NO EPISÓDIO ANTERIOR
Martínez volta a
procurar Gael e pede desculpas por tê-lo levado até o consultório sem avisá-lo
e conta sobre ir ao consultório aos encontros de Petra desde a perda terrível
de seu pai. Ele convence Gael a ir. Na TV, Martín e Gael veem a notícia da
morte do homem assassinado por "Corvo" como um suicídio. Na consulta, Gael não consegue falar sobre
seu passado e ao ser questionado sobre a perda do irmão, ele foge. León
enfrenta o pai, assume sua bissexualidade e diz que está apaixonado por Gael.
Petra defende o irmão do pai e os dois saem da casa. Gael percebe que o
sabonete do novo paciente está diferente, inclusive o cheiro mais forte. Ele
pede que Roberta mande para o laboratório para testes. Lucían demite Gael e dá
um show de homofobia, Patrícia fica cada vez mais desapontada com o marido por
seu preconceito. No consultório, Gael resolve confiar e conta para Petra sobre
a morte de seu irmão. A pressão psicológica feita contra si próprio é tão
grande que a personalidade de Felipe toma conta de Gael. León entra na sala
para falar com a irmã e vê Felipe.
EPISÓDIO 10 – QUEBRA-CABEÇAS RESOLVIDO
Leon fica em choque ao ver Felipe.
—Gael por que você está… -É interrompido.
—León, precisamos conversar! -Sorrindo para Felipe pra disfarçar. —Felipe, eu e meu irmão
precisamos conversar lá fora. Fique à vontade. -Guia o irmão até a porta.
Petra sai com León.
Do lado de fora, eles ficam frente ao consultório.
—Por que o Gael está estranho? Por que o chamou de Felipe?
-Confuso.
—Quem você viu lá dentro não era o Gael, quer dizer, era ele,
porém, não em sua personalidade original. O Gael sofre de um transtorno
psicológico. [Vocês saberão em breve]
Petra explica a situação, tudo isso em cerca de dez minutos.
Mesmo sem entender nada e sem digerir bem a informação, Leon
a deixa voltar e permanece ali.
Petra volta para sua sala.
—Onde estão os broches que estavam na mesa, Felipe? Será que
não caiu por aí, pelo chão? -Fala sabendo que ele foi quem roubou.
—Será? -Finge.
—Olha, o Martínez já me contou sobre isso também. -Avisa.
Com medo Felipe coloca os broches na mesa novamente e
encosta-se no sofá.
—Gael? Você está aí? O León está lá fora. -Incentiva para que
a personalidade principal volte.
Felipe abaixa a cabeça por um segundo.
—Gael? Responda-me! -Continua para despertá-lo.
Gael desperta.
—Está tudo bem? -Questiona Petra.
—Sim, é que parece que eu estava aqui, porém, ao mesmo tempo
não. É como se eu estivesse adormecido…
-Atordoado. —O que aconteceu?
Gael percebe que tem um broche de ouro em seu bolso. Ele
derruba assustado.
—Eu juro que não peguei. Não sou ladrão! -Assustado.
—Ei, está tudo bem. Eu sei que não. -Acalma-o.
Gael suspira.
—Agora pouco o Felipe esteve aqui ou pelo menos a sua
personalidade. -Diz com receio Petra.
—Então é verdade? -Nervoso.
—Você sabe? -Surpreendida.
Gael lembra do dia que foi parar no motel da cidade de
Virgínia sem saber como chegou lá e o que fazia com Martin.
FLASHBACK
Gael continua sem
entender como veio parar no motel que fica na cidade de Virgínia, um pouco
longe da sua cidade. E também não compreende o que faz num motel com Martínez.
—Onde estamos,
Martínez? Que roupa é essa que eu estou usando? -Se vê no espelho.
—Estamos num motel na
cidade de Virgínia.
—Como eu vim parar
aqui? Por que você disse que eu preciso de ajuda psicológica?
—É uma longa história.
Você passou por muito estresse hoje, é normal que esteja atordoado e confuso.
Vamos, preciso te levar pra casa!
—Não, eu quero que você
me explique.
—Vai ficar aí?
-Questiona saindo e deixando claro que não falará sobre.
Gael desnorteado e sem
entender nada o acompanha até o carro para ir embora.
—Como eu vim parar
aqui? Por que você disse que eu preciso de ajuda psicológica?
—É uma longa história.
Você passou por muito estresse hoje, é normal que esteja atordoado e confuso.
Vamos, preciso te levar pra casa!
