homem parece reconhecê-lo.

 

—Eu acho que não. Pelo menos eu não lembro de tê-lo visto em nenhum lugar. -Responde sem fingir simpatia e com um olhar de repúdio.

 

—Devo ter achado alguém parecido então. Acontece. -Fala sem graça ainda não tão seguro e estranhando parecer já conhecer Gael.

 

Nada convencido Alberto não tira os olhos de Gael.

 

Com ciúmes, León interrompe seus olhares perseguidores.

 

—Não vai lavar as mãos para comer, Alberto? -Indaga com um tom de voz forte.

 

—Antes esse garoto me chamava de tio… -Se chateando com as mudanças de León.

 

—Que pergunta é essa para seu tio? É lógico que ele vai. Onde está aprendendo a ser tão insolente? É com esse aí? -Lucían provoca Gael.

 

León tenta levantar para bater de frente com o pai. Gael o segura.

 

Alberto vai para a pia lavar as mãos.

León vai atrás.

 

Gael fala algo baixinho para Petra que o segue.

Alfonso (o avô) sinaliza com uma das mãos para a empregada guiá-lo até a cozinha.

 

Curiosos os pais de León, o seguem também.

 

—Aqui tio, esse sabonete em líquido que compramos para o vovô é o melhor antisséptico que existe na região, e, na nossa casa a higiene máxima é fundamental. Então, resolvi trazer um dos dele hoje para testarmos e quem sabe passarmos a usar de forma efetiva aqui. Pronto para usar? Você será o primeiro! -Segura o frasco quase já virando sobre as mãos dele.

 

Alfonso não estende as mãos para a pia.

León continua insistindo.

 

—Estende logo essas malditas mãos, todos querem lavar as mãos e eu quero que esse jantar chato acabe de uma vez. -Fala alto Lucian em tom grosseiro.

 

—Vai tio, por favor! -Petra pede já impaciente.

 

—Eu não... -Medroso. —Vou lavar com sabão, eu até prefiro. -Pega o sabão, liga a torneira e lava as mãos.

 

Imediatamente, León despeja o frasco todo nas mãos do tio.

 

—O QUE VOCÊ FEZ SEU INFELIZ? -Grita alto em desespero mostrando sua verdadeira face.

 

—Alguém me explica o que está acontecendo? -Esbraveja Lucian.

 

Gael vai até sua bolsa e pega o resultado das análises.

 

—Alguém adulterou o conteúdo do sabonete do seu Alfonso, adicionando uma substância venenosa que ataca as células nervosas e aos poucos vai matando o sistema de coordenação motora. -Diz Gael entregando os papéis a Patrícia.

 

—E esse alguém, foi esse crápula que está no sofá se contorcendo! -Expõe León.

 

—Isso não pode ser verdade. Eu não acredito! -Lucían revoltado.

 

Seu Alfonso surpreende a todos (exceto Gael).

 

—Mas é. Esse monstro por todos esses meses me envenenava cada vez mais e eu sem conseguir pedir socorro e nem dizer uma palavra…

 

Petra pega o controle e liga a TV pondo na seção de imagens do pen-drive de León.

 

Nas imagens aparece Alberto abrindo um frasco com o símbolo de caveira e despejando dentro do sabonete de seu pai, Alfonso.

 

Alfonso caminha até o sofá, depois de muito tempo preso a cadeira, já se recuperando da intoxicação e fica de frente para seu filho assassino.

 

—Eu te dei casa, comida, um sobrenome. Te tirei da rua, da miséria e você me paga assim? -Esbofeteia-o seguidas vezes.

 

León abre a porta e a polícia entra para prendê-lo.

 

—Ainda não acabou seus idiotas. AINDA NÃO! -Irado e com ódio. —Eu deixei a porta da cozinha aberta e chamei uns colegas para terminar o maldito serviço. Mas dessa vez, não é só com você velhote, é com todos aqui! -Ri malignamente.

