NO EPISÓDIO ANTERIOR
Felipe faz programa, rouba o cliente
e sai escondido. Na faculdade, Gael lembra que ao mexer em seu guarda-roupas
pela manhã, encontrou uma jockstrap, porém não sabe o que é e nem o que faz ali
e acredita ser uma brincadeira dos amigos. Um novo professor chega e confronto
Gael chamando-o de Felipe e diz que ele é o cliente que ele roubou aquela
manhã.
EPISÓDIO 3 – NADA É POR
ACASO
—Desculpe,
eu não sei do que o senhor está falando. Eu acabo de lhe conhecer. Não está me
confundindo?
—Eu não sei
em que escola de teatro você estudou. Mas não há ator tão bom que mantenha um
papel até o fim da vida, apenas com mentira. Pelo menos admita que me roubou,
Felipe! -Bravo.
—Por que me
chama de Felipe? Felipe é o nome do meu irmão que morreu há quase 3 anos.
Talvez o senhor o tenha conhecido, não sei. Só sei que eu não lhe conhecia até
hoje. Por que duvida de mim? Por que me chama pelo nome do meu irmão e me acusa
de ladrão? -Continua confuso sem conhecimento algum do assunto.
—Agora vamos
ao conto do irmão gêmeo malvado e o mocinho nerd sonso? E para aumentar ainda
mais sua conveniência, como se não bastasse, o irmão está morto. -Ironiza.
—Eu vou sair
daqui. O senhor está ficando fora de si. -Diz dando uma volta e arrumando a
mochila para ir embora.
—Daqui você
não sai. Eu não estou na sua brincadeirinha, para de atuar! -Engrossa a voz e
pega firme no braço de Gael.
—Você tá me
machucando. -Sente dor e fica revoltado com a situação.
Sensível
como ele só, os olhos logo se enchem de lágrima assustado com a situação.
Alguém se
aproxima da sala.
—Gael você
tá com a minha planilha? -Grita pelo corredor já adentrando a sala.
Imediatamente
Martínez solta o braço de Gael.
—Bom, era só
isso mesmo. -Finge está apenas dando um conselho amigável para disfarçar.
—Vamos Claudio.
-Puxa o amigo e aproveita para fugir apressadamente.
—Então até mais professor. -Se despede Cláudio, sem entender o climão.
A transição
do dia para a tarde marca o cansaço físico dos meninos, que se põe cada vez
mais evidente.
—Estudar
para a prova hoje? Vamos? -Empenhado sugere Cláudio.
—Eu
sinceramente não tô muito bem, sabe o que é cansadíssima? Sou eu!
—E você,
Gael?
—Sim, eu
vou.
—Beleza, vou
em casa tomar banho, trocar de roupa e já já chego lá.
Os meninos
se despedem e cada um vai pro seu lado.
*1 hora depois*
Claudio e Gael estudam sem parar.
—Farmacologia,
a ciência biomédica, lida com a pesquisa, descoberta e caracterização de
substâncias químicas que apresentam efeitos biológicos e a elucidação da função
celular e do organismo em relação a esses produtos químicos. Aprendeu essa
parte né?
Cláudio fica
calado e muito pensativo.
—Por que
ficou tão sério e calado? -Estranha.
—Por que o
professor novo tava segurando seu braço e falando estranho com você? -Dispara
sem titubear.
—É que… É…
-Com vergonha de repetir as palavras do professor ele não sabe o que responder.
—Não
gagueje. O que tá rolando?
—Ele brigou
comigo por causa de um trabalho lá e eu respondi ignorante a ele. -Trêmulo.
—Ele pode
ser mais velho que você até menos que 5 anos, mas, ainda sim você o
respeitaria. Era outra coisa, eu tenho certeza. Parecia que vocês dois já se
conheciam, não era atitude de alguém que acabou de conhecer outra pessoa.
-Continua.
—Olha, foi
isso. Acredite se quiser! -Chateado com a insistência.
—Ok, não
irei insistir. -Ainda assim ele não deixa de pensar sobre o assunto.
A noite cai.
Gael no
banheiro se olha no espelho enquanto toma banho.
Em questão
de segundos, a personalidade pura e culta de Gael adormece, dando lugar a
vulgaridade e sensualidade de Felipe.
Felipe se
prepara para ir para a rua. O telefone toca.
—Sim, aqui é
Felipe, o pacotão. -Faz o trocadilho.
—Um casal? Ménage? Faço sim. Chego já, manda o endereço por mensagem.
-Entusiasmado.
Ao chegar no
motel de luxo, distinto de todos os motéis que já viu, Felipe fica boquiaberto.
Porém, continua seguindo as coordenadas enviadas por mensagem.