FIM DO FLASHBACK
—Eu nunca saí de casa para encontrar o meu professor e muito
menos num local como um motel e ainda de noite. Primeiro porque frequentar
esses lugares não me fazem bem e segundo que ele era meu professor, nossa
relação era apenas de professor e aluno. E por último, a roupa que eu estava vestindo
não era nada do que eu uso, pelo contrário, totalmente o oposto. Como se não
bastasse, eu ainda despertei nos braços do Martinez me sacolejando e chamando
de Felipe.
Petra escuta atentamente sentada de frente para ele e fazendo
suas anotações.
—Outras pessoas já me chamaram de Felipe, doutora. Tanta
coisa agora parece fazer sentido e ao mesmo tempo, eu não entendo nada…
Gael fica em silêncio.
—E então? Continue... -Pergunta sobre a história.
—Eu fiquei atordoado, o professor só tratou de me acalmar,
falou que aquilo era consequência do estresse e que tínhamos ido ali apenas
conversar. Mesmo assim, tudo aquilo que havia acontecido naquela noite e como
eu fui parar ali, não saiam da minha cabeça. Assim que eu cheguei em casa, fui
pesquisar sobre e encontrei alguns relatos. Doutora, eu não posso concluir que
eu tenha nada só pelo que li na internet, por isso estou aqui. Eu sei que é
muito cedo para chegar numa conclusão do que eu tenho e se realmente tenho
algo. Sei que isso só será confirmado depois de algumas sessões para apresentar
a solução adequada. Mas, segundo relatos que li, é muito parecido a um chamado:
Transtorno… -É interrompido pela fala da doutora que auxilia sua fala.
—Transtorno Dissociativo de Identidade, TDI. Ou simplesmente
chamado de Transtorno de Múltiplas Personalidades, trata-se de um transtorno
mental em que a pessoa se comporta como se fosse duas ou mais pessoas
diferentes, totalmente distintas no modo de pensar, sentir, agir e possuem
memórias singulares.
Gael fica um pouco assustado.
—Este desequilíbrio psicológico ocasiona alteração na
percepção de si próprio, perda do controle do seu comportamento e distúrbios de
memória, e também pode vir acompanhando de outros sinais e sintomas como estar perdido, mudanças repentinas de
opiniões e como age e a sensação de que o seu corpo, não é seu.
—Isso é reversível doutora? Algum dia eu ficarei saudável
mentalmente de novo?
—Sim Gael, não se preocupe. O tratamento é longo e tomar
algumas decisões será importante, é necessário ter certeza do que realmente
quer e assim poderei ajudá-lo. Mas, não se preocupe. Na hora certa
conversaremos sobre isso.
—Que tratamento me será aplicado doutora Len (Petra Len)?
—Vamos iniciar com a psicoterapia.
Ou seja, você deverá comparecer em todas as consultas aqui, vamos conversar e
encontrar todas as raízes que fizeram essa personalidade florescer. Está bem?
-Dá a mão.
Gael chora.
—Gael, vai dar tudo certo. Confie em mim. Você não é a
primeira pessoa no mundo a ter TDI e se seguir os tratamentos pode ter certeza
que estará curado antes do que pensa. -Avisa para confortá-lo.
Petra o acalma.
Gael enxuga as lágrima e parece já recomposto.
—Eu confio em você doutora e também confio em mim. Sei que
vencerei isso! -Diz seguro.
—Assim que se fala. -Feliz pelo paciente.
Já fazia quinze minutos além do seu tempo de
consulta, ele precisava ir. Havia outros pacientes para se consultar.
—Então, até a próxima consulta doutora. -Despede-se.
—Até Gael.
Ele vai embora.
A chuva finalmente dava uma trégua.
Gael volta caminhando para sua casa.
Sim, ele havia andado 4 quilômetros do consultório até sua
casa.
León espera Gael em frente a sua casa.
—Gael, precisamos conversar.
—Ah é? E sobre o quê? Sobre o quanto você gosta da Aline e
como vão ser felizes juntos com um filho, formando a família perfeita de
comercial de margarina? Não, eu não tenho nada para falar com você. Agora, eu
vou entrar porque estou morrendo de sono. -É ríspido.
—Gael, para! Me escuta, tá? Se mesmo depois de escutar tudo o
que eu tenho a te dizer você quiser que eu vá, eu vou e prometo nunca mais te
incomodar. Pode ser? -Suplica.
Gael abre a porta e faz gesto com a mão para que ele entre.
León entra.
Gael entra logo em seguida e fecha a porta.
Gael permanece em pé de costas, Leon se senta.
—Acho que você merece uma explicação sobre tudo.
O silêncio reina. Gael não dá um único "piu".