 

—Desculpa estragar seus planos, mas seus amigos foram os primeiros a serem pegos, Alberto. -Debocha Gael do bandido.

 

A polícia o algema.

 

—Agora você vai se juntar aos seus comparsas, relaxe! -Debocha o policial o levando.

 

—Vocês me salvaram meus filhos. -Se aproxima Alfonso sorrindo.

 

Alfonso abraça os meninos.

 

—Abuelo (avô em espanhol), você sabe que o Gael é meu…

 

—Sim, eu sei e se você é feliz, é o que importa. Gael é um rapaz do bem, cuidou de mim, me fez voltar a me locomover e sair do inferno que eu vivia. Eu seria uma maldito se ficasse contra ele. -Pega na mão de Gael lhe beijando o rosto.

 

—Eu não aceito isso! -Esbraveja Lucían.

 

—Meu neto já disse uma vez, mas eu vou repetir porque talvez você não tenha escutado: Você não tem que aceitar nada, quem tem que aceitar algo aqui é o Gael. E pelo visto, já aceitou.

 

Lucían não fala mais uma palavra, apenas ferve por dentro.

 

Patricia e Petra ainda não conseguem digerir tudo que aconteceu.

Lucian sobe para seu quarto consternado por tudo que ocorrera aquela noite.

 

E seu Alfonso que havia afastado-se de todos e caminhava pelo jardim, se punha a chorar.

 

León o abraça.

 

—Onde eu errei com ele (Alberto)? -Sofre.

 

—Em nada vôzinho. O senhor é o melhor pai que alguém poderia ter.

 

—Ôh meu filho. -Alfonso o abraça chorando.

 

 

1 ANO DEPOIS...

 

León tira a camisa de Gael. Em seguida,Gael também tira a sua.

 

 

León deita Gael na cama.

 

  —Eu vi um negócio na internet outro dia chamado gouinage que é a técnica do sexo sem penetração e eu fiquei com muito tesão. Vamos fazer? -Propõe León.

 

León sobe em cima do corpo de Gael de frente e começa a roçar o corpo um no outro, ambos de cueca.

 

Com o tesão ativado e os corpos em chamas, Gael tira a calça de seu amado, que em seguida também tira as suas. Eles se esfregam um no outro, até que Gael baixa a cueca de León e inicia um sexo oral.

 

 

No dia seguinte tudo parecia mais colorido para Gael, finalmente ele havia conhecido seu namorado por todos os ângulos e formas. Léon lhe houvera dado tempo suficiente até que ele estivesse pronto e fizera daquele momento o mais especial de suas vidas.

 

 

—Você já vai amor? -Pergunta com uma carinha de “por favor, fica comigo”.

 

—Você mesmo disse para eu ir buscar minhas coisas para vir morar com você e eu estou indo fazer isso. Desfaz essa carinha senão eu não vou conseguir ir, lembra que a partir de hoje a gente vai se ver mais a todo instante.

 

—Você está certo meu amor. Só não demora tá?

 

—Você que manda meu lindo.

 

Sorriem um para o outro e se beijam.

 

León sai.

Gael fecha a porta.

 

O silêncio total presente é assustador. Um clima frio e arrepiante se instala, os ventos fortes assolam BellaLuna.

 

O telefone toca. Gael se assusta, mas imediatamente atende já que estava perto.

 

—Alô?

 

Gael escuta apenas uma respiração ofegante de alguém aparentemente cansado e com medo.

 

Uma sombra passa por sua janela.

                       

—Gael, socorro! -Grita um homem desesperado.

 

—FELIPE?! -Impactado.

 

 

FIM?



