4. Marcas Inapagáveis | Anjo Noturno


 

NO EPISÓDIO ANTERIOR

 

Gael diz ao homem que não lhe conhece. Ao ter o braço apertado pelo homem que não está convencido de que Felipe é seu irmão morto, ele chora com a agressividade. Cláudio questiona a Gael o porquê o homem estava a apertar o braço seu braço, ele desconversa. Martínez chama Felipe para um programa e assim como fez com Gael, aperta seu braço. Felipe lhe dá um soco e sai com raiva. O homem questiona se realmente são a mesma pessoa por serem tão diferentes no modo de falar, agir e reagir. Roberta e Cláudio levam Gael para a festa de Petra, ele escolhe ficar isolado de todos e longe da festa. No jardim, ele encontra um rapaz bêbado que acabara de descobrir que sua ex-namorada já estava com outro na mesma semana em que terminaram. Ele ajuda o garoto, leva para casa, lhe dá um banho e ajuda-o a estabilizar-se. Em dado momento, bêbado o garoto se desequilibra e cai por cima de Gael e os lábios deles se tocam.

 

EPISÓDIO 4 – MARCAS INAPAGÁVEIS

 

—Eu não deveria ter… -Adormece León.

Gael se sente mal com a situação, algo dentro dele parece estar em conflito. Ele pega um lençol, enrola León para que não sinta frio e vai para a sala dormir no sofá.

 

Gael logo adormece, apesar de estar em choque com o que acabara de acontecer, seu corpo já não aguentava mais esforço físico e nem mental depois desse longo dia.

 

A transição entre dia e noite acontece como num piscar de olhos e com um sol forte que entra pela janela e esquenta seu rosto sem delicadeza alguma, Gael desperta. Ele prepara o café e vai acordar o hóspede.

—Cê já acordou? Posso entrar? -Pergunta sem ser respondido.

 

Gael abre a porta.

 

A cama está completamente limpa e arrumada.

—Para onde você foi “garoto problema”? -Preocupa-se pensando.

 

A troca de estações se aproximava e o clima prestes a mudar, mudava também a aparência da cidade.

 

A noite chega com um temporal.

A chuva faz com que o tempo escureça mais rápido.

 

Felipe anda pela rua sem rumo.

 

—Afim de um “trago” Felipe? -Se aproxima.

 

—Não, tô de boa. -Responde imediatamente fugindo de drogas.

 

—Olha lá, heim. Tô te oferecendo de graça. -Persiste.

 

—Tá vai, só porque sei que é só uma ervinha. Parei com as pesadona, tá ligado? -Explica.

 

—Aí sim. Ei, se liga, tenho uma proposta boa pra tu. Lembro aqui que tu era um dos que mais vendia bem os bagulho (mercadoria), quê que tu acha de voltar a trampar pra mim?

 

—Sei não mano, já deu mó rolo uma vez. Tô fugindo de treta, tá ligado?

 

—Ih cuzão, tem B.O não filhão. Cola na minha que tua vida tá feita.

 

—Vou pensar. -Rir.

 

Os dois viajam tragados pela verdinha (da horta da Ludmilla 😂)

 

O fim de semana voa depressa dando boas-vindas a uma semana pesada de seminários deixando todos à flor da pele.

 

León e os amigos conversam numa das mesas do pátio.

 

Gael que está a comprar um suco de caixinha lhe avista e vem falar com ele.

—Está tudo bem? -Indaga Gael ao chegar perto dele.

 

—Vamos pra aula! Leónzinho, não demore. -Brincam ao verem a aproximação de Gael e saem em grupo.

 

—Olha, seja lá o que diabos eu estava fazendo na sua casa aquele dia, perdão qualquer transtorno que eu possa ter causado. -Aparentemente não lembra de nada.

 

—Você não lembra do… -É interrompido.

 

—De? -Parece haver esquecido.

 

—Nada. Tá tudo bem! -Decepciona-se.

 

—Valeu então. Vou indo para aula. -Diz saindo.

 

Gael vai para a mesa em que Cláudio e Roberta estão.

 

—Onde foi ontem com aquele cara que saiu da festa com você? Era aquele tal León, o famosinho do quarto ano de engenharia. Não era? -Cláudio é direto.

 

—O que vocês fizeram? -Roberta não esconde sua curiosidade.

 

—Não sei do que vocês estão falando. -Disfarça.

 

—Achei que éramos melhores amigos e não tínhamos segredos.

 

—Ok, a gente só se beijou. Satisfeitos?

 

Os amigos vibram.

 

Aline que passara por ali mexendo no celular, ao escutar o nome de León (seu ex), para e escuta tudo atrás de uma coluna.

 

LEÓN, PRECISAMOS CONVERSAR. AGORA!✅✅


 

Aline sai dali para encontra o ex, explodindo de raiva.

 

—Você não perde por esperar, Gael! -Com uma expressão diabólica.

 

Enquanto isso Gael continua a conversar com os amigos.

 

—Finalmente! Eu sabia… -Anuncia Roberta.

 

—Sabia o que?