—Bom, o fato de eu voltar com a Aline depois do beijo que eu
te dei é que… eu ainda estava muito confuso sobre meus sentimentos quanto a ela
e não havia superado o término, sabe? Mas, depois daquele beijo algo dentro de
mim ficou diferente, eu comecei a me sentir diferente. Eu me sentia estranho.
-Explica nervoso.
Gael apenas escuta ainda mais confuso.
—Comecei a sentir borboletas no estômago toda vez que ouvia
seu nome, não podia ficar acordado sem vir a sua imagem na minha cabeça. Eu não
sabia o que era, mas aquilo estava me assustando. Nunca havia me sentido assim
com outro cara, só com garotas. O único detalhe é que com relação a você, isso
foi muito mais intenso do que com qualquer outra pessoa. -Dispara com um tom
apaixonado.
—O que tudo isso quer dizer León? -Sem entender nada.
—Conversei com a Petra, minha irmã, e finalmente consegui
aceitar quem eu sou. Graças a você, eu descobri o que é o amor de verdade. Não
a obsessão que eu tinha pela Aline. -Finalmente León abre seu coração e aceita
a realidade.
León se aproxima e abraça Gael pegando-o pela cintura.
—Então, você é gay? -Indaga Gael confuso olhando em seus
olhos.
—Sou bissexual, até então eu não sabia. Mas isso não é
importante agora, é? -Diz bem próximo ao seu amado.
—Bissexual? E se você gostar de outra garota estando comigo?
Se eu aceitar isso, vou viver inseguro. Não posso aceitar isso León.
-Frustrado.
—Isso não tem nada a ver. Nós bissexuais também amamos, e
como qualquer outra pessoa e sua respectiva orientação sexual, fidelidade
independe disso. Isso é questão de caráter. E se de duas coisas você pode ter
certeza nessa vida é do meu amor por você e da minha fidelidade. -Diz
deixando-o sem argumentos.
—Promete? -Pergunta Gael com uma voz sutil, um olhar doce e
apaixonado.
—Se você me ama, não terá dúvidas alguma. -Dispara com um tom
carinhoso, olhando fundo em seus olhos castanhos.
Gael vira-se para León e os dois se beijam de uma maneira
arrebatadora.
As coisas vão esquentando aos poucos.
León pressiona sua cintura guiando-o para o seu quarto sem
desgrudar de seus lábios e nem as mãos de seu corpo.
León passa a mão pelas costas de Gael descendo em direção ao
paraíso proibido.
—Por favor, não! -Apavorado.
—Está, tudo bem. Parei! -Acalma-o. —Olha, se vamos começar a
sair juntos quero que saiba que pode confiar em mim e me contar o que for, se
quiser, ok? Eu quero que ponha na sua cabecinha que eu te quero e não só a
versão maravilhosa que eu já conheço, a problemática também.
—Eu não… -Pensa em fingir que está tudo bem.
Mentir para León nessa altura do campeonato não era uma
opção, visto que há poucos minutos finalmente Leon tenha lhe houvera aberto seu
coração, libertado seus fantasmas e revelado tudo o que escondia até ali.
—Está bem. Eu vou te contar… - Trêmulo e com medo.
Gael prepara-se para a
revelação.
—Quando eu tinha 11 anos…
FLASHBACK
—Gael? Gaelzinho? -A
voz se aproxima.
Gael treme assustado e
tentando se esconder do amigo de seu pai.
O homem o encontra e a
sessão de tortura novamente se inicia.
FIM DO FLASHBACK
—Que desgraçado! Se eu encontro um maldito desse, eu…
-Revoltado e com muita raiva.
León percebe que Gael chora desesperadamente ao lembrar.
—Ah meu amor, eu sinto tanto. Vem cá… -Tenta abraçá-lo.
—Desculpa, eu não consigo.
Gael fica consternado após revelar. Com medo e muito
desestabilizado, ele corre e se tranca no box do banheiro.
León corre atrás.
—Gael fala comigo por favor. Eu tô aqui! Estou com você.
Gael… -Suplica.
Ele fica na porta chamando-o por volta de trinta minutos.
Sem resposta após tanto insistir, León vai para a sala
esperar o retorno de seu amado.
Após uma hora, Gael sai assustado como um bichinho que passou
anos preso no escuro sendo maltratado pelo seu dono. Desprotegido, inseguro,
maltratado e com cicatrizes enormes de dores e traumas horripilantes e
horrendos.
León lhe olha nos olhos.