A mulher já
abre a porta puxando-o pela blusa. O homem que está ao lado, fecha a porta.
Ela, por sua vez, abre o zíper de Felipe e começa o ato. Enquanto isso, o homem
o agarra pelo pescoço passa a língua pelo seu pescoço e lhe beija.
O sexo rola
solto. As múltiplas posições e formas de sexo são exploradas sem cerimônia e
nem demora.
A noite fica
cada vez mais intensa e o ritmo vai diminuindo à medida que seu fim se
aproxima.
A mulher
cansada, adormece, tal como Felipe.
Os olhos de
Felipe se abrem meia hora depois e
ele percebe que a mulher é a única que está na cama, o homem não. Ele
levanta-se atordoado procurando um banheiro. Ao se aproximar da janela escuta a
voz do homem.
—Tudo deve
acontecer no adversário do velho, a família vai tá toda reunida. Não tem como
dar errado. Basta seguir o plano! -Cochicha.
Felipe se
assusta.
Ele volta
para onde estava e se arruma para sair dali.
O homem
volta.
—Onde você
pensa que vai? -Sua voz dá calafrios.
—Desculpe
senhor, eu fiquei aqui além do que deveria. E outro cliente me ligou, preciso
ir agora. -Mente, porém, não se deixa transparecer nervoso.
—Está bem.
Espero contar com seus serviços em breve novamente, adorei você. Aliás, foi bem
melhor que essa outra acompanhante… -Sorri safado e puxando a alça da cueca e
soltando.
Felipe sorri
de volta e se aproxima da porta. Ele acena com um "tchau", abre e vai
embora.
Andando pela
rua apressado, um carro para. O farol forte na cara impede de ver de quem se
trata.
—Ah mano, é
você? -Diz assim que os faróis são desligados.
—Faz tempo
que tô rodando por aqui, te procurando. Vamos! Entra, agora! -Firme e sem dar
escolha.
—Ok! Melhor
tu me tirar daqui mesmo, antes que dê merda. -Treme assustado e querendo sumir
dali imediatamente.
Ao chegar no
apartamento de Martínez, Felipe já senta na cama como se fosse sua com seu
jeito despojado.
Martínez se
aproxima com um olhar forte.
—Na
faculdade um nome diferente, forma de agir totalmente oposta e até o modo de
falar é distinto. Na realidade, quem é você? -Agressivo.
—Do que
caralhos tu tá falando porra? Que raio de faculdade? -Confuso.
—Já chega.
Para de fingir! -Já revoltado ele pega Felipe pelo braço e aperta firme o
sacolejando, como fez com o Gael.
Felipe imediatamente
reage lhe dando um soco firme com o braço livre.
—Nunca mais
ponha um dedo em cima de mim, ouviu? E vá se lascar. Não quero mais saber de tu
não, filho de uma égua! -Sai dali cuspindo fogo e bate a porta com força.
Martínez não
entende nada.
—Não podem
ser a mesma pessoa. Não tem como! -Fica
perplexo. —Ai! -Massageia o lado da bochecha.
A
noite/madrugada fria e tensa, marcam o final de uma semana cheia para todos.
Aos poucos,
um sol forte começa a aparecer e com ele um sábado aparentemente bastante
proveitoso.
Gael acaba
seu banho matinal e se veste com trajes de casa para estudar o fim de semana
todo como de praxe.
Seu celular
recebe uma nova notificação.
"Festa
na casa da Petra hoje. Passo as 18 horas para te pegar, esteja pronto"
"Eu não vou. Vocês sabem que eu odeio
festa!"
Roberta
apenas visualiza.
Gael volta a
estudar.
Seu empenho
era admirável, desde 11 da manhã ele havia se posto a revisar o conteúdo da
semana e estudar o da seguinte e se manteve assim até 17:30. Até que… Alguém
toca a campainha. Gael vai abrir revoltado por estar sendo interrompido em
pleno conteúdo da semana.
—Como assim
você ainda não está pronto? -Decepcionada.
—Eu falei que
não ia, Roberta. Aliás, por que você não dormiu aqui ontem Cláudio? Você não
tinha dito que seus pais iam viajar e ia vir ficar aqui? Onde vocês se
encontraram? -Desconfia.
—Isso não
importa agora. Vá tomar banho e se arrumar, já! -Rebate Roberta.
—Não vou,
não gosto de festa. Eu avisei, você ignorou. -Irredutível.
—Melhor você
vir, porque se não eu vou contar para Roberta que você ronca pra caramba.
-Cochicha.
—Isso é
mentira! -Bravo.
—Mas ela não
saberá que é. E se você falar, é claro que ninguém acredita. Quem faz, faz
exatamente isso: nega. Agora, vamos! -Guia o amigo até o chuveiro.
