Tudo sobre Megapro
Programa originalmente exibido no Boletim Virtual da WebTV (2018).
Olá gente do mundo virtual. Eu sou o Kax e estou aqui para mais um Visão Crítica diretamente do Boletim Virtual que completou 6 anos de vida. O alvo da vez é um dos maiores fenômenos da MegaPro de todos os tempos, escrito por Rynaldo Nascimento: Perfil Fake.
Olá gente do mundo virtual. Eu sou o Kax e estou aqui para mais um Visão Crítica diretamente do Boletim Virtual que completou 6 anos de vida. O alvo da vez é um dos maiores fenômenos da MegaPro de todos os tempos, escrito por Rynaldo Nascimento: Perfil Fake.
Mas o que teria feito a
minissérie alcançar tal patamar? Não houvesse sido a participação icônica da MC
Loma ou da atuação impecável de Pedro Gaze, que foram um atrativo a mais para o
enredo, não perderia seu glamour. Dizem que a propaganda é a alma do negócio.
Que um merchan continuo e bem feito pode até salva uma obra em decadência. Que
a MegaPro, talvez, seja a emissora que mais divulga no MV, isso sabemos, o que
contribuiu e muito para a repercurção e audiência de Perfil Fake. A belíssima
abertura já era um prenúncio de que eu iria me surpreender.
Antes de começar a falar
sobre a minissérie virtual, não posso deixar de mencionar o mega elenco que as
produções do canal possuem em praticamente todas as obras (gente, me dá 10 personagens
que eu faço 5 temporadas com 20 episódios cada kk mas isso varia de autor para
autor). Esta citada possui 36 personagens, mas tentarei resumir a história da
melhor maneira possível, e claro que não citarei todos.
Na história, Mário
(Rafael Cardoso) é um pedófilo que acabou de matar uma de suas vítimas e se
muda para a cidade fictícia de Nova Olinda em Pernambuco (a procura da
próxima). Assim que chega ele esbarra com uma das personagens principais,
Alessa (Giovanna Antonelli), que está sempre à procura de um relacionamento,
porém todos frustrados. Uma brecha perfeita para o demônio entrar. Por que digo
isso? Dentre muitos assuntos abordados pela narrativa, o religioso tem muita
evidência no núcleo de Evandro (Antônio Fagundes), que é prefeito da cidade e
mistura política com religião. Caso muito corriqueiro em nosso país. Ele é
casado com a missionária Gildete (Arlete Salles), uma mulher muito avarenta e
arrogante, mas que me proporcionou alguns momentos cômicos com o seu jeito de
falar.
No entanto, com as
revelações explicitas do último capítulo (apesar de pistas sendo colocadas no
decorrer dos episódios) me deixaram perplexo. Tanto o prefeito quanto a
primeira dama, além de desviarem o dinheiro da merenda (evidenciado no primeiro
capítulo), ambos chefiavam uma quadrilha de tráfico de crianças, ou seja, eles
pegavam os bebês de mães pobres e vendiam suas crianças na adoção. O que me fez
lembrar daquele escândalo real envolvendo a Igreja Universal; talvez essa fosse
a inspiração? Outras coisas vêm à tona como o filho bastardo de Evandro com a
empregada, Penha (Duh Moraes) e a tentativa de matar o próprio filho Marcos
Paulo, pelo fato de ser gay.
Na Universidade Federal
Metropolitana de Pernambuco, temos uma disputa ideológica interna gerando
conflitos. Um duelo entre esquerdistas e direitistas pela tomada da reitoria.
Não só entre os professores, mas também entre os alunos. Vemos homofobia, e
racismo, acontecendo no Complexo Educacional impulsionado por Jorginho (André
Luiz Frambach) em suas constantes implicâncias com Jeff (Pedro Gaze).
Yasmin (a qual o autor
preferiu não associar a uma atriz da vida real) é filha de Alessa. Uma jovem de
bem, alegre, mas que foi abusada por Mário e teve um trágico final morrendo nas
mãos desse maníaco em meio ao manguezal. Até Carlito (Rick Tavares), que era
apaixonado por essa pobre menina, foi assassinado pelo pedófilo. E o que mais
me intrigou foi a frieza de Mário depois que foi pego pela polícia, dizendo que
se orgulhava de todas as atrocidades que tinha cometido e que iria entrar para
a história.
O final de Perfil Fake é
triste. Muitos de nós estamos acostumados a esperar um final feliz para tudo na
ficção, porém, ela aqui é um reflexo da realidade, e na vida real nem sempre
temos um final feliz. Apesar de tudo, vibramos com a prisão de Mário e com o
tratamento especial que ele recebeu dos detentos. Vibramos com o fim da Ordem
Conservadora. Vibramos com a derrocada do preconceito e da hipocrisia. Vibramos
com a mensagem de Yasmim, Vivi e Carlito na última cena da minissérie expondo,
denunciando, a barbárie escondida em nossa sociedade.
Um misto de muitos temas
polêmicos e delicados foi transpassado com o cuidado necessário para não
doutrinar o leitor dizendo-o qual lado ideológico é o certo e o errado, mas sim
passar a mensagem que muitos vivem de aparência, pregam o que consideram o
politicamente correto, mas acabam indo contra essa própria política. Todos os
personagens têm a sua devida importância, nenhum núcleo deve ser considerado
irrelevante.
Perfil Fake fez um
belíssimo trabalho na missão que lhe coube e, por ora, reforçou a imagem da
Megapro de emissora mais “humanizada” do mundo virtual, com obras que discutem
o ser humano.
De 0 a 10, gostaria de
dar um 11. Não irei mais elogiar, seria considerado tiete da minha parte. Gostaria de agradecer e parabenizar o autor
por esse ‘lacre’.
Nota 10
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.