—Eu não posso imaginar como você se sente, mas me dói tanto
ver você assim… Eu vou respeitar seu tempo e vou te ajudar a melhorar e se
curar desses traumas. Está bem? Mas se tem uma coisa que eu não vou, é abrir
mão de você e nem te deixar sozinho. Você entendeu? -Firme porém cauteloso para
não assustá-lo.
Gael acena que sim com a cabeça com um olhar terno para seu garoto.
—León, você precisa saber de uma coisa sobre mim. Eu sofro de
um transtorno chamado… -Interrompido por
León.
—Transtorno de Identidade, não é? A Petra teve que me
confessar quando eu cheguei na sala e vi você com a personalidade do seu irmão.
—São tantos traumas que me fizeram ter isso que… -Choroso e
soluçando ele é interrompido novamente.
—Ei, olha pra mim. Eu já te falei, vamos vencer tudo isso
juntos. Eu tô aqui, pra e por você. Entendeu? -Acalenta-o em seus braços.
Gael se emociona sendo confortado pelas palavras de seu
amado.
—Se você se sentir melhor eu até te acompanho no consultório
da Petra nos dias de consulta.
—Eu me sentiria mais seguro e tranquilo se você estivesse lá
mesmo. Nossa, você não faz ideia do quanto. -Suspira.
—Então, pode contar com isso meu amor. -Aperta a mão de Gael.
Enquanto isso, lá fora, um temporal caia e banhando a cidade
por toda a noite.
No dia seguinte, é novamente mais um dia de consulta. O tempo
conspirava para um dia perfeito e início de superações visto seu sol
maravilhosamente forte e um dia lindamente colorido e intenso, apesar do
período de inverno.
Gael já houvera contado
a Petra sobre os abusos que sofreu por parte do amigo de seu pai. (já foi contado por diversas vezes ao longo da trama e evitarei
reescrever a cena por ser pesada e conter gatilhos para possíveis leitores que
já possam ter vivenciado isso).
—Era horrível, até hoje eu sinto… Você não faz ideia.
Petra percebe que logo Gael baixa a cabeça e fica imóvel
novamente, como na primeira consulta.
—Felipe? É você novamente que está aí? -Questiona já
imaginando que as pressões psicológicas das memórias causaram novamente a troca
de personalidade.
—Salut chéri! (Tradução:
Olá querida). -Com um tom de voz de
Dom Juan e um olhar misterioso.
—Qui es-tu? (Tradução: Quem é você?) -Questiona Petra surpresa
e imediatamente acionando seu francês.
—Je suis le Corvo. Gael ne sait pas, mais j'existe en
lui. Il m'a élevé à cause du traumatisme
des sévices qu'il a subis, il était impuissant, vulnérable, fragile. Depuis, j'ai grandi là-bas avec lui, pour le
défendre, protéger, soigner. (Tradução: Eu sou o corvo. Gael não sabe, mas eu existo nele. Ele me criou por causa do trauma do abuso que
sofreu, ele estava desamparado, vulnerável, frágil. Desde então, eu cresci lá com ele, para
defendê-lo, proteger, curar.)
"Meu Deus, quanto
terror esse garoto já sofreu!". -Diz Petra em seu pensamento diante de tanta crueldade já
vivida por Gael e super empática com sua situação.
—Et pourquoi parlez-vous exactement français? (Tradução: E por que você fala exatamente francês?).
—Un jour, pour fuir l'ami de son père, Gael s'est caché dans
une boîte en bois pleine de poussière et a commencé à lire un livre en français
et a fini par apprendre quelques choses.
En fait, mon nom vient d'un personnage de votre livre qui est donc
originaire de France et parle donc français.
Corvo était intrépide, juste et vindicatif. (Tradução: Um dia, para fugir
do amigo de seu pai, Gael se escondeu em uma caixa de madeira cheia de poeira e
começou a ler um livro em francês e acabou aprendendo algumas coisas. De fato, meu nome vem de um personagem desse
livro, que é, portanto, da França e, portanto, fala francês. Corvo era
destemido, justo e vingativo.)
Petra fica em choque. Era seu primeiro caso de TDI e em dois
dias de consulta já havia descoberto duas personalidades de seu paciente.
—Mais hier 2h du matin, j'ai mis fin à ce cauchemar. (Tradução: Mas ontem, 2h da manhã, eu acabei com esse pesadelo.) -Com um olhar
sombrio.
—Que veux-tu dire par là? (Tradução: O que quer dizer
com isso?)
—Je l'ai tué. Je vais vous dire les détails (Tradução: Eu o matei. Vou lhe contar os detalhes)
FLASHBACK
O homem abre a porta assustado em meio a madrugada.
—Quem é você?
—Eu sou o seu pior pesadelo! -Fala com sotaque.
