—Pode me
deixar aqui parceiro! —Diz revistando o bolso e se retraindo ao perceber que
não tem nem metade para pagar pela corrida.
—O que
houve?
—Puts, agora
que me dei conta que não tenho o suficiente "pra" pagar você mano.
—Como é que
é? -Fica revoltado.
—Mas se o
senhor passar aqui amanhã pela tarde, juro que lhe pago. Oh, se não confia
podemos subir nesse momento até onde eu moro e eu te pago agora.
—Não, não é
necessário. Lhe darei um voto de confiança. Mas eu preciso saber pelo menos o
endereço para vir por amanhã. -O homem já amedrontado e nervoso pela hora.
—Esse aqui é
meu endereço… -Anota. —E, eu me chamo Felipe. Felipe Montoya!
—Ok, amanhã
eu volto. -Revoltado porém com medo, o homem faz o pneu cantar.
A tarde do
dia seguinte se põe, e o homem volta.
Ele bate
palmas incansavelmente sem retorno.
—Quem tu tá
procurando? -Pergunta um vizinho.
—Trouxe um
rapaz para cá ontem, ele falou que não tinha grana. Disse que eu podia confiar
nele, ele me pagaria se eu viesse até o endereço dele. Tá aqui, ele escreveu!
-Entrega o papel.
—Qual o nome
do cara?
—Felipe
Montoya.
—É
impossível meu senhor, Felipe Montoya morreu há 2 anos. A gente até era amigo,
olha tem até uma foto pra comprovar… -Mostra o celular.
O homem fica
em estado de choque.
Gael sofre
com o que sua família tem se tornado.
—Eu só
queria que a gente fosse uma família normal. -Temendo perder a família, Gael
explode.
—Mas nós
somos, é um absurdo escutar isso. -A mãe fala.
—Você não
pode fugir do seu destino meu filhinho, por mais diferente que você ache que
pode ser da gente só por ter mais estudos. Se liga! -Rebate o pai.
—Por quê
vocês não abandonam isso e seguem uma vida decente? Por favor, ainda dá tempo!
-Em lágrimas.
Felipe
deitado no sofá faz cara de tédio e debocha do irmão.
Batidas na porta.
—Já vai!
-Abre Fernanda.
—Recebemos
uma denúncia anônima sobre um suposto comércio de drogas existente aqui. Temos
um mandato de busca. Por favor, colaborem! -Anuncia o oficial.
—Somos
trabalhadores! Vocês não podem chegar assim invadindo nossa casa e acusando a
gente de bandido não. Tão sabendo? -Genaro atravessa na frente tenta impedir
que os policiais adentrem.
—Escuta aqui
meu senhor, é melhor colaborar… -Mostra a ordem e o pitbull.
Cães
farejadores em questão de minutos acham um piso falso na casa e várias
mercadorias.
—Senhores,
vocês estão presos em flagrantes por guardar e traficar drogas. Algemem-os!
-Ordena.
Os gêmeos
veem a cena assustados com tantas sirenes, pessoas rodeando sua casa e os
olhares de julgamento que agora lhe perseguiriam.
Gael:
Felipe, eu comprei pão pro café da manhã. Já acordou? -Grita da sala.
Sem retorno,
ele vai até o quarto do irmão.
Gael: Ainda
dormindo… -Diz vendo-o todo enrolado. —Não vou lhe despertar, pode descansar
mais um pouquinho.
Ele se
dirige novamente até a porta para sair.
Gael: Nunca
perde a mania de deixar as roupas jogadas pelos chão não é? -Rir.
Ao pegar
dois calções que estavam no chão, de um deles caem um pó em um saco e do outro
comprimidos.
Gael:
Acorda, Felipe! AGORA! -Bravo em alto tom.
FELIPE: Ai
mano, se fuder… ninguém pode dormir em paz nesse caralho aqui não?
Gael: Não!
-Sua expressão é séria.
FELIPE: Aí
depois “nois” se fala, valeu? Tô sem saco pra ti agora, tô com dor de cabeça.
Sai daqui. -Faz pouco caso.
Gael:
Levanta, agora! -Puxa-o pelo lençol quase lhe derrubando da cama.
FELIPE: Até
ontem você não falava direito, era todo sonsão
e agora quer cantar de galo? Qual é a tua filhão?
Gael: Você
anda se drogando? RESPONDE FELIPE! -Fala alto.
FELIPE:
Gael, eu… -Baixa a guarda.
Gael: Já
perdemos nossos pais, eu não posso perder você. Você é tudo que eu tenho e é a
pessoa que eu mais amo nesse mundo, por favor… -Chora.