Em pouco
mais de trinta minutos os meninos chegam à festa de Petra.
—Ei, olha
quem veio. -Se aproxima a anfitriã.
—Olá Petra.
Convenci meu friends a virem. Esse
aqui é o Gael e do lado, Cláudio. -Apresenta os meninos.
—Isso é
ótimo. É um prazer meninos, eu sou a Petra. Tenho um monte de amigos da
universidade vizinha para apresentar para vocês, venham! -Esbanja simpatia.
Roberta
acompanha.
—Vamos?!
-Convida Cláudio a Gael ao perceber seu desânimo.
—Não amigo.
Você sabe, eu não gosto muito do contato com muita gente. Não me sinto bem. Eu
vou ficar por aqui, ok?
—Está bem, o
importante é você ficar a vontade. Mas, caso se sinta só, sabe onde encontrar a
gente.
—Ok.
Cláudio
acompanha Roberta.
Gael passeia
pelo jardim, procurando um lugar escondido e longe das pessoas.
—Isso, aqui!
-Senta-se no balançador do longo jardim, que fica mais próximo às árvores e um
tantinho longe da casa.
A paz parece
reinar. Gael sente-se tranquilo.
Porém, logo
essa atmosfera de paz e sossego se desfaz com um choro que surge do fundo.
Gael se
aproxima.
—Desculpa,
eu não deveria estar… -Se arrepende de ter ido e dá meia volta.
—Ela
terminou comigo por mensagem semana passada e postou uma foto com outro hoje.
Eu devia ir lá agora na casa daquele cara e… -Fala alto e com raiva.
Gael
imediatamente volta até onde o garoto bêbado está.
—Olha,
entendo que você esteja com raiva. Mas, seja o que ia dizer e possivelmente
fazer, ninguém vale a pena a ponto de fazer-nos chegar a tal limite. E outra,
essa responsabilidade seria apenas sua e de mais ninguém, já que sua fraqueza e
impulso conseguem ser mais fortes que seu caráter e humanidade. As pessoas não
são propriedades de ninguém, e assim como alguém já te amou um dia, ela também
já amou outro alguém e consequentemente esse sentimento teve fim.
—Quem você
pensa que é para… -Engrossa a voz, fica agressivo e levanta o punho.
—Não, comigo
não. Se você tem alguém com quem brigar, não é comigo. É consigo, por amar mais
outra pessoa do que a si próprio. Não existe amor mais decente, que o amor
próprio. -Segura seu punho.
—É, você tá
certo. Ok? Era isso que você queria ouvir? Cara, só por favor me tira daqui. A
galera toda deve tá rindo de mim agora e eu não sei se aguentaria.
—Mas, como?
Para onde? -Empático com a situação do rapaz.
—Eu sou um
desgraçado mesmo! -Se lamenta e chora bêbado.
—Quer
saber... Vamos! -Apoia-o no ombro.
Gael leva o
novo conhecido dali.
Após meia
hora, Gael chega em sua casa com León.
—Você tá
bêbado, não tá falando nada com nada. Precisa de um banho. -Diz levando-o para
o chuveiro (vestido).
Gael põe
León debaixo do chuveiro e abre.
—Você nem
sabe quem eu sou. Quem é o louco que pega alguém que nem conhece e traz pra
casa? -Debocha muito alcoolizado.
—Xiii! -Faz
sinal para calar a boca.
Gael tira
ele do banho e o leva para o seu quarto.
—Está vendo
essas roupas que estão na cama? Vista e quando terminar, me chame.
Gael sai e
espera que León lhe sinalize.
—Pronto!
-Avisa.
Gael entra.
—Ok. Agora
pega a toalha e termine de se enxugar.
—Não quero.
Estou com sono. -Irredutível.
—Deixa que
eu faço isso, então. AFF! -Gael enxuga seus cabelos.
—Eu fiz tudo
que pude. TUDO POR ELA! -Se lamenta.
León
adormece em seus braços.
—Sim.
Descanse!
Gael olha
para ele de um jeito diferente encantado com sua beleza e ternura e imaginando
o quão cavalheiro ele é no amor por tudo que fez pela mulher que ama.
Ao
levantar-se Gael sente uma tontura e luta contra o corpo para permanecer em pé.
Léon que
alterna entre acordado e dormindo por causa do efeito do álcool acorda e
percebe.
—Você me
ajudou. Agora é minha vez! -Levantasse cambaleando.
—Não
precisa!
Ao tentar
ajudar Gael, bêbado ele escorrega na poça de água que havia escorrido de seu
corpo.
León cai por
cima de Gael e os lábios deles se tocam.
Temporada 1 | Episódio 3
Thiago Santos
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira
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