Corvo fecha a porta.
—Ajoelhe diante de mim, seu lixo! -Humilha.
O homem resiste.
Corvo aparece por suas costas e chuta as panturrilhas com
força, deixando-o sem força de permanecer em pé e cair de joelho.
—O que você quer? Quem é você? -Grita com a pernas doendo.
Corvo não responde, apenas se delicia com sua cara de medo.
—Por que não me mata de uma vez? -Indaga o homem ao ver o
punhal em sua mão.
—Porque isso quem vai fazer é você, sozinho. -Com luvas nas
mãos, Corvo coloca o punhal nas mãos do homem.
O homem imediatamente ergue o corpo e tenta feri-lo com a
arma.
—Não querido, não funciona assim. -Diz acertando-o com um
chute.
O homem imediatamente é novamente arremessado ao chão.
—Você lembra de quantas crianças inocentes você abusou?
Talvez não, porque nessa sua mente doentia não importava o número de vítimas e
nem o quanto isso os afetaria. Sabe quando vezes o Gael sofreu por sua causa
maldito? Noites sem dormir, o medo de tê-lo ali. Ele me criou, e por isso eu
estou aqui. Fui criado pela sombra dos seus medos, em cada lágrima derramada de
dor e impunidade. E chegou a hora de ajustarmos conta. Ou você enfia esse
punhal no seu pescoço e evita morrer pelas minhas mãos de uma forma mais cruel,
ou eu vou amarrar você nessa coluna e tocar fogo nessa casa e deixar você
queimando e agonizando até a morte. Decida! -Dá o ultimato.
O homem não leva muita fé e até ri debochando
—Você é louco, isso já percebi. Mas não seria capaz tanto. É só
um fedelho! Que personagem é esse Gaelzinho? É você que tá aqui na minha
frente, não é? -O estuprador tenta desestabilizá-lo emocionalmente e
mentalmente e se aproximar dele como quando ele era só uma criança.
Imediatamente os medos de Gael vêm a mente de Corvo e
sentindo seus traumas e dores, Corvo joga o homem contra a parede. Ele joga uma
vela sobre os papéis na mesa da sala e começa um pequeno incêndio.
O homem fica assustado. Ora, agora ele já não era tão
corajoso a ponto de repetir sua vítima agora que ele pode se defender.
Corvo vai com tudo em direção ao homem com uma pá.
O homem vendo e temendo uma morte mais dolorosa crava em si
próprio o punhal.
O sangue escorre por debaixo da porta.
FIM DO
FLASHBACK
Petra fica assustada com tudo o que ouviu, porém, agora
parece que tudo se encaixa. Mais um trauma de Gael vinha à tona com a morte de
seu violentador.
(Petra conta a Gael que
o homem realmente se suicidou e sua terceira personalidade estava lá.)
—Eu matei esse homem doutora? -Após Petra contá-lo, na TV da
recepção cuja qual o volume estava acima da média fazia a notícia repetida do
jornal ser escutada de dentro do consultório.
—Não Gael.
Petra vai na porta, abre e pede para a secretária baixar o
som da tv da recepção.
—O Corvo, sua outra personalidade o induziu (o estuprador) a isso, mas foi o próprio
homem que causou sua morte. Todavia, essa sua personalidade com a finalidade de
te proteger, pode ser muito perigosa. Saber que o seu violentador está morto te
faz se sentir como?
—Eu não sei. Eu só… Não consigo digerir essa notícia.
—Mas o que passa pela sua cabeça agora?
—Eu não preciso mais ter medo desse homem. Mas não é assim na
prática, eu ainda fico com medo sempre que falo e lembro. Mas, eu jamais
desejaria a morte de ninguém e muito menos causaria.
—Está tudo bem. Eu entendo. Não estou lhe julgando, você não
tem culpa de nada Gael. Pare de se torturar. Veja como você é forte por estar
procurando ajuda, isso mostra que você além de se preocupar com sua saúde
mental também tem empatia e se preocupa com o próximo por estar querendo se
cuidar e estar melhor. Eu sei que em sua personalidade original você é um ser
humano incrível, alguém que é capaz de sacrificar a própria felicidade para ver
os outros felizes.
—Sim! -Emociona-se.
—Gael, você precisa pensar numa coisa. Ao final do tratamento
você deseja continuar com suas ambas personalidades ou fazer a junção de todas
numa só e continuar apenas com a sua original?
Gael fica em silêncio por quase 2 minutos, trêmulo, sem saber
o que decidir.
—EU…
Temporada 1 | Episódio 10
Thiago Santos
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira
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