Anjo Noturno
Temporada 1 | Episódio 11

Criado e Escrito por:
Thiago Santos

Elenco:
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira

Rajax © 2021


abril 04, 2021

10. Quebra-Cabeças Resolvido | Anjo Noturno

por , em

 

NO EPISÓDIO ANTERIOR

 

Martínez volta a procurar Gael e pede desculpas por tê-lo levado até o consultório sem avisá-lo e conta sobre ir ao consultório aos encontros de Petra desde a perda terrível de seu pai. Ele convence Gael a ir. Na TV, Martín e Gael veem a notícia da morte do homem assassinado por "Corvo" como um suicídio.  Na consulta, Gael não consegue falar sobre seu passado e ao ser questionado sobre a perda do irmão, ele foge. León enfrenta o pai, assume sua bissexualidade e diz que está apaixonado por Gael. Petra defende o irmão do pai e os dois saem da casa. Gael percebe que o sabonete do novo paciente está diferente, inclusive o cheiro mais forte. Ele pede que Roberta mande para o laboratório para testes. Lucían demite Gael e dá um show de homofobia, Patrícia fica cada vez mais desapontada com o marido por seu preconceito. No consultório, Gael resolve confiar e conta para Petra sobre a morte de seu irmão. A pressão psicológica feita contra si próprio é tão grande que a personalidade de Felipe toma conta de Gael. León entra na sala para falar com a irmã e vê Felipe.

 

 

EPISÓDIO 10 – QUEBRA-CABEÇAS RESOLVIDO

 

 

Leon fica em choque ao ver Felipe.

 

—Gael por que você está… -É interrompido.

 

—León, precisamos conversar! -Sorrindo para Felipe pra disfarçar. —Felipe, eu e meu irmão precisamos conversar lá fora. Fique à vontade. -Guia o irmão até a porta.

 

Petra sai com León.

Do lado de fora, eles ficam frente ao consultório.

 

—Por que o Gael está estranho? Por que o chamou de Felipe? -Confuso.

 

—Quem você viu lá dentro não era o Gael, quer dizer, era ele, porém, não em sua personalidade original. O Gael sofre de um transtorno psicológico. [Vocês saberão em breve]

 

Petra explica a situação, tudo isso em cerca de dez minutos.

Mesmo sem entender nada e sem digerir bem a informação, Leon a deixa voltar e permanece ali.

 

Petra volta para sua sala.

 

—Onde estão os broches que estavam na mesa, Felipe? Será que não caiu por aí, pelo chão? -Fala sabendo que ele foi quem roubou.

 

—Será? -Finge.

 

—Olha, o Martínez já me contou sobre isso também. -Avisa.

 

Com medo Felipe coloca os broches na mesa novamente e encosta-se no sofá.

 

—Gael? Você está aí? O León está lá fora. -Incentiva para que a personalidade principal volte.

 

Felipe abaixa a cabeça por um segundo.

 

—Gael? Responda-me! -Continua para despertá-lo.

 

Gael desperta.

 

—Está tudo bem? -Questiona Petra.

 

—Sim, é que parece que eu estava aqui, porém, ao mesmo tempo não. É como se eu estivesse adormecido… -Atordoado. —O que aconteceu?

 

Gael percebe que tem um broche de ouro em seu bolso. Ele derruba assustado.

 

—Eu juro que não peguei. Não sou ladrão! -Assustado.

 

—Ei, está tudo bem. Eu sei que não. -Acalma-o.

 

Gael suspira.

 

—Agora pouco o Felipe esteve aqui ou pelo menos a sua personalidade. -Diz com receio Petra.

 

—Então é verdade? -Nervoso.

 

—Você sabe? -Surpreendida.

 

Gael lembra do dia que foi parar no motel da cidade de Virgínia sem saber como chegou lá e o que fazia com Martin.

 

 

FLASHBACK

 

Gael continua sem entender como veio parar no motel que fica na cidade de Virgínia, um pouco longe da sua cidade. E também não compreende o que faz num motel com Martínez.

 

—Onde estamos, Martínez? Que roupa é essa que eu estou usando? -Se vê no espelho.

 

—Estamos num motel na cidade de Virgínia.

 

—Como eu vim parar aqui? Por que você disse que eu preciso de ajuda psicológica?