 

—Que você era gay! -Fala alto.

 

—Eu na verdade não sei o que eu sou, nunca senti nada por ninguém antes e nem estou sentindo agora. Pelo contrário, me sinto mal.

 

—Ser gay não tem nada de errado. Não é nosso local de fala, não sabemos o que gays vivem e sentem na pele todos os dias, o que podemos ter conhecimento é sobre a alta violência e a homofobia que existe nesse país que continua matando gays dia a dia. Mas, amar é o sentimento mais lindo, independente de gênero, orientação sexual, cor, etnia, classe social, o que for! Se você for gay, nós vamos te amar da mesma forma. -Emociona Roberta.

 

—Eu sei disso, também não vejo problema em ser gay e nem relutaria se fosse o caso, mas é que aqui dentro sabe… Eu… -Seus olhos já ficam cheios.

 

—Tem alguma coisa que queira nos contar? Olha, você sabe que pode confiar na gente, não é? Somos melhores amigos, nos conhecemos há dois anos e já passamos por tanta coisas juntos… Não é suficiente para termos confiança um no outro? -Questiona Cláudio.

 

—Sim, tem uma coisa… Mas, é muito difícil pra mim. -Chora.

 

Roberta e Cláudio seguram a mão de Gael.

 

—Estamos aqui, não iremos te abandonar nunca. Confie em nós!

 

—Quando eu tinha 15 anos…

 

Gael conta seu segredo para os meninos, que ficam espantados com a revelação.

 

—Meu Deus, agora eu entendo tanta coisa. Seu jeito, a forma de agir… -Cláudio assimila aos poucos as informações.

 

—Estamos aqui com você! -Roberta aperta a mão do amigo. —Isso mexe muito com você, é claro. Mas, nunca é tarde para procurar ajuda psicológica.

 

Gael apenas acena que sim com a cabeça, porém, como sempre ignora o conselho de procurar ajuda. A personalidade de Felipe intervém em sua cabeça inconscientemente.

 

Durante a tarde, em casa, Gael mexe em seu guarda roupa, separando roupas para doar para a igreja da cidade vizinha na qual morava com a família.

 

—Pronto! Acabei! -Suspira aliviado.

 

Gael lembra da parte do guarda roupa a qual não mexe muito e relembra dos objetos sexuais que encontrou da última vez e lhe deixou bastante intrigado, já que não sabe como aquilo foi parar ali. Ele decide mexer novamente.

 

—Vamos ver! -Mexe numa gaveta. -Ele pega uma polaroide. —MEU DEUS! -Analisa.

 

A foto é picante.

 

—Isso é uma foto do Felipe, mas parece recente. Como isso é possível meu deus? -Se assusta. —Talvez seja eu que tenha revelado recentemente e guardei com cuidado, por isso tão nova. Com tantas coisas na cabeça eu acabei esquecendo guardada. Não há outra explicação.  -Finge tentar explicar o que mexe com sua cabeça.

 

Gael olha para o espelho e vê Felipe sorrindo.

 

—Preciso ligar para o Padre. Essas coisas são sinais, só pode. -Diz pegando o telefone. —Padre Román, sou eu Gael. Estou bem, obrigado. Estou ligando para marcar a missa de dois anos da morte do Felipe, sinto que devo isso a ele. Por favor, me diga que tem um horário na quarta.

 

Gael espera um pouco a resposta do Padre.

 

—Graças a deus. Muito obrigado, Padre Román. -Desliga.

 

Ele termina de arrumar as roupas. Em seguida, limpa seu quarto, o resto da casa e lava a louça. Cansado se senta no sofá para relaxar e acaba cochilando. 

 

PESADELO/

FLASHBACK

 

—Meninos, estão acordados? O "titio" veio contar uma história e lhes dar um beijinho de boa noite. -Sua expressão amedronta.

 

Felipe ronca enquanto dorme.

 

Gael finge dormir para que o homem vá embora.

 

O som dos passos ficam cada vez mais próximos. E o medo de Gael cada vez mais forte.

 

—Gaelzinho…

 

As cenas são aterrorizantes.

 

—Se você gritar, coitado do seu irmãozinho, dos seus pais…

 

Gael chora sem parar. Sua alma parece está sendo arrancada do peito e cada movimento para matá-lo.

 

FIM DO PESADELO

  

Gael acorda chorando muito e se assusta ao ver que tem uma tesoura afiada nas mãos e que perfurou o sofá por diversas vezes sem se dar conta.

 

 


Anjo Noturno
Temporada 1 | Episódio 4

Criado e Escrito por:
Thiago Santos

Elenco:
Gael/Felipe - Gabriel Leone
León - Sergio Malheiros
Martínez - Rodrigo Massa
Petra - Bruna Marquezine
Aline - Agatha Moreira
Patrícia - Cris Viana
Lucían - Guy Ecker
Alfonso - Murilo Rosa
Alberto - Tarcísio Meira
Roberta - Jeniffer Nascimento
Cláudio - Bruno Gadiol
Fernanda - Vanessa Gerbeli
Genaro - Marcos Palmeira

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