Felipe mesmo
com raiva pela cobrança do irmão, chora junto.
Gael o
abraça.
Gael e
Felipe completavam nessa data seus 18 anos e sem os pais, comemoravam sozinhos
em sua casa.
—Ninguém vai
vir Gael, joga tudo fora ou vamos comer tudo de uma vez. -Diz Felipe.
—Então,
vamos! -Rir. —Você sabe por que não vêm né? Pelos nossos pais e tudo que
aconteceu. As pessoas nunca esquecerão disso.
—É, pode
ser…
—Felipe, eu
sei que o que aconteceu com eles, foi algo muito forte. Nenhum de nós estava
preparado para ficarmos sozinhos tão rápidos, tivemos que amadurecer cedo
demais e eu sei que o baque às vezes reflete de maneiras diferentes em cada um.
Mas eu não queria que você… -Com sua sutileza ele tenta reintroduzir o assunto
dos vícios.
—Que eu o
quê Gael? -Já demonstra chateação diante do assunto.
—Que você
tivesse um fim igual ou pior que o deles. Eu não quero que você vá embora cedo
também, por favor meu irmão. Nós podemos buscar tratamento para você, eu estou
contigo!
—Sai mano,
quem precisa de tratamento é doente. Eu tô bem de boa, tu que fica nessa. Tu
não é a porra do meu pai, PARA! -Já sobe a voz.
—Mas eu sou
o seu irmão e eu só quero o melhor para você!
—Mas não vai
me dar sermão, não mesmo. Tô caindo fora! -Levanta-se e sai de forma violenta.
—Não, você
não vai! -Lhe puxa pelo braço, tentando impedir que ele saia para se drogar.
Felipe dar
um soco no irmão, que revida com um tapa. Eles começam a rolar pelo chão
iniciando uma luta corporal. Gael acerta o irmão no nariz. Felipe chateado, num
momento em que a crise de abstinência ataca e sentindo-se encurralado pega uma
faca para ferir o irmão. Gael reage lhe empurrado, Felipe bate contra a parede
acertando uma vela que cai sobre as cortinas.
Em segundos
a casa está em chamas.
—Felipe!
Irmão, eu não queria… -Se aproxima para tentar acordá-lo.
O fogo
aumenta de forma assustadora em questão de segundos.
—Eu vou te
salvar! -Seus olhos ardem em meio a forte calor. Ele mal conseguia manter os
olhos abertos.
O teto que
já estava ruim, cai nesse momento na frente de Gael.
Um vizinho
entra:
—Você não pode ficar aqui, a casa tá
virando cinza mano. Vamos, ou você vai morrer!
—Meu irmão,
ele tá aqui. -Resiste em sair se não salvar o irmão.
—A gente
volta pra buscar ele… Vamos! -Tira-o a força.
—Não.
FELIPEEEEEE! -É retirado aos prantos.
A casa
explode e se converte em vários destroços.
Na república
de jovens onde está morando, em seu quarto, Gael se olha no espelho.
—Já faz um
ano. E a culpa toda é minha, eu te matei. Eu te matei Felipe… -Chora sem parar.
Na frente do
espelho ele começa a se ver como o irmão. Em algumas das roupas doadas pelo
internato a qual ele está, ele percebe que algumas lembram (de longe) as que o
irmão usava.
—Olha só
como eu me pareço com você… -Fala com um olhar assustador para seu reflexo.
Se admira
vendo-se.
—Não, o que
é que eu tô falando… -Desperta de seu momento desconexo.
Inevitavelmente,
Gael começa a se ver como Felipe no espelho.
—Não, eu não
sou você! -Tenta relutar.
A noite
começa a cair.
Vestido de
preto ele anda pelo internato.
—Eu voltei!
-Sorri.
Felipe (Gael
houvera aderido a personalidade do irmão) observa as coisas ao seu redor. Ele
sai da casa, pega um táxi e desce num ponto estratégico.
—Quem diria
que um dia tu voltaria, né não?
Ele anda
pela avenida e para num ponto.
Um carro
para em sua frente minutos depois.
—Tu é novo
aqui guri? -Indaga o homem interessado.
—Novinho…
qual vai ser a boa? -Pergunta com uma cara de safado.
—Isso quem
decide é você. O que você faz? -Cara de safado.
—Eu faço de
tudo. -Exala tesão.
—Entra aí.
Como te chamo?
—Felipe
dotadão. Esse é o meu nome, FELIPE! -Olha para frente firme.
Temporada 1 | Episódio 1
Thiago Santos
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira
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