 

—É uma longa história. Você passou por muito estresse hoje, é normal que esteja atordoado e confuso. Vamos, preciso te levar pra casa!

 

—Não, eu quero que você me explique.

 

—Vai ficar aí? -Questiona saindo e deixando claro que não falará sobre.

 

Gael desnorteado e sem entender nada o acompanha até o carro para ir embora.

 

—Como eu vim parar aqui? Por que você disse que eu preciso de ajuda psicológica?

 

—É uma longa história. Você passou por muito estresse hoje, é normal que esteja atordoado e confuso. Vamos, preciso te levar pra casa!

 

FIM DO FLASHBACK

 

 

 

—Eu nunca saí de casa para encontrar o meu professor e muito menos num local como um motel e ainda de noite. Primeiro porque frequentar esses lugares não me fazem bem e segundo que ele era meu professor, nossa relação era apenas de professor e aluno. E por último, a roupa que eu estava vestindo não era nada do que eu uso, pelo contrário, totalmente o oposto. Como se não bastasse, eu ainda despertei nos braços do Martinez me sacolejando e chamando de Felipe.

 

Petra escuta atentamente sentada de frente para ele e fazendo suas anotações.

 

—Outras pessoas já me chamaram de Felipe, doutora. Tanta coisa agora parece fazer sentido e ao mesmo tempo, eu não entendo nada…

 

Gael fica em silêncio.

 

—E então? Continue... -Pergunta sobre a história.

 

—Eu fiquei atordoado, o professor só tratou de me acalmar, falou que aquilo era consequência do estresse e que tínhamos ido ali apenas conversar. Mesmo assim, tudo aquilo que havia acontecido naquela noite e como eu fui parar ali, não saiam da minha cabeça. Assim que eu cheguei em casa, fui pesquisar sobre e encontrei alguns relatos. Doutora, eu não posso concluir que eu tenha nada só pelo que li na internet, por isso estou aqui. Eu sei que é muito cedo para chegar numa conclusão do que eu tenho e se realmente tenho algo. Sei que isso só será confirmado depois de algumas sessões para apresentar a solução adequada. Mas, segundo relatos que li, é muito parecido a um chamado: Transtorno… -É interrompido pela fala da doutora que auxilia sua fala.

 

—Transtorno Dissociativo de Identidade, TDI. Ou simplesmente chamado de Transtorno de Múltiplas Personalidades, trata-se de um transtorno mental em que a pessoa se comporta como se fosse duas ou mais pessoas diferentes, totalmente distintas no modo de pensar, sentir, agir e possuem memórias singulares.

 

Gael fica um pouco assustado.

 

—Este desequilíbrio psicológico ocasiona alteração na percepção de si próprio, perda do controle do seu comportamento e distúrbios de memória, e também pode vir acompanhando de outros sinais e sintomas como estar perdido, mudanças repentinas de opiniões e como age e a sensação de que o seu corpo, não é seu.

 

—Isso é reversível doutora? Algum dia eu ficarei saudável mentalmente de novo?

 

—Sim Gael, não se preocupe. O tratamento é longo e tomar algumas decisões será importante, é necessário ter certeza do que realmente quer e assim poderei ajudá-lo. Mas, não se preocupe. Na hora certa conversaremos sobre isso.

 

—Que tratamento me será aplicado doutora Len (Petra Len)?

 

—Vamos iniciar com a psicoterapia. Ou seja, você deverá comparecer em todas as consultas aqui, vamos conversar e encontrar todas as raízes que fizeram essa personalidade florescer. Está bem? -Dá a mão.

 

Gael chora.

 

—Gael, vai dar tudo certo. Confie em mim. Você não é a primeira pessoa no mundo a ter TDI e se seguir os tratamentos pode ter certeza que estará curado antes do que pensa. -Avisa para confortá-lo.

 

Petra o acalma.

 

Gael enxuga as lágrima e parece já recomposto.

 

—Eu confio em você doutora e também confio em mim. Sei que vencerei isso! -Diz seguro.

 

—Assim que se fala. -Feliz pelo paciente.

 

 Já fazia quinze minutos além do seu tempo de consulta, ele precisava ir. Havia outros pacientes para se consultar.

 

—Então, até a próxima consulta doutora. -Despede-se.

 

—Até Gael.

 

Ele vai embora.

 

A chuva finalmente dava uma trégua.

 

Gael volta caminhando para sua casa.

Sim, ele havia andado 4 quilômetros do consultório até sua casa.

 

León espera Gael em frente a sua casa.

 

—Gael, precisamos conversar.

 

—Ah é? E sobre o quê? Sobre o quanto você gosta da Aline e como vão ser felizes juntos com um filho, formando a família perfeita de comercial de margarina? Não, eu não tenho nada para falar com você. Agora, eu vou entrar porque estou morrendo de sono. -É ríspido.

 

—Gael, para! Me escuta, tá? Se mesmo depois de escutar tudo o que eu tenho a te dizer você quiser que eu vá, eu vou e prometo nunca mais te incomodar. Pode ser? -Suplica.

 

Gael abre a porta e faz gesto com a mão para que ele entre.

 

León entra.

Gael entra logo em seguida e fecha a porta.

 

Gael permanece em pé de costas, Leon se senta.

 

—Acho que você merece uma explicação sobre tudo.

 

O silêncio reina. Gael não dá um único "piu".

 

—Bom, o fato de eu voltar com a Aline depois do beijo que eu te dei é que… eu ainda estava muito confuso sobre meus sentimentos quanto a ela e não havia superado o término, sabe? Mas, depois daquele beijo algo dentro de mim ficou diferente, eu comecei a me sentir diferente. Eu me sentia estranho. -Explica nervoso.

 

Gael apenas escuta ainda mais confuso.

 

—Comecei a sentir borboletas no estômago toda vez que ouvia seu nome, não podia ficar acordado sem vir a sua imagem na minha cabeça. Eu não sabia o que era, mas aquilo estava me assustando. Nunca havia me sentido assim com outro cara, só com garotas. O único detalhe é que com relação a você, isso foi muito mais intenso do que com qualquer outra pessoa. -Dispara com um tom apaixonado.

 

—O que tudo isso quer dizer León? -Sem entender nada.

 

—Conversei com a Petra, minha irmã, e finalmente consegui aceitar quem eu sou. Graças a você, eu descobri o que é o amor de verdade. Não a obsessão que eu tinha pela Aline. -Finalmente León abre seu coração e aceita a realidade.

 

León se aproxima e abraça Gael pegando-o pela cintura.

 

—Então, você é gay? -Indaga Gael confuso olhando em seus olhos.

 

—Sou bissexual, até então eu não sabia. Mas isso não é importante agora, é? -Diz bem próximo ao seu amado.

 

—Bissexual? E se você gostar de outra garota estando comigo? Se eu aceitar isso, vou viver inseguro. Não posso aceitar isso León. -Frustrado.

 

—Isso não tem nada a ver. Nós bissexuais também amamos, e como qualquer outra pessoa e sua respectiva orientação sexual, fidelidade independe disso. Isso é questão de caráter. E se de duas coisas você pode ter certeza nessa vida é do meu amor por você e da minha fidelidade. -Diz deixando-o sem argumentos.

 

—Promete? -Pergunta Gael com uma voz sutil, um olhar doce e apaixonado.

 

—Se você me ama, não terá dúvidas alguma. -Dispara com um tom carinhoso, olhando fundo em seus olhos castanhos.

 

Gael vira-se para León e os dois se beijam de uma maneira arrebatadora.

 

As coisas vão esquentando aos poucos.

 

León pressiona sua cintura guiando-o para o seu quarto sem desgrudar de seus lábios e nem as mãos de seu corpo.

 

León passa a mão pelas costas de Gael descendo em direção ao paraíso proibido.

 

—Por favor, não! -Apavorado.

 

—Está, tudo bem. Parei! -Acalma-o. —Olha, se vamos começar a sair juntos quero que saiba que pode confiar em mim e me contar o que for, se quiser, ok? Eu quero que ponha na sua cabecinha que eu te quero e não só a versão maravilhosa que eu já conheço, a problemática também.

 

—Eu não… -Pensa em fingir que está tudo bem.

 

Mentir para León nessa altura do campeonato não era uma opção, visto que há poucos minutos finalmente Leon tenha lhe houvera aberto seu coração, libertado seus fantasmas e revelado tudo o que escondia até ali.

 

—Está bem. Eu vou te contar… - Trêmulo e com medo.

 

 Gael prepara-se para a revelação.

 

—Quando eu tinha 11 anos…

 

 

FLASHBACK

 

—Gael? Gaelzinho? -A voz se aproxima.

 

Gael treme assustado e tentando se esconder do amigo de seu pai.

 

O homem o encontra e a sessão de tortura novamente se inicia.

 

FIM DO FLASHBACK

 

 

—Que desgraçado! Se eu encontro um maldito desse, eu… -Revoltado e com muita raiva.

 

León percebe que Gael chora desesperadamente ao lembrar.

 

—Ah meu amor, eu sinto tanto. Vem cá… -Tenta abraçá-lo.

 

—Desculpa, eu não consigo.

 

Gael fica consternado após revelar. Com medo e muito desestabilizado, ele corre e se tranca no box do banheiro.

 

León corre atrás.

 

—Gael fala comigo por favor. Eu tô aqui! Estou com você. Gael… -Suplica.

 

Ele fica na porta chamando-o por volta de trinta minutos.

Sem resposta após tanto insistir, León vai para a sala esperar o retorno de seu amado.

 

Após uma hora, Gael sai assustado como um bichinho que passou anos preso no escuro sendo maltratado pelo seu dono. Desprotegido, inseguro, maltratado e com cicatrizes enormes de dores e traumas horripilantes e horrendos.

 

León lhe olha nos olhos.

 

—Eu não posso imaginar como você se sente, mas me dói tanto ver você assim… Eu vou respeitar seu tempo e vou te ajudar a melhorar e se curar desses traumas. Está bem? Mas se tem uma coisa que eu não vou, é abrir mão de você e nem te deixar sozinho. Você entendeu? -Firme porém cauteloso para não assustá-lo.

 

Gael acena que sim com a cabeça com um olhar terno para seu garoto.

 

—León, você precisa saber de uma coisa sobre mim. Eu sofro de um transtorno chamado…  -Interrompido por León.

 

—Transtorno de Identidade, não é? A Petra teve que me confessar quando eu cheguei na sala e vi você com a personalidade do seu irmão.

 

—São tantos traumas que me fizeram ter isso que… -Choroso e soluçando ele é interrompido novamente.

 

—Ei, olha pra mim. Eu já te falei, vamos vencer tudo isso juntos. Eu tô aqui, pra e por você. Entendeu? -Acalenta-o em seus braços.

 

Gael se emociona sendo confortado pelas palavras de seu amado.

 

—Se você se sentir melhor eu até te acompanho no consultório da Petra nos dias de consulta.

 

—Eu me sentiria mais seguro e tranquilo se você estivesse lá mesmo. Nossa, você não faz ideia do quanto. -Suspira.

 

—Então, pode contar com isso meu amor. -Aperta a mão de Gael.

 

Enquanto isso, lá fora, um temporal caia e banhando a cidade por toda a noite.

 

 

No dia seguinte, é novamente mais um dia de consulta. O tempo conspirava para um dia perfeito e início de superações visto seu sol maravilhosamente forte e um dia lindamente colorido e intenso, apesar do período de inverno.

 

Gael já houvera contado a Petra sobre os abusos que sofreu por parte do amigo de seu pai. (já foi contado por diversas vezes ao longo da trama e evitarei reescrever a cena por ser pesada e conter gatilhos para possíveis leitores que já possam ter vivenciado isso).

 

—Era horrível, até hoje eu sinto… Você não faz ideia.

 

Petra percebe que logo Gael baixa a cabeça e fica imóvel novamente, como na primeira consulta.

 

—Felipe? É você novamente que está aí? -Questiona já imaginando que as pressões psicológicas das memórias causaram novamente a troca de personalidade.

 

—Salut chéri! (Tradução: Olá querida). -Com um tom de voz de Dom Juan e um olhar misterioso.

 

—Qui es-tu? (Tradução: Quem é você?) -Questiona Petra surpresa e imediatamente acionando seu francês.

 

—Je suis le Corvo. Gael ne sait pas, mais j'existe en lui.  Il m'a élevé à cause du traumatisme des sévices qu'il a subis, il était impuissant, vulnérable, fragile.  Depuis, j'ai grandi là-bas avec lui, pour le défendre, protéger, soigner. (Tradução: Eu sou o corvo.  Gael não sabe, mas eu existo nele.  Ele me criou por causa do trauma do abuso que sofreu, ele estava desamparado, vulnerável, frágil.  Desde então, eu cresci lá com ele, para defendê-lo, proteger, curar.)

 

"Meu Deus, quanto terror esse garoto já sofreu!". -Diz Petra em seu pensamento diante de tanta crueldade já vivida por Gael e super empática com sua situação.

 

—Et pourquoi parlez-vous exactement français? (Tradução: E por que você fala exatamente francês?).

 

—Un jour, pour fuir l'ami de son père, Gael s'est caché dans une boîte en bois pleine de poussière et a commencé à lire un livre en français et a fini par apprendre quelques choses.  En fait, mon nom vient d'un personnage de votre livre qui est donc originaire de France et parle donc français.  Corvo était intrépide, juste et vindicatif. (Tradução: Um dia, para fugir do amigo de seu pai, Gael se escondeu em uma caixa de madeira cheia de poeira e começou a ler um livro em francês e acabou aprendendo algumas coisas.  De fato, meu nome vem de um personagem desse livro, que é, portanto, da França e, portanto, fala francês. Corvo era destemido, justo e vingativo.)

 

Petra fica em choque. Era seu primeiro caso de TDI e em dois dias de consulta já havia descoberto duas personalidades de seu paciente.

 

—Mais hier 2h du matin, j'ai mis fin à ce cauchemar. (Tradução: Mas ontem, 2h da manhã, eu acabei com esse pesadelo.) -Com um olhar sombrio.

 

—Que veux-tu dire par là? (Tradução: O que quer dizer com isso?)

 

—Je l'ai tué. Je vais vous dire les détails (Tradução: Eu o matei. Vou lhe contar os detalhes)

 

 

FLASHBACK

 

O homem abre a porta assustado em meio a madrugada.

 

—Quem é você?

 

—Eu sou o seu pior pesadelo! -Fala com sotaque.

 

Corvo fecha a porta.

 

—Ajoelhe diante de mim, seu lixo! -Humilha.

 

O homem resiste.

 

Corvo aparece por suas costas e chuta as panturrilhas com força, deixando-o sem força de permanecer em pé e cair de joelho.

 

—O que você quer? Quem é você? -Grita com a pernas doendo.

 

Corvo não responde, apenas se delicia com sua cara de medo.

 

—Por que não me mata de uma vez? -Indaga o homem ao ver o punhal em sua mão.

 

—Porque isso quem vai fazer é você, sozinho. -Com luvas nas mãos, Corvo coloca o punhal nas mãos do homem.

 

O homem imediatamente ergue o corpo e tenta feri-lo com a arma.

 

—Não querido, não funciona assim. -Diz acertando-o com um chute.

 

O homem imediatamente é novamente arremessado ao chão.

 

—Você lembra de quantas crianças inocentes você abusou? Talvez não, porque nessa sua mente doentia não importava o número de vítimas e nem o quanto isso os afetaria. Sabe quando vezes o Gael sofreu por sua causa maldito? Noites sem dormir, o medo de tê-lo ali. Ele me criou, e por isso eu estou aqui. Fui criado pela sombra dos seus medos, em cada lágrima derramada de dor e impunidade. E chegou a hora de ajustarmos conta. Ou você enfia esse punhal no seu pescoço e evita morrer pelas minhas mãos de uma forma mais cruel, ou eu vou amarrar você nessa coluna e tocar fogo nessa casa e deixar você queimando e agonizando até a morte. Decida! -Dá o ultimato.

 

O homem não leva muita fé e até ri debochando

 

—Você é louco, isso já percebi. Mas não seria capaz tanto. É só um fedelho! Que personagem é esse Gaelzinho? É você que tá aqui na minha frente, não é? -O estuprador tenta desestabilizá-lo emocionalmente e mentalmente e se aproximar dele como quando ele era só uma criança.

 

Imediatamente os medos de Gael vêm a mente de Corvo e sentindo seus traumas e dores, Corvo joga o homem contra a parede. Ele joga uma vela sobre os papéis na mesa da sala e começa um pequeno incêndio.

 

O homem fica assustado. Ora, agora ele já não era tão corajoso a ponto de repetir sua vítima agora que ele pode se defender.

 

Corvo vai com tudo em direção ao homem com uma pá.

 

O homem vendo e temendo uma morte mais dolorosa crava em si próprio o punhal.

 

O sangue escorre por debaixo da porta.

 

FIM DO FLASHBACK

 

 

Petra fica assustada com tudo o que ouviu, porém, agora parece que tudo se encaixa. Mais um trauma de Gael vinha à tona com a morte de seu violentador.

 

(Petra conta a Gael que o homem realmente se suicidou e sua terceira personalidade estava lá.)

 

—Eu matei esse homem doutora? -Após Petra contá-lo, na TV da recepção cuja qual o volume estava acima da média fazia a notícia repetida do jornal ser escutada de dentro do consultório.

 

—Não Gael.

 

Petra vai na porta, abre e pede para a secretária baixar o som da tv da recepção.

 

—O Corvo, sua outra personalidade o induziu (o estuprador) a isso, mas foi o próprio homem que causou sua morte. Todavia, essa sua personalidade com a finalidade de te proteger, pode ser muito perigosa. Saber que o seu violentador está morto te faz se sentir como?

 

—Eu não sei. Eu só… Não consigo digerir essa notícia.

 

—Mas o que passa pela sua cabeça agora?

 

—Eu não preciso mais ter medo desse homem. Mas não é assim na prática, eu ainda fico com medo sempre que falo e lembro. Mas, eu jamais desejaria a morte de ninguém e muito menos causaria.

 

—Está tudo bem. Eu entendo. Não estou lhe julgando, você não tem culpa de nada Gael. Pare de se torturar. Veja como você é forte por estar procurando ajuda, isso mostra que você além de se preocupar com sua saúde mental também tem empatia e se preocupa com o próximo por estar querendo se cuidar e estar melhor. Eu sei que em sua personalidade original você é um ser humano incrível, alguém que é capaz de sacrificar a própria felicidade para ver os outros felizes.

 

—Sim! -Emociona-se.

 

—Gael, você precisa pensar numa coisa. Ao final do tratamento você deseja continuar com suas ambas personalidades ou fazer a junção de todas numa só e continuar apenas com a sua original?

 

Gael fica em silêncio por quase 2 minutos, trêmulo, sem saber o que decidir.

 

—EU…

 

 


Anjo Noturno
Temporada 1 | Episódio 10

Criado e Escrito por:
Thiago Santos

Elenco:
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira

Rajax © 2021